Maraisa acordou quando já estava anoitecendo. O bebê também dormira a tarde toda.
Ao acordar, notou que sua gêmea ainda dormia. Levantou-se e foi olhar seu pequeno. Ele também dormia profundamente.
Suspirou aliviada. Pelo menos não havia perdido nenhum momento importante com seu filhinho.Fazia meia hora que Maraisa estava acordada, quando a enfermeira entrou no quarto:
-Oi, tudo bem por aqui?-Tudo, sim.
-Está com fome?
-Um pouco.
-Vou pedir para trazerem o seu jantar.
-O bebê vai tomar banho ainda hoje?
-Então, o doutor pediu para que esperássemos até amanhã de manhã. Daremos o banho pela manhã e vocês já terão alta.
-Que bom!
Maiara acordou com as vozes das duas:
-Oi, irmã, por que não me acordou? -questionou a ruiva.-Você também estava cansada, Maiara. Achei melhor deixar você dormir.
A enfermeira saiu e logo voltou com o jantar das gêmeas. Para Maraisa, uma canja e para Maiara, macarrão com frango.
Assim que terminaram de comer, Rodriguinho acordou. Maraisa apressou-se em pegá-lo:
-O neném da mãe acordou! Que lindinho ele tá! -disse ela com vozinha de criança.O bebê chorava desesperado.
-Ô, meu deuso, que que tem o bebezinho da mamãe? -a morena continuava conversando com o bebê com voz de criança.-Deve ser fome, irmã.
Maraisa sentou-se com o bebê na cama, abriu os botões do pijama, tirou a abertura do sutiã e posicionou o pequeno. Ele logo pegou a mama.
-Nossa, coitado do meu filhinho! Tava morrendo de fome!Maiara não se cansava de admirar aquela cena: sua metade com outra metadinha no colo.
Aquela primeira noite foi assim: o bebê chorou a maior parte do tempo, Maraisa dividiu-se entre mamadas, fraldas sujas e massagens na barriguinha do filho, pois ela não sabia se o que ele tinha eram cólicas. Ela já estava ficando desesperada porque não sabia o motivo do choro do neném.
Quando amanheceu, ela estava exausta e o bebê, finalmente, dormiu.
Maraisa aproveitou para tentar descansar. Não deu nem uma hora que seu pequeno dormira e a enfermeira chegou para o primeiro banho.
-Bom dia! Vamos dar banho nesse bebezinho?-Bom dia! Ele dormiu agora pouco...
-Não tem problema. O banho vai relaxá-lo. Provavelmente, ele dormirá de novo.
A enfermeira pegou o neném e levou-o até a banheira que ela trouxera.
-Vem, mamãe. Vem dar o primeiro banho no seu filhinho- disse a enfermeira chamando Maraisa.
A enfermeira colocou as mãos de Maraisa embaixo das dela.
-Isso. Segura assim e com a outra mão você vai fazendo massagens delicadas no bebê.Maraisa sentia medo. Ele era tão frágil e pequeno parecia que ia cair.
A enfermeira continuava passando toda segurança para ela. Mostrando onde colocar as mãos, o que fazer, o que não fazer.
Ao término do banho, Maraisa trocou o seu bebezinho. Colocou um macacão azul de veludo.
Antes de sair, a enfermeira avisou que eles teriam alta ainda naquela manhã.-Maiara, você olha ele enquanto eu tomo um banho? Avisa o Fabrício que logo vamos embora. Pede para ele não esquecer de trazer o bebê conforto.
-Fica tranquila, irmã.
Maiara sentou-se perto do bebê, mandou uma mensagem para o cunhado e ficou esperando a irmã.
Maraisa saiu do banho vestindo um conjunto de moletom preto e tênis Dolce e Gabbana vermelho.
Às onze e trinta, Maraisa e o bebê tiveram alta.
