Almira permanecia paralisada. Não conseguia, nem ao menos, verbalizar o que ouvira de Fabrício.
Foi Wendell que se esforçou para trazê-la de volta à realidade chamando, diversas vezes, por seu nome, até que ela saiu do transe.
-O que que aconteceu com a Maraisa? Fala logo -disse César nervoso.
-Eu não sei. O Fabrício não disse, só disse que ela está na UTI.
-Eu mato esse cara! - disse Wendell nervoso dando um soco na mesa.
-A gente precisa ir ao hospital Santa Maria agora. Não quero perder mais nenhum segundo. Minha filha precisa de mim- disse Almira fazendo menção de sair pela porta.
César pegou a chave do carro, mas como ele estava visivelmente abalado, Wendell se ofereceu para que todos fossem no carro dele. Proposta que Almira e César concordaram imediatamente.
Enquanto dirigia, Wendell tentava controlar a raiva e o ódio que estava sentindo, mas era quase que impossível. A única coisa que passava pela sua cabeça era acabar com Fabrício. Sentia vontade de encontrar com o sujeito e dizer tudo que estava entalado em sua garganta. No fundo, desejava acabar com a vida dele.
César ia sentado no banco do passageiro segurando as lágrimas e Almira estava no banco de trás segurando um terço e, de vez em quando, rezava alto uma ave-maria.
O trânsito estava lento, pois havia um acidente na pista e o trajeto demorou mais do que o esperado. Depois de cinquenta longos minutos, eles chegaram ao hospital.
Wendell estacionou o carro, desceu do veículo e não pôde conter sua fúria, andou mais depressa e deixou Almira e César para trás.
Assim que entrou na recepção, deu de cara com Fabrício encostado na porta. O sangue ferveu e ele, sem pensar duas vezes, deu um soco no na face do rival. O nariz de Fabricio começou, imediatamente, a sangrar e ele quis revidar, mas, a recepcionista, rapidamente, gritou chamando os seguranças, que vieram correndo e seguraram os dois.
-O que você fez com ela? - berrava Wendell se debatendo nos braços de um dos seguranças.
-Ela é minha! Só minha! E eu não fiz nada! Eu amo a Maraisa e ela me ama! - respondeu Fabrício limpando o sangue na manga de sua camisa branca.
César e Almira entraram e se depararam com Wendell e Fabrício sendo contidos pelos seguranças.
-Não vai adiantar nada vocês dois brigarem. O que importa, agora, é a saúde da Maraisa. Parem com isso! - esbravejou Almira.
Wendell pediu para que o segurança o soltasse, dizendo que estava tudo bem.
Como Fabrício estava sangrando bastante, uma enfermeira levou-o para que tentassem estancar o sangramento e fazer um raio x para detectar uma possível fratura no nariz.
Finalmente, os pais de Maraisa conseguiram conversar com a recepcionista, que os avisou que o médico já viria falar com eles.
Eles se sentaram e depois de dez minutos, o médico encontrou com os três e os conduziu até uma sala. Assim que entraram, ele pediu para que eles se sentassem e contou o motivo da internação da paciente.
-Como assim, o senhor está dizendo que a Maraisa tomou um monte de remédio? - questionou Almira.
-Ela ingeriu uma grande quantidade de ansiolíticos. Fizemos uma lavagem estomacal, mas ela permanece em coma. Chamei vocês aqui porque não sabemos como ela irá evoluir.
-O que podemos esperar, doutor? -questionou Wendell.
-Difícil dizer, cada caso é um caso. Vai depender do organismo dela, mas ela pode acordar sem sequelas ou pode acordar com várias sequelas e...-ele fez uma pausa- pode ser que ela não acorde.
Almira começou a passar mal e precisou ser amparada por César.
A fisionomia de Wendell estava triste e sombria.
-Essas primeiras quarenta e oito horas serão decisivas. Vamos torcer para que ela evolua bem e acorde sem nenhuma sequela. Ela está sendo bem cuidada. Vamos esperar por boas notícias -disse o médico levantando-se.
-Eu não posso vê-la? -questionou Almira.
-As visitas na UTI já terminaram hoje, mas amanhã cedo deixo um de vocês entrar para dar uma olhada nela- disse o médico já saindo da sala e deixando-os sozinhos.
-Não seria melhor transferir a Maraisa para um hospital particular? - questionou César.
-Acho um pouco arriscado no momento, já que ela está na UTI, provavelmente está ligada a vários aparelhos. Não acho muito prudente - disse Wendell mostrando desânimo.
-Quarenta e oito horas... não sei se aguento esperar sem poder ajudar minha menina - disse Almira chorando.
-Vocês precisam avisar a Maiara.... - lembrou-os Wendell.
-Não sei como ela vai reagir - disse César preocupado.
De repente, o celular de Almira tocou e ela atendeu:
-Oi, filha! - falou ela tentando disfarçar a voz.-Mãe, escuta, eu não tô passando muito bem. Estou nervosa e angustiada. Não sei. Tentei ligar para a Maraisa e ela não atendeu. Parece que sinto que vai acontecer alguma coisa com ela. Você sabe onde ela está?
Almira começou a chorar e César tirou o celular da mão dela.
-Mãe, tá tudo bem? - questionava a ruiva preocupada.
-Oi, meu amor, é o pai.
-Pai, vocês podem me dizer o que está acontecendo? Eu não sou criança. Conta logo o que foi.
-É a sua irmã, meu anjo.
-O que que aconteceu com a Maraisa?
-Não é nada de mais- disse César tentando acalmá-la.
-Pai, fala logo!! O que foi?
-Vem aqui para o hospital Santa Maria encontrar com a gente e você já fala com ela - mentiu César.
-No hospital! Maraisa está no hospital??
-Calma, meu amor! Vem pra cá e a gente conversa. O pai está te esperando, tá?
Maiara desligou o celular sem se despedir do pai. Chamou Paulinha e pediu para que ela a levasse correndo até o hospital onde estava sua gêmea. Seu coração dizia que algo muito grave estava acontecendo.
Paulinha tirou o carro da garagem, Maiara entrou e começou a chorar.
-Calma, irmã. Não deve ser nada grave- disse Paulinha tentando contornar a situação.
-Minha irmã não está bem e eu sinto. Preciso chegar logo no hospital -respondeu a ruiva com a mão no coração.
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Depois da Tempestade
FanfictionMaraisa, uma cantora famosa e já consagrada fazendo dupla com sua irmã Maiara, após um acontecimento trágico, resolve abandonar os palcos e refugiar-se na Fazenda Rosada...