Parte 36

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Ruggero

- Cadê os homens da minha vida. Escutamos a voz de Carolina.
- Que cara é essa amor? Me viro e ela ver minha cara nada boa, caminho para sair do quarto, mas antes paro diante dela e entrego a foto.
- O que... Ela olha para a foto e saiu do quarto.
- Ruggero espere.
- Acho melhor deixá-lo ir Caro.
- Não, espere um minuto Ruggero. Respiro fundo e me viro para Carolina.
- O que? Vai me dizer que não sabia da história.
- Eu sabia, e nunca escondi nada.
Uma risada sarcástica sai dos meus lábios.
- Conta outra Carolina.
- Não, quando nos conhecemos eu deixei claro que te conhecia, da fama que vocês tinham e do convívio na escola mas em momento nenhum, os dois me fizeram perguntas sobre a formatura.
- Não é questão de perguntas Carolina você sabia que era ela, e não me contou.
- Vejamos o que eu teria que te contar Ruggero, fala pra mim.
E porque você está tão irritado, afinal foi só uma garota ou não?
Foi a Karol iai, você já ficou com várias sem nem saber o nome delas no dia seguinte o que mudou?
Me viro de costas para ir embora, levo uma mão a boca porque queria gritar com ela.
- Essa garota. Aponto para foto em suas mãos.
- Foi a única que mexeu comigo, foi a única que senti algo especial, foi a única que desejei ter algo a mais. Ela fica surpresa.
- Você sabia disso? Agustín balança a cabeça em negação.
- Então você também sabia que era Karol? Questiono a Agus.
- Não, eu não tinha ideia.
- O Agus sabia o tempo inteiro quem eu era Ruggero, eu tirei minha máscara para ele naquele dia, fora que participava das aulas no auditório ele sentava ao meu lado, apesar de não me notar.
- Eu já te expliquei que...
- Eu sei, vocês não davam atenção as garotas para que elas não ficasse na cola, eu entendi, e não estou reclamando, só que você, a seu idiota.
- Eu sou idiota?
- Sim você é, porque a garota sentava a duas cadeiras da sua, a garota era vizinha do seu avô, ela dançou com você, ela foi para um quarto com você, e por conta da porra de uma máscara que cobria um pequeno pedaço do rosto, voce não foi capaz de reconhece-la, quem não reconhece aqueles olhos diz pra mim.
Levo a mão a cabeça e uma angústia me sobe.
- Anda responde pra mim, e outra, porque eu, ou ela contaria algo, se no outro dia Emília já estava de volta na sua vida.
- Deixe Emília fora disso Carolina, eu passei o dia ligando para ela, a noite também, depois da formatura eu não queria ficar com Emília, eu gostava dela, mas aquela garota me fez sentir algo diferente, e estava disposto a isso mas está na cara que eu senti sozinho, era só mais uma garota, você tem razão, mais uma que queria pegar o popular da escola como todas as outras.
- Não diga isso, não... A interrompo.
- Não fala nada, estou tão irritado com tudo que.
- Não Rugge por favor espera.

