A Gente Tinha Um Plano

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Assim que chegou em casa, Maraisa foi tomar um banho e logo correu para ver como estava seu bebezinho. O pequeno dormia tranquilamente.

Maria avisou-a que o bebê tinha dormido a maior parte do tempo. Ele acordara no meio da tarde com as fraldas sujas e ela já aproveitara dera um banho nele e ele voltara a dormir.

Maraisa, então, aproveitou para comer alguma coisa. Desceu até a cozinha, encontrou uma salada na geladeira. Fez seu prato e, ao terminar a salada, comeu algumas frutas.

Deu uma passeada pela casa esperando que seu bebê acordasse para que ela pudesse amamentá-lo. Seus seios já estavam cheios e começavam a vazar.

Depois de uma hora, Rodrigo acordou chorando muito. Ela subiu as escadas apressada:
-O bebezinho da mamãe está com fome? Ai, que pecado! Deixar o neném com fome! -dizia ela imitando vozinha de criança.

Pegou o pequeno do berço e amamentou-o, depois ficou um tempo com ele no colo. Admirava o rostinho dele, o cabelinho, a boquinha. Olhava as mãozinhas, os dedinhos tão perfeitos. Encheu-o de beijos. O bebê fazia algumas caretas, até que, um dado momento, ele sorriu.
-Você sorriu para a mamãe, meu amor? Meu príncipe lindo! Eu te amo muito! - dizia ela dando cheirinho no pescoço dele.

Começou a embalá-lo e ele pegou no sono. Foi até o quarto e colocou-o no bercinho, saiu levando a babá eletrônica com ela.

Enquanto esperava por Fabrício, Maraisa resolveu que teria uma conversa com ele naquela noite. Teria que deixá-lo a par das decisões tomadas na reunião. Ela desejava também conversar com ele sobre a data do casamento e do batizado do filho.

Fabrício chegou em casa tarde, pois passara o dia em reunião com seus sócios. Maraisa já estava deitada e esperava por ele:
-Oi, amor! Você demorou- disse ela dando um sorriso.

-Oi, amor! Nossa, estou morto! Reunião complicada! Os negócios não vão tão bem.

-Muitos problemas?

-Deixa pra lá. Não quero te preocupar com essas coisas chatas!

-Amor, hoje eu tive reunião no escritório, lembra?

-Nossa! Tinha até esquecido! E aí, como foi?

-Então, eu e a Maiara vamos voltar a fazer shows em dezembro.

-Já? Não é muito cedo?

-É, mas vamos fazer shows de sexta a domingo.

-Menos mal, assim não fico muito tempo sem ver minha mulher.

-Eu pedi para que fosse assim porque quero ficar perto do neném.

-Só dele?

-Ah, eu não sabia que eu tinha dois bebês em casa!

-Ah, não?! Pois saiba que também quero os seus cuidados.

-Para, seu tonto!

-Mas e aí, eles aceitaram que vocês diminuíssem o número de shows numa boa?

-Mais ou menos. Em troca, eles fecharam uma turnê de quinze dias na Europa em janeiro. Nós já aceitamos.

-Quinze dias?

-É. Bastante tempo, eu sei. Terei que parar de dar o peito pro bebê. Pensei em continuar amamentando até o final de dezembro. Antes de viajar para os shows em dezembro, eu tiro meu leite e congelo. A Maria pode colocar na mamadeira e dar pra ele. Só que, em janeiro, serão quinze dias longe, provavelmente meu leite vai secar.

-Mas pelo menos você conseguiu amamentar por um tempo, amor. Veja pelo lado bom.

-Fabrício, e eu estava pensando outra coisa: assim que eu voltar da turnê, nós poderíamos nos casar e já batizamos o Rodrigo. O que você acha?

-Eu acho ótimo! Você sabe que eu estou esperando por esse momento faz tempo, né?

-Então, acho melhor a gente já se casar logo no início do ano porque depois não sei como ficará a agenda de shows.

-Amor, você quer que eu contrate mais uma babá para o nosso filho?

-Não, Fabrício. A Maria já mora aqui. Ela dá conta e, outra, eu estarei em casa de segunda a quinta, a princípio. Nos quinze dias em janeiro, vou ver se minha mãe vem para ajudar a Maria.

-Como você tá em relação a tudo isso, amor?

-Eu não sei! Eu tenho medo de deixar nosso filho, de perder todos os momentos importantes, de ele não saber direito quem é a mãe dele, de ele não me conhecer, mas não posso negar que também estou ansiosa para voltar aos palcos. Cantar é o que eu mais amo fazer na vida.

-Ah, com uma mãe maravilhosa dessas, não tem nem como ele te esquecer!

-Ahh, amor! Você me faz tão bem!

-Fala que sou o melhor do mundo, vai!

-Convencido- disse ela dando um tapa nele.

-Aii! Agressão agora é?

-Para você parar de ser tão bobo- disse ela morrendo de rir.

-Eu sou bobo? Só se for bobo de amor por você-disse ele aproximando-se e dando um beijo nela.

Ela retribui o beijo e aconchegou-se nos braços dele.

-Fabrício, então vamos deixar a data marcada? Eu chego da Europa dia 26 de janeiro. Que tal marcarmos a cerimônia para dia 30, um domingo? Já aviso o escritório que nesse fim de semana não farei show. Em fevereiro, a gente volta com a agenda de shows normalmente.

-Pode ser, amor. Eu concordo com tudo que você quiser.

-Eu aproveito esse restinho de tempo que tenho em casa para ir atrás dos convites, local para a cerimônia, decoração e roupas para o casamento. Vou pedir para a Maiara, pra minha mãe e para a Paulinha me ajudarem.

-Essa mulher é demais mesmo!

Agora foi ela que virou-se e deu um beijo nele. Voltou rapidinho para a posição que estava antes.

-Amor, liga a TV-disse ela.

Ele obedeceu ao pedido dela.

-Quer ver o quê?

-Põe um filme romântico.

Fabrício procurou um filme e, antes que ele encontrasse algum, Maraisa já havia adormecido nos seus braços.

Depois da Tempestade Onde histórias criam vida. Descubra agora