Parte 39

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2.5

A cirugia de Cassie durou mais do que o previsto, e agora tudo dependia de como seu organismo iria reagir, passei não só o dia como a noite e o dia seguinte.

Chego em casa a noite doida por um banho e minha cama quentinha.
Mas o barulho e vários carros parados, não só na minha porta, como por todo o lado não me deixa estacionar, e nem entrar na garagem que merda.
Coloco o carro na outra rua e caminho um quarteirão para descobrir de onde vem todo esse barulho.
Agustín vem saindo da casa de Ruggero com uma bebida na mão e uma sacola na outra.
- Que merda está acontecendo aqui?
- Ei calma, quer uma bebida?
- Não, quero entrar em casa, quero minha cama e queria não ter andado um quarteirão já que me impediram de entrar na garagem. Aponto.
- Ihhh posso pedir para tirarem o carro. -Não vou andar de novo Agus, estou cansada. Faço bico.
- Eu posso fazer isso, me dar aqui as chaves. Ele levanta a mão esperando e meu rosto se suaviza, não tenho porque descontar nele minhas frustrações, tiro as chaves da bolsa e entrego a ele.
- Não deixe a janela aberta, e de preferência durma com tampões nos ouvidos, hoje tem final do vôlei, certas coisas não mudam, e a galera está toda aí, assistindo e claro bebendo.
Olho para o lado e tem um casal na varanda.
- E isso também. Resmungo e ele rir.
Entro em casa, morta de fome e doida para tomar banho.

Deito e fecho os olhos mas o barulho não me deixa dormir, uma claridade invadindo a minha janela, droga não fechei as cortinas.
Fico paralisada ao ver a pegação do outro lado.
Ruggero está com uma loira, os dois sem camisa e a gritaria rolando solta lá embaixo, cretino.
Uma pontada de tristeza, mas logo depois sinto raiva, muita raiva, é ela que me faz fechar as cortinas pegar a calça do pijama e descer as escadas, conferindo que está tudo apagado do meu lado, atravesso o jardim, tem um casal se pegando no canto, mas não percebem que estou ali.
Encontro a caixa abro, ilumino com o celular e desligo, fecho a caixa e passo correndo abaixada escutando os murmúrios e lamentações de quem estava dentro da casa, e quem está fora também, fecho minha porta e subo as escadas, tiro minha calça e me deito, não vejo mais a luz pela janela, e sorrio comigo mesma, sem remorso nenhum por atrapalhar a foda dele, bem feito.

Pela manhã recebo uma mensagem de Agus dizendo que deixou as chaves com Ruggero para que ele trouxesse meu carro.
- Ótimo que maravilha. Me arrumo uma camiseta branca e uma saia jeans, pego a bolsa e telefone e confiro meu cabelo.
Quando saiu de casa ele está ali na garagem, lavando o carro dele, e na minha está o meu carro estacionado.
Pigarreio e ele olha para mim e eu acabo fazendo o mesmo, porque ele só em uma bermuda é tentação demais.
- Veio atrás disso? Reviro os olhos e levanto a mão para pegar as chaves e ele tira ela da frente.
- Sabe ontem aconteceu uma coisa muito estranha.
- Ah sim.
- Minha luz acabou durante uma social com meus amigos.
- Hum sinto muito, agora me devolva as chaves tenho muito o que fazer hoje.
- Sabe o que é engraçado?
- Não sei Ruggero, não tenho a menor ideia, as chaves.
- Que o meu registro estava desligado.
- Sério? Minhas chaves. Ele se aproxima ainda me encarando e dou um passo para trás.
- Você terá suas chaves, depois que me pedir desculpas. Solto uma risada.
- E porque eu deveria pedir desculpas.
- Puta que pariu você não só estragou minha festa, como impatou minha foda.
- Uau estou sendo acusada agora, cometi um crime delegado.
- Não se faça de cínica, eu sei que foi você.
- Eu estava na minha cama dormindo, prove que fui eu, agora me dê a porra das chaves. Ele nega.
- Você sabe o que tem que fazer.
- Não seja ridículo Ruggero. Ele sorrir como se tivesse vencido e aquilo me deixa com mais raiva ainda.
Arranco o tubo de agua de suas mãos, sem que ele esperasse e miro o jato bem na cara dele.
- Karollll. Continuo jogando, e ele tenta se esconder mas não vai muito longe.
- Pare sua maluca. Ele rir e miro o jato colocando no mais forte.
- Porraaaa.
- Você quer desculpas, aqui as minhas desculpas.
Ele tenta vir na minha direção, e mesmo mirando no seu rosto ele consegue desviar e segurar minhas mãos empurrando o jato para cima.
- Solta a porra do tubo. Ele grita e com o jato para cima já estou toda ensopada e minha blusa branca já colou no corpo.
- Larga você.
- Acho que esse tubo é meu.
- E as chaves são minhas.
- Estão no meu bolso.
- Eu não vou colocar a mão aí.
- Então vai ficar sem elas. Largo o tubo e ele desliga a água, e então o pego com os olhos em mim.
- Pare de olhar para os...
- Karol... Vou para me virar e do nada Ruggero está me abraçando e fico de costas .
- O que você está fazendo?
- Olá doutor Felipe.
- Como vai delegado?
- Muito bem.
- Felipe o que faz aqui? Tenho que gritar já que o outro não me solta.
- Ruggero quer me soltar.
- Não. Então doutor o que está fazendo aqui?
- Ah eu combinei de encontrar a Karol no hospital, mas achei melhor vir buscá-la para um café, está tudo bem Karol?
- Esto...
- Está tudo bem doutor, mas nós estamos um pouco ocupados agora, você pode ligar para ela mas tarde.
- Ruggerooo. Ele me aperta mas ao seu corpo e o belisco até que escuto a porta do carro bater, e seus braços me deixarem.
- Bem agora ele já foi. Desço o tapa em seu peito nu.
- Aí caralho de mão pesada.
- Porque fez isso?
- Você bem que mereceu, mas eu fiz por eles. Ele abaixa o olhar e só agora me dou conta que minha camiseta está colada, transparente e meus peitos.
Fecho a cara e estreito os olhos.
- Tire os olhos deles.
- Impossível estão olhando para mim.
Levanto a mão para bater nele de novo e ele segura com força e me encara de perto.
Meu peito acelera e minha respiração, nem sei como estou respirando ainda, então engulo em seco o tesão que estou sentindo, e enfio a mão no bolso da bermuda retirando minhas chaves e ele me solta, dou as costas pegando minha bolsa da grama e entro em casa.

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