Entro no carro e dirijo, só preciso pensar.
Porque?
Porque toda mulher que deixo se aproximar de mim acabo enganado.
Foi assim na escola, quando fui para o primeiro ano, e assumir o lugar do antigo capitão, que havia se formado, choveu de garotas querendo ficar comigo e com os meus amigos, no início toda aquela atenção, eu era um garoto fiquei no último céu, até descobrir a aposta.
Um grupo de garotas tinham feito um desafio, eram em quinze e todas elas tinham que dormir com o novo capitão ou seja eu, para entrar em club ridículo de garotas patricinhas.
Eu poderia me vangloriar, porra querem dormir comigo, mas não, elas buscavam status e eu era só o prêmio, foi aí que comecei a me sentir mal, parei de ficar com as garotas da escola, e evitava me envolver, o que Agus disse a Carolina é exatamente isso, não dávamos atenção a nenhuma, somente aquelas que já faziam parte do nosso ciclo de amigos, o que incluía Emilia, ficávamos com garotas de outras escolas, e isso estava bom, não que tratasse as garotas mal, longe disso, sempre fui e meus amigos também eram muito cordiais e gentis, mas só, eu não queria cair em nenhuma outra armadilha e eles não queriam ser alvos, e funcionou.
Mas então me envolvi com Emília, era legal não tinha cobrança, até as coisas ficarem sérias.
Foi começar a namorar que começou o ciúme, as brigas bobas e então terminamos e aconteceu a garota misteriosa, Karol.
E mas uma vez fui enganado, achando que era especial, como fui estupido.
Tudo eu corria para ela, para aquelas malditas mensagens.
Bato no volante e lágrimas rolam por meu rosto.
Na minha formatura descobrir o motivo da separação dos meus pais.
A minha mãe o enganou com seu melhor amigo.
Pois é a mulher que mais amo na vida, traiu meu pai, que se fez em quatro por mim, mantendo uma relação amigável com ela para que eu não sofresse.
Eu queria odia-la por isso, a mulher que sempre me ensinou a ser honesto com meus sentimentos e com as pessoas me tirou o chão, e jurei que seria o melhor marido possível para Emília, e achei que realmente estava sendo, até um dia em que ela simplesmente resolveu que não me amava mais, e foi embora.
Eu dei tudo a ela, me dediquei, mesmo entrando na polícia onde não parava um minuto com vários plantões ela sempre estava em primeiro lugar para mim, e de que valeu?
O que dá na cabeça dessas mulheres, nós também temos sentimentos, nem todos os homens são iguais e mesquinhos.
Ao menos eu não era assim, e uma grande parte de mim não é.
Eu só apanhei muito e não quero mas isso, caramba sou de carne e osso não de ferro.
Nem volto pra casa, vou direto para a delegacia.
- Delegado chegou o pedido de transferência do playboy.
Já estava esperando por isso, ele foi julgado e pegou dezoito anos, ligo para meu tio.
- Ruggero, quero que cuide pessoalmente, nada de passar panos, já conversei com um amigo juiz da Califórnia ele não tem direito a mais nada.
Arrumo tudo para a transferência ser feita em uma semana.

Estou em casa jogado no sofá depois que cheguei da delegacia só conseguir tomar banho e me joguei aqui.
Escuto barulho de chaves, e logo a porta é aberta.
Carolina entra com uma sacola nas mãos.
- Posso ou você está muito irritado com a mãe da sua afilhada? Reviro os olhos.
- E já vou logo avisando que não pode contrariar uma mulher grávida, posso jogar uma praga em você.
Ela fala e arqueiro a sobrancelha.
Ela então assopra os dedos e faz uma arma, como se acertasse em mim.
- O que você trouxe nessa sacola para mim?
- Viu só minha filha como é fácil comprar seu padrinho, vai aprendendo.
- Agustín. Grito e levanto chegando na porta, ele está do outro lado colocando o lixo do lado de fora.
- Agustín. Ele olha para mim.
- Tire sua mulher daqui, ela está jogando praga em mim e ensinando a minha afilhada como me domar.
Ele rir e Carolina pula nas minhas costas.
- Vamos não fique com raiva da única mulher que te mima, quem faz isso?
- Ela dar boa vida a você, eu estou trabalhando até agora.
- Foi você que casou chupe sua manga. Caro bate em meu ombro e coloco ela no chão, que me abraça.
- Não fique bravo comigo, você não tem motivos para isso.
- Ah não? Ela não responde e vai tirando as coisas da sacola.
- Que cheiro bom.
- Você não comeu nada hoje não é? Ela me conhece como é possível.
- Como sabe?
- Quando se irrita você faz isso. Ela suspira.
- Olha conversa com a Karol, eu poderia ficar aqui horas tentando esclarecer uma situação que só ela pode te responder, e tem coisas que você precisar saber, mas por ela.
- Tudo bem. Falo querendo encerrar o assunto.
- Agora vem aqui.

O dia da transferência chegou e assim que deixei ele na delegacia, fui direto procurar Karol, mas tudo que conseguimos foi gritar um com o outro e sair mais puto do que entrei.
E sabe de uma, vou continuar seguindo, foi sempre isso que fiz, cair e levantei, ela fez parte do meu passado é lá que tenho que deixá-la, e deixar mulheres fora da minha vida.

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