Fabrício foi buscar a mulher, o filho e a
cunhada. Assim que viu Maraisa chegando na recepção, Fabrício correu para abraçá-la:
-Que saudade dos dois amores da minha vida! -disse ele.-Oi, amor! A gente também estava com saudade do papai, não é, meu filho?
Fabrício beijou a testa dela e a acompanhou abraçado até o carro.
Maraisa entrou bem devagar com o bebê no banco de trás e colocou-o preso no bebê conforto. Maiara também foi atrás com a irmã.
-Vou de táxi, é? - brincou Fabrício.
As duas deram risada.
Fabrício dirigiu bem devagar. Estava todo preocupado com a mulher e o filho.
Ao chegarem em casa, foram recebidos por familiares com muita animação.
Todo mundo queria ver, pegar e admirar o menininho.
Almira pegou o neto e não queria largar. César Filho também ficou atrás do sobrinho.Maraisa, no entanto, estranhou a ausência da Marília.
-Cadê a Marília? Por que ela não veio?-Ué, ela disse que viria-respondeu Paulinha.
Maraisa resolveu ligar para a amiga. Marília atendeu a chamada com a voz rouca:
-Oi, Maraisa!-Oi, amiga! Pensei que você viesse me ver...
-Eu ia, mas não deu tempo de fazer exame de COVID e até foi bom porque hoje acordamos todos gripados, até o Léozinho tá bem doentinho!
-Nossa, amiga! Se cuida, viu? Dá notícias! Não vejo a hora de você conhecer seu afilhado!
-Nossa! Também não vejo a hora de pegar esse pitico no colo!
-Beijo, Marília!
-Beijo, amiga! Manda um beijo pra nanica de sua irmã.
Maraisa desligou o celular e foi em busca do seu bebê:
-Agora chega. Vou levar esse pequenininho para conhecer o quartinho dele- disse a morena.-Ah, vai todo mundo junto- retrucou Maiara.
Subiram e Maraisa colocou o bebê no berço. Ele estava dormindo. Maraisa pegou a babá eletrônica, saiu do quarto deixando a porta entreaberta.
No meio da tarde, Maraisa subiu para descansar um pouco. Deixou a babá eletrônica com sua mãe. Nesse meio tempo, o bebê acordou e quis mamar. Almira pegou o neto e levou-o para a filha. Maraisa acordou meio sonolenta e colocou o filho para mamar:
-Mãe, você pode ficar uns dias aqui comigo? - perguntou a morena.-Pensei que você não precisasse de mim, já que tem a Maria para te ajudar.
-Ah, mas eu quero você, mãe- disse a morena encostando a cabeça no peito da mãe.
-Eu fico uns dias, tá bom?
-Obrigada, mãe!
Almira deu um beijo no rosto da filha.
-Você acha que vou ser uma boa mãe?
-Claro que vai! Você é maravilhosa, filha!
-Ah, mãe...
Almira desceu para avisar que passaria uns dias com a filha e pediu para que trouxessem algumas roupas dela.
Assim que o bebê terminou de mamar, Maraisa fez o bebê arrotar, buscou o carrinho, colocou o filho ali bem pertinho de sua cama.
No comecinho da noite, todo mundo foi embora, menos Almira.
Fabrício pediu para que arrumassem o quarto de hóspedes para a sogra.
Naquela noite, todos deitaram-se cedo.
Fabrício deitou pertinho de Maraisa:
-Vamos dormir de conchinha, amor?- perguntou ele.Ela virou-se de lado e ele a abraçou:
-Cadê o barrigão?-Tá ali-disse Maraisa apontando para o filho dentro do carrinho.
Maraisa aconchegou-se nos braços do marido e tinha certeza de que não morava mais em uma casa. Aquilo agora era um lar.
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Depois da Tempestade
FanfictionMaraisa, uma cantora famosa e já consagrada fazendo dupla com sua irmã Maiara, após um acontecimento trágico, resolve abandonar os palcos e refugiar-se na Fazenda Rosada...