Parte 34

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O meu retorno de última hora foi bem louco, eu simplesmente juntei tudo o que tinha coloquei em caixas e entreguei o apartamento.
Mamãe ficou dando pulos de alegria, apesar de estar no sítio com a tia Lu, que tinha feito uma cirugia, e mamãe foi ajudá-la, então ficaria sozinha por algumas semanas, não que isso fosse um problema, porque meu foco era Carolina e a pequena Ange.

Entrei em casa com as malas, as minhas coisas chegariam em alguns dias.
Só conseguir tomar banho e trocar de roupa, quando desço as escadas escuto barulho na cozinha.
- Karol é você? A voz de Carolina, me aproximo rapidamente e ela sorrir com o pote de doce de leite na mão.
- A tia sempre tem um no fundo do armário. Dou risada e a observo, com a barriga enorme.
- Você está... Ela me interrompe.
- Enorme. Dou risada.
- Eu iria dizer linda, perfeita. Envolvo meus braços ao seu redor.
- Não me faz chorar esses hormônios não cooperam.
- Como se sente hoje.
- Feliz você veio.
- Eu não perderia por nada, e você me pediu eu estou aqui.
- Não queria ser injusta você tem sua vida lá.
- Sabe que carreira é como bagagem levamos para qualquer lugar, mas família se não tivermos por perto, ficamos sem chão, e era assim que estava me sentindo todo esse tempo sem você, e a minha mãe, então não foi injusto.
Agora vamos sentar ali, que vou fazer uma massagem nesses pés que estão bem inchados, e babar nessa barriga, e você me conta como está tudo com os últimos exames.
- Viu só filha, você tem a melhor tia madrinha do mundo inteiro. Dou risada e passamos a tarde inteira conversando.
Quando a noite chega pedimos uma pizza e logo Agustín aparece.
Me dá um abraço apertado e sorrio ao vê-lo emocionado.
- Agora sim, está tudo bem. Ele disse.
- Não chore Agus eu já estou aqui.
- Não faz mais isso com a gente tá, quando estiver com problemas não se esconda você tem sempre com quem contar, lembre disso.
- Eu sei, é que fui criada escondendo o que sentia, principalmente depois que os meus pais começaram a brigar.
Ele fecha a cara no mesmo instante e seguro sua mão.
- Eu sei, você também passou por isso. Ele me olha surpreso.
- Seu amigo me contou quando me aconselhou a muito tempo atrás.
- Vocês poderiam ter dado certo.
- É, mas foi ele que disse que não era para ser.
- Como? Você ouviu?
- Sim, eu fiz os discurso lembra? Ele faz que sim.
- E fui atrás dele para contar quem eu era, mas então ouvi a conversa, ele estava com a namorada novamente e eu ... Bem eu fui o tapa buraco de uma noite.
- Não fale isso, eu não imaginava o quanto você tinha mexido com ele, mas nunca vi o Ruggero tão transtornado quando descobriu...
- Agus não precisa sabe, eu sabia que ele tinha namorada eles já ficavam antes, era só questão de tempo o desentendimento deles passar, fora que Ruggero não é como você que reconheceu Carolina, não foi a primeira vez que ele não me reconheceu. Ele fica surpreso.
- É Kah enquanto a isso, o Agus sempre soube quem eu era.
- Você não me contou esse detalhe mocinha. Ela rir.
- Eu sabia, ela tirou a máscara.
- Tudo bem gente já foi, vamos só esquecer isso, e focar no hoje ok.
Ele troca um olhar com Carolina mas não diz nada.

As quatro da manhã acordo assustada com um ronco de motor e levanto para olhar na janela, Ruggero vem entrando abraçado a uma morena, os dois conversam e sorriem o tempo todo, e entram em casa.
Tudo bem Karol, você já presenciou coisa pior, fecho a cortina e volto para a cama.
Obvio que não consigo dormir e as seis resolvo pular dela e colocar uma leggins e correr, me ajuda a pensar.
Quando retorno tem dois carros parado na minha porta, reconheço o nome da concessionária, eu comprei meu carro e eles vieram até a mim, era uma promoção doida lá. Assino tudo e pego as chaves e eles vão embora.
Então escuto a porta sendo destrancada e logo a grade, subo os degraus sem olhar para trás.

