Parte 33

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Cinco meses de gestação.

Olho para a tela analisando a ultrassom, ao meu lado, Julia uma amiga e companheira de estudos, e uma brilhante ginecologa.
- Não vejo nenhuma alteração. Julia comenta e a porta se abre.
- Nely dar uma olhada nessa ultra.
Peço e ela se aproxima pediatra e cardiologista.
Peço que verifique a ultra de Carolina, pedí que fizessem do bebê por completo e como Carol está reclamando que ela está muito agitada.
Pois é descobrimos ao quarto mês que é uma menina nossa pequena Angélica.
- Karol posso está me precipitando mas temos uma manchinha aqui no lado esquerdo do coração.
Pego o telefone e ligo para Carolina.
- Preciso de uma específica quero uma do coração.
- Eu imaginei.
- Você viu?
- Sim, não queria acreditar.
- Calma não tem que se preocupar vamos avaliar ok, como está se sentindo?
- Uma baleia, o enjôo passou mas quero sempre comer, e quero minha amiga comigo nesse exato momento.
- Tudo bem, já encerrei meu contrato com a universidade estou reorganizando minha agenda e corro para vocês.
- Eu sei que estou pedindo muito.
- Não, pode parar, já foi, não vou por ele e sim por vocês.

A tres meses atrás estava no hospital na ala médica, assinando prontuários quando a porta se abriu, a princípio pensei que fosse algum médico, mas a pessoa ficou na porta, e quando levantei a cabeça quase cair dura.
Ruggero estava ali, olhando para mim, até achei que estava delirando depois das noites de plantão e o sono acumulado.
Então ele se aproximou e quando falou acabou com o que restava de mim, ou que consegui levantar.

- Ruggero... O que faz aqui?
- Então é aqui que se esconde... Ele se aproxima.
- Eu te disse uma vez, que não importava onde estivesse eu viria até você.
Meus olhos demonstram a surpresa.
- Garota misteriosa. Uma lágrima cai dos meus olhos e ele coloca a minha máscara na mesa.
- Eu... Ele solta uma risada que nunca vi antes.
- Eu juro, pensei que você era diferente, mas estava enganado.
- Do que está falando?
- Era você aquela noite, era para o seu número que eu ligava e deixava todas aquelas mensagens. Porque fez isso comigo? Quando eu disse que viria buscá-la, eu deixaria tudo...
- Ruggero...
- Ruggero o que Karol, você brincou comigo.
- Você se casou, tinha uma namorada.
- E eu largaria tudo só para ter você.
- Que você não sabia quem era, tem certeza que largaria tudo por mim?
Eu a doce vizinha do seu avô, a garota da casa ao lado, a nerd da escola, que se não fosse as tulipas não saberia nem quem eu era. Você não tinha ideia de quem eu era. Respiro fundo e continuo.
- Eu esbarrei em você uma vez no refeitório, você me segurou para que eu não caísse, perguntou se eu estava bem, se poderia fazer alguma coisa por mim, você lembra disso? Acho que não.
Você se apresentou a mim na casa do seu avô na mesma semana e te ajudei com as tulipas. Você não lembra, você não me reconheceu quando caiu em cima de mim no hospital, eu te disse que não bastava por os olhos... Ele me interrompe.
- Em você eu teria que te reconhecer.
- Exato porque você nunca teve olhos para mim.
- Isso não é verdade, aquela noite eu me entreguei a você, não foi só sexo.
- E você acha que foi pra mim?
- Karol você me deixou aquela noite, eu te esperei na formatura e você... Ele se cala.
- Eu estava lá Ruggero.
- Caralho você estava lá, você fez o discurso e me deixou te desejar boa viagem.
- Eu ouvi você falando que tinha voltado com Emília, e que nós dois não era pra ser.
- Você ouviu, e as minhas ligações o dia inteiro, e a noite também, e todos os meses e anos, eu fui sincero em cada palavra e nunca obtive uma resposta.
Então era isso, você só queria brincar comigo. Ele bate palmas.
- Meus parabéns você conseguiu.
Ele dar as costas e vai saindo, para na porta.
- O Antony foi transferido, eu vim aqui cuida disso.
Ele então vai embora do mesmo jeito que veio e eu desabo.
Lembro de não consegui ir trabalhar no outro dia, nem no outro, passei uma semana enfiada embaixo dos lençóis em uma tristeza profunda.
Até consegui levantar foi difícil, mas eu precisava, mesmo me arrastando.
Voltei a ativa, no automático mas fui.
Uma noite dessas Carolina me ligou tinha muita gente.
- Vejo que estão festejando? Pergunto sorrindo.
- Fizeram um chá de bebê aqui em casa tem noção, queria te mostrar.
- Aí que tudo, quero ver.
Ela vai mostrando tudo com cuidado.
- Caro podemos tirar uma foto? Alguém pede.
- Segura pra mim. Ela pede a alguém, que segura o celular olha para a tela por um tempo e depois devolve o celular a Carolina.
Forço um sorriso para ela, e aviso que me chamaram mas que quero todas as fotos.
Eu acompanhei de longe a gravidez da minha amiga, exigia foto da barriga todos os dias, e esperava com ansiedade o nascimento da pequena.

Dois meses depois recebo uma ligação de Carolina.
- Karol. Ela está chorando.
- Caro o que está acontecendo?
-  Meu bebê Karol ela está com uma falha e eu... Mais choro.
- Fica calma eu... Eu ..
- Eu preciso de você, nós duas precisamos de você aqui por favor vem pra casa.
- Eu estou indo, me espera estou chegando.
Não sabia o que estava fazendo ao certo, mas eu precisava estar lá pra ela.
Corri para a direção e apresentei minha demissão, o diretor ficou pasmo.
Mas já foi mexendo os pausinhos para uma transferência.
Em uma semana consegui arrumar minha mudança e correr para casa.
Dessa vez não seria só umas férias eu não queria ficar longe da minha amiga e nem da minha afilhada.

- Ainda não acredito em como tudo mudou de uma hora para outra. Carolina comenta sentada no chão do quarto.
- Eu avisei que não era um clichê.
- Isso elas vão decidir, volte a escrever, tem alguns dias que você não o faz.
- Não me sinto muito bem.
- Eu sei, você enfrentou coisas demais ao voltar, e não parou é natural.
- Reviver tudo isso, está mexendo um pouco comigo, primeiro a separação e briga dos meus pais, depois a morte de um deles, nossa ida para Califórnia e meu coração destruído, o casamento de Ruggero foi a gota para mim, e quando pensei que estava de pé, veio Antony, e depois Ruggero novamente, minha vida é pior que novela mexicana. Ela rir.
- Eu sei querida e isso vai ser uma linda história.
- Se você diz, não entendo o que vou escrever no final.
- Não se preocupe com o final ele vai acontecer.

Caras leitoras sei que vocês estavam esperando um final feliz, depois que o meu ...ops o Ruggero descobriu quem eu era, mas isso não é um clichê adolescente onde a mocinha invisível se apaixona pelo garoto popular e ele a nota no meio da multidão, e vivem felizes para sempre.
Seria maravilhoso não é? Suspiro.
Mas minha vida está mas para montanha russa dentro da casa do terror, apesar que uma parte está nascendo bem colorida, então fiquem com essa história que ainda não tenho ideia do final.

                  By. Karol Sevilla

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