CAPÍTULO 07

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SAM


   Uma tensão palpável se formou entre nós nos dias seguintes, apesar de certa aproximação. E não estou falando de uma tensão no sentido de desentendimentos ou agressividade, e sim num sentido meio... Sexual.

    Não consigo explicar direito, mas o peso daquele olhar faz o meu coração bater mais rápido e o meu nervosismo ir parar nas alturas. Sou bastante de boa com a minha sexualidade, mas sentir... atração pelo meu chefe? Isso só pode ser loucura!!

   Ele deve ter notado que estou um pouco estranho, mas não comentou nada sobre isso. É inevitável encara-lo atentamente cada vez entro nesse maldito escritório, e pensar sobre isso faz parte de cada hora do meu bendito expediente.

    Senhor Theodoro é absolutamente magnífico. Aquela estatura e aquela quantidade de músculos... O olhar dele ainda me dá um pouco de medo e nervosismo (é como se ele quisesse me atacar...), Mas o seu rosto é inegavelmente lindo. O queixo quadrado, o nariz grego e empinado, os olhos escuros, aquele cabelo com alguns fios brancos...

    Tudo nele tem uma beleza selvagem e madura. Seu corpo Inteiro parece ter sido esculpido em mármore...

   — Santiago? — aquela voz rouca me traz de volta para o planeta Terra. Foco meu olhar no meu chefe e noto que ele está me encarando atentamente com aquele olhar afiado.

   — D-desculpe, senhor. — digo, deixando de fora o principal cenário dos meus devaneios.

   — entregue esses papéis para a minha secretária. — ele coloca uma pasta preta em cima da mesa, então engulo em seco e vou até lá.

   — Essa roupa ficou ótima em você, aliás. — Senhor Theodoro continua, assim que chego até ele. Estou vestindo uma calça social preta e uma camisa azul de botões e mangas curtas. A moça da loja disse que caso fosse usar roupas claras, precisaria de uma cor escura para que eu não ficasse ainda mais pálido do que já sou, então estou tentando a partir de agora sempre fazer esse contraste ou vestir cores mais escuras (ela deixou subtendido que eu pareço um morto vivo).

   — Obrigado, senhor. Você também está lindo nessa roupa. — pego a pasta de cima da mesa e faço menção de me afastar, mas é quando... TENHO NOÇÃO DO QUE ACABEI DE FALAR!! AH, CARALHO...

   — Sério? Obrigado. — ele diz, antes dos cantos da sua boca se erguerem. Pela sua voz, consigo saber que ele é totalmente ciente do quão gostoso fica nessas roupas.

    Porra! O que diabos eu tô fazendo pensando sobre isso?!

   —  E-eu... Ãhn... Vou entregar a pasta para ela, senhor. — Gaguejo, antes de dar meia-volta e correr para fora daqui, sentindo seu olhar me seguir até que eu fique fora de vista.

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THÉO

    Tive que levá-lo para comprar roupas novas, nem que isso fizesse com que os contratos e documentos sofressem um atraso. E apesar dele tentar me fazer mudar de ideia, sequer dei brecha para argumentos.

    Escolher as roupas para ele observar aquele rosto corar cada vez que eu o analisava fez a minha tarde valer a pena.

   Santiago tem a alma de um passivinho submisso mesmo sem saber disso. E observar aquele corpo lindo e pequeno em roupas a sua altura é simplesmente espetacular. Ele parece não ter noção do quão belo é, e de tudo que pode conseguir usando o charme que tem. Aquele garoto poderia conseguir o mundo inteiro sem problema nenhum...

   Quando ele entrou vestindo aquela camisa de mangas curtas, mostrando aqueles braços pálidos e finos, eu não consegui desviar os olhos por um minuto sequer. Ele provavelmente acha que eu sou um velho tarado e maluco, e na verdade talvez eu seja mesmo.

   Irei fazer a proposta para ele amanhã. Estou ansioso pra caralho, e parte de mim está um pouco apreensivo caso a sua resposta não seja a que estou esperando.

    O meu celular começa a vibrar sem parar, então retiro-o do bolso e vejo o nome do meu irmão brilhando em letras verdes na tela.

   — Hey. —  digo, sem muito interesse. Faz quase um mês desde que ele foi para a Itália resolver alguns problemas em relação a máfia.

    — Está quase tudo resolvido. Voltarei em no máximo umas três semanas. — ele diz, pelo som de pneus cantando contra o asfalto, sei que ele está dirigindo.

    — estamos livres deles?

    — Sabe que isso nunca vai acontecer, irmão. Mas pelo menos por enquanto, sim. — ele diz, dando uma freada brusca.

    — verdade.

    — E como estão as coisas por aí?

    — Estão ótimas, na verdade. — Digo, não querendo dá muito detalhes e precisando voltar logo para os documentos que precisam ser analisados.

    — Alberth me contou que você contratou um novo estágio. —  ele comenta, soltando uma gargalhada alta, o que indica que não é só isso que ele sabe.

    — Alberth e a sua boca grande. Nem ele e nem você tem nada a ver com isso. — digo, voltando a atenção para os papéis.

   — Também te amo, irmão. — Dominic solta outra risada alta, antes de encerrar a chamada.

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