Até o Final

340 43 33
                                    

Wendell e Fabrício se encararam por alguns instantes. Wendell via claramente que o outro estava a fim de confusão. Fabrício trazia um olhar de ciúme e afronta e estavas prestes a partir pra cima do outro.

Almira, César e César Filho vinham saindo na varanda e perceberam a tensão entre os dois. Paulinha e Bruno também estavam ali na varanda, pois haviam lido sobre a notícia da ida de Maraisa ao hospital e resolveram fazer uma visita.

Foi César quem adiantou-se, desceu as escadas e foi falar com Fabrício.

Wendell aproveitou que o outro estava falando com César e subiu as escadas. Dessa vez, foi Almira quem tomou a frente e parou Wendell.
-Como ela está? - perguntou ele preocupado.

-Ela está dormindo. Paulinha e o Bruno também queriam vê-la, mas resolvemos deixar que ela descanse.

-Ela viu a notícia?

-Não. Foi Paulinha que me contou, eu também não tinha visto. Mas alguém tirou uma foto nossa dentro do carro, já ficamos desconfiados de que a notícia da ida ao hospital vazaria.

-Espero que ela não reaja mal- disse Wendell coçando a barba - já liguei para o meu advogado e pedi para que ele avisasse o jornalista que entrou com processo por danos morais.

-Você não precisava ter feito isso. A gente resolveria aqui.

-Eu faço questão de tomar à frente desse caso.

Enquanto conversava com Almira, Wendell olhou para trás e viu que Fabrício ainda conversava com César. Fabrício estava visivelmente exaltado e, de repente, ele começou a falar alto, jogou as flores no chão e chutou a porta da caminhonete.
-Vocês não podem me impedir de ver a minha mulher! Eu preciso falar com ela! Eu tenho direito! -gritava ele.

César tentava segurá-lo, mas ele estava incontrolável. Paulinha e Bruno fizeram menção de descer, mas Almira os deteve.

Wendell desceu rapidamente as escadas e segurou Fabrício pela camisa.
-Melhor você ir agora, tá entendendo? -falou firmemente Wendell.

Fabrício puxou a camisa das mãos de Wendell, ajeitou a roupa, abriu a porta da caminhonete, entrou e foi dirigindo, não sem antes prometer que voltaria e que queria falar com Maraisa a qualquer custo.

Maraisa acordara com os gritos e assistira toda a cena da porta da cozinha.

Quando Wendell vinha subindo as escadas, notou a presença dela ali. Ela estava estática com uma cara de quem não acreditava no que tinha visto.

Wendell passou por Almira e foi direto até Maraisa.
-Maraisa, você está melhor? Está se sentindo bem? -perguntou ele segurando em uma das mãos dela.

Instintivamente ela puxou a mão esquivando-se dele e virando as costas para entrar.
Ele colocou a mão no ombro dela gentilmente:
-Posso entrar?

Ela virou-se para ele e assentiu com a cabeça.

Maraisa foi caminhando em direção ao quarto e Wendell a seguiu de cabeça baixa.
Depois que Wendell já estava lá dentro, Maraisa trancou a porta com a chave. Sentou-se na cama e ele puxou uma cadeira para perto dela.
Ela ainda estava de pijama, tinha o rosto pálido e as mãos frias.

Suspirou fundo e esperou que ele começasse a falar. Um silêncio incômodo instalou-se no quarto, até que ele finalmente falou:
-Eu vim para te pedir perdão, Maraisa...

-Não precisava ter vindo de Orlando até aqui só pra falar comigo...

-Você não respondia as minhas mensagens e eu, realmente, estava desesperado. Fui um idiota, um covarde. Você sabe que tenho muito ciúme de você e, quando você me contou que o seu ex tinha te mandado mensagem, fiquei cego e preferi fugir.

Depois da Tempestade Onde histórias criam vida. Descubra agora