Recebo uma mensagem de Carolina, que uma reunião foi marcada no hospital com a médica que está acompanhando seu caso e o diretor.
Saiu de casa e a abro a porta do carro.
- Fio. Escuto sua voz.
- Está pronta? Pergunto.
- Adorei a belezinha.
- Eu também, vem vamos inaugurar.
Ela rir e bate palmas como só Carolina faz.
- Eu já disse que seria bom levá-la.
- Ela está bem, e vai... Agustín para de falar quando vê ele parado olhando para mim.
Ainda vi Ruggero uma vez quando esteve na Califórnia, fui chamada para depor novamente, e ele estava lá, e me ignorou com sucesso, só que eu também sou mestre nessa área, não é a toa que ganhei o apelido de carrasca no hospital, então ponho meus óculos escuros e planto o sorriso nos lábios, e abro o carona para Caro entrar.
- Vamos mocinha temos um longo dia pela frente.
- Karol. Agustín me chama.
- Pode deixar que eu te ligo. Falo e entro no carro. Carolina começa a rir.
- Isso foi sexy.
- O que é tão sexy Carolina?
- Ah não fala sério, aquele olhar de mal do Ruggero é uma loucura, tem uma mensagem subliminar naquele olhar. Dou risada.
- Vejamos que mensagem é essa? Ela faz uma cara maliciosa.
- Quero você nua baby. Dou uma gargalhada.
- Mas você com sua cara de indiferença e debochada respondeu, nos seus sonhos querido. Continuo a rir.
- Aí Carol só você mesmo.
- Ele ainda é de tirar folego o safado. Fico calada e ela me cutuca.
- Sim ele é, mas não quero pensar em Ruggero.
- Você está certa e precisa de tempo para se adaptar aqui de novo.

-Doutora Sevilla.
- Doutor Marcos.
- Recebemos um telefonema da Califórnia.
- Imaginei, mas preciso de tempo, minha prioridade é Carolina.
- Está certo, tem nosso apoio como vamos proceder? Entramos na sala onde mais cinco médicos nos aguardam.
- Doutores apresento a doutora Sevilla...
- Doutora do método não invasivo. Um deles fala.
- Sou Cláudio muito prazer, eu acompanhei todo o processo dos seus estudos.
- O prazer é meu, mas estou aqui hoje como amiga da Carol, o que pensaram em fazer? Eles trocam olhares.
- Karol eu quero você. Carolina fala.
- Como?
- Eu não te chamei só porque queria você ao meu lado, isso mais do que tudo, mas se tem alguém que pode fazer, é você.
- Carolina estamos falando de um procedimento ainda no útero, eu nunca fiz algo assim.
- Você consegue eu sei que sim.
- Caro...
- Você pode Karol, eu sei que pode.
- Doutora estaremos dando todo o suporte que precisar, temos pediatra, cardiologo, clinico, ginecologo estaremos todos juntos.
Engulo em seco é a vida da minha afilhada.
- Tudo bem eu vou fazer.
- Isso.

Depois de varios exames e montar um esquema virtual, fomos para casa, amanhã cedo voltamos para fazer a cirugia, Angélica tem uma pequena massa no coração, e precisa ser retirar, esse método é menos invasivo, mas se algo der errado teremos que fazer um cesário de urgencia e Carolina está no sétimo mês isso coloca mãe e filha em risco.
Deixo Caro em casa, e volto para a minha, abro a porta do carro para retirar minha bolsa e as sacolas do supermercado escuto um carro estacionar atrás, mas estou concentrada tirando as sacolas.
- Você vai fazer? Me assusto e tiro as coisas, fechando a porta.
- Sim.
- Tem certeza que vai dar certo?
Ruggero questiona. Ativo o alarme.
- Vai dar certo, elas vão ficar bem. Dou as costas e entro em casa.

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