Adeus

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Assim que amanheceu, Almira foi até o quarto onde as meninas estavam. Bateu na porta e Maiara veio abri-la:
-Filha, chama sua irmã. Avisa para ela que vocês precisam se arrumar, tomar café da manhã para podermos ir.

-Tá bom, mãe. Vou chamar a Maraisa.

Almira desceu para ajeitar algumas coisas e Maiara foi com toda delicadeza falar com sua gêmea:
-Irmã, você precisa sair da cama, tomar um banho...

Maraisa nem se movia.

Marília também já estava levantando-se:
-Amigas, vou até minha casa tomar um banho, trocar de roupa e logo estarei lá com vocês-disse dando um beijo na morena e um na ruiva.

Marília saiu do quarto e deixou as duas sozinhas:
-Irmã, vamos... eu te ajudo-insistia Maiara.

Maraisa levantou-se, dirigiu-se ao banheiro e Maiara foi atrás:
-Maiara, me deixa sozinha. Pode ir tomar um banho também.

-Tem certeza, irmã?

-Eu quero ficar sozinha, por favor.

Maiara saiu para tomar um banho no quarto de hóspedes e deixou sua gêmea sozinha no banheiro.

Maraisa sentia seu corpo todo doer. Sua cabeça também estava explodindo. Despiu-se, entrou debaixo do chuveiro e deixou que a água corresse pelo seu corpo. Sentiu uma revolta muito grande. De repente, começou a dar socos na parede do banheiro:
-Por que comigo? Por que o meu filho? Por quê?- dizia ela em desespero.

Depois de dez minutos, desligou o chuveiro, saiu de lá usando um roupão e foi procurar uma roupa preta para vestir. Nunca imaginou que teria que procurar uma roupa para usar no velório de seu filho.
Colocou uma calça preta e uma blusa preta com botões na frente.

Desceu as escadas e foi procurar um remédio que fizesse com que aquela dor de cabeça passasse.

Encontrou sua mãe na cozinha. Almira veio dar um abraço na filha e Maraisa deixou-se ficar ali dentro daquele abraço. Queria parar o tempo e ficar ali protegida de tudo:
-Mãe, me dá um remédio para dor de cabeça.

Almira pegou um remédio e trouxe com água para Maraisa:
-Amor, você precisa comer. Não pode ficar tanto tempo sem se alimentar. Você vai passar mal.

-Não quero, mãe...

As lágrimas começaram a correr novamente pelas faces dela.

-Só um pouquinho, meu anjo...

Maraisa sentou-se e tentou comer uma fruta, mas não descia. Deixou a fruta de lado.

Almira viu o esforço da filha e foi até ela:
-Mamãe está aqui. Quer que eu faça alguma coisa que você goste para comer?

-Não...não quero nada, mãe. Quero o meu filho aqui comigo-disse chorando.

Maiara desceu as escadas e veio sentar-se do lado da irmã, deu um beijo na bochecha dela e limpou as lágrimas que insistiam em correr pelas faces da irmã:
-Você já comeu, Maraisa?

-Não.

-Come, irmã. Você está sem comer desde ontem. Come alguma coisa.

-Só vou tomar uma xícara de café.

Maraisa tomou o café e já estava saindo da mesa, quando Paulinha chegou trazendo Fabrício que tivera alta.

Os olhos de Maraisa cruzaram com o dele e ela abaixou o olhar. Ele veio até ela:
-Amor, me perdoa... eu queria te fazer uma supresa-ele falava chorando.

Ela esquivou-se dele:
-Agora, não, Fabrício- disse ela saindo e subindo as escadas.

-Cunhado, dá um tempo para ela. Ela tá muito machucada. Deixa o tempo passar um pouco. Daí vocês conversam- disse a ruiva meio chorosa.

Depois da Tempestade Onde histórias criam vida. Descubra agora