CAPÍTULO 05

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THÉO

   Talvez eu tenha sido um pouco precipitado em contra-lo sem sequer fazer um terço das perguntas necessárias em uma entrevista, sem dá uma boa checada no seu currículo e nas suas habilidades, mas eu não poderia ficar sentando apenas assistindo enquanto o via sair do meu escritório, sem saber se algum dia iria vê-lo novamente ou não.

   Só por ver aquele rosto todo os dias já vale muito mais do que a pena tê-lo como meu estagiário.

   Meu pau continuou pulsando a ponto de bala dentro da calça apertada desde quando ele saiu do escritório para buscar o maldito café e pelos longos minutos seguintes. Tudo em que eu conseguia pensar era em joga-lo sobre essa mesa, abaixar suas roupas e meter nele sem dó até gozar.

   Parte de mim tenta me convencer de que isso é loucura, já que ele tem idade para ser meu filho, mas é praticamente impossível controlar os pensamentos sobre tudo que eu quero fazer com aquele garoto.

   Santiago... Que nome mais adorável. Combina perfeitamente com a criatura adorável a quem ele pertence.

   O banho de café que ele me deu quando voltou sem dúvidas me faria dar uma surra e colocar no olho rua qualquer pessoa, mas quando ele fez isso, senti uma vontade nada incomum de soltar um risada alta.

   Vê-lo cair de joelhos na minha frente faz cada músculo do meu corpo se contrair. Minha mente criou imediatamente todos os piores e mais pervertidos cenários possíveis, enquanto meu pau doía de tão duro (o blazer disfarçava o volume).

   Precisei afasta-lo de mim para não fazer nenhuma loucura impensada. Agarrar aqueles pulsos finos e senti-lo tocar em mim deve ter queimado metade dos meus neurônios, porquê eu não consigo raciocinar direito.

    PORRA!! Isso deve ser apenas abstinência sexual. Estou tão ocupado esses dias que não consigo fazer absolutamente nada fora do meu horário de trabalho. Quanto tempo faz desde que transei com alguém? Umas três semanas? Quatro?? Alívio rápido na hora do banho tem sido a minha única alternativa nos últimos dias, mas preciso resolver rápido.

   Faz quase treze anos que nosso querido pai morreu, e quase uma década desde que eu e meu irmão tentamos recuperar o prestígio e reverter as loucuras que ele fez na empresa em seus últimos meses vivo. A firma ficou fortemente envolvida com a máfia italiana (da qual meu pai era membro, antes mesmo de nos mudarmos para a América).

    Foram anos e anos para colocar a empresa nos trilhos, sem lavagem de dinheiro e roubos, mas a máfia continua tentando encontrar algum meio de retomar o controle da Caccini (e os bilhões de dólares que fazem parte dela), não que Dominic e eu iremos aceitar isso algum dia.

   Alberth é um dos nossos seguranças e com certeza o nosso homem mais leal, somos amigos desde que consigo lembrar. Desde que brincávamos nas ruas da Itália e saíamos no soco quando ocorria alguma desavença.

    Depois que ele saiu com Santiago, voltei a analisar a pilha de contratos sobre a minha mesa, embora meu pau continuasse latejando e me torturando.

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   Não consegui encontrar com Santiago pelo resto da tarde. Já passa das 7:00 horas quando finalmente termino de assinar todos os papéis, então ele já deve ter ido embora.

   O prédio já está completamente deserto e um silêncio tranquilo faz com que meus passos ecoem pelos corredores enquanto eu ando em direção a saída. Assim que entro no elevador, encaro a mancha amarronzada na minha camisa pela parede lustrosa dele. Isso me faz revirar os olhos. Tem como alguém ser tão desastrado daquele jeito???

    Encontro Alberth me esperando no estacionamento do prédio. Ele também é meu motorista particular às vezes.

   — Cê tá bem? Descobriu algum tumor no cérebro que está acabando com a sua sanidade ou algo assim? — essa é a primeira coisa que ele diz, abrindo a porta da Ferrari para mim e me fazendo revirar os olhos.

   — por que? — murmuro, sem muito interesse.

   — o garoto derramou café em você. E você. Não. Fez. Absolutamente. Nada. — ele explica, entrando no carro e me encarando pelo retrovisor. Alberth é um ano mais velho que eu, mas parece ser mais novo porque sempre esbanja um sorriso por aí.

   —você queria que eu fizesse o que? Quebrasse as mãos do garoto, depois o chutasse para fora do meu prédio? — checo a hora no pulso. Já são 7:23.

   — normalmente era isso que você faria com qualquer outra pessoa. — ele argumenta, me fazendo erguer o olhar e encara-lo pelo retrovisor. Alberth sustenta o olhar e um silêncio palpável se forma no carro, mas ele desvia por fim o olhar e começa a dirigir para fora do estacionamento.

   — Você ficou afim dele, não é? Faz um ano desde que Archie...

   — Agradeceria se não comentasse sobre ele. E Sim, talvez eu tenha me interessado por Santiago, algum problema?

   — Não, senhor. — Resmunga ele, sabendo que eu odeio quando me chama de "Senhor", porque é como se fosse apenas um empregado, e não um amigo meu.

   — Encontre um máximo de informações que conseguir sobre ele. Quero saber de tudo. — mando. Meu pai sempre dizia que sair da máfia é difícil, mas tirar a máfia de você é mais ainda. E preciso admitir que é uma verdade; a essência do que fazíamos antes nunca vai deixar de ser parte de nós. E certos métodos podem não ser moralmente corretos, mas são os mais rápidos.

   — vou fazer isso. Theodoro. — observo as ruas bem iluminadas e limpas, enquanto Alberth dirige no limite da velocidade permitida (100km/h), fazendo os cantos da minha visão ficarem borradas.

   — O que achou dele? — ajeito-me no banco. O carro é confortável, mas minhas pernas são grandes demais e ele o teto é baixo demais, me fazendo ter que ficar praticamente deitado no banco. Sempre digo para Alberth pegar qualquer um dos meus outros carros (esse geralmente quem usa é Dominic, quando está lá em casa), mas ele insiste em pegar esse.

   — Ele parece ser um bom rapaz. É educado e inteligente.

   — É. Eu sei. - murmuro mais para mim mesmo do que para ele. Isso me preocupa e me excita ao mesmo tempo. Me excita só de imaginar aquele rostinho corado e angelical enquanto eu meto nele e faço tudo que quero com aquele corpinho. E me deixa preocupado porque... Porra, ele deve ter muito pouca experiência.

    E talvez Santiago nem aceite a proposta que irei fazer...

    Só de pensar nele, já fico duro automaticamente. Acho que frequentei o club umas cinco vezes desde que Archie... Bom, desde que aquele desastre aconteceu. E nas vezes que fui, apenas assisti e conversei com algumas pessoas. Faz tempo desde que tive um submisso de verdade, e minhas fodas tem sido apenas coisas de uma noite.

    Eu poderia ir hoje, mas provavelmente seria só para assistir, conversar e passar o tempo, porquê agora só tenho uma coisa em mente (ou melhor: alguém).

    É um pouco estranho sentir interesse assim por alguém do nada. É óbvio que já me interessei por outras pessoas ao longo da minha vida, mas não dessa forma.

    Bom... Talvez seja só abstinência sexual mesmo, e apesar disso, acho que vou passar umas duas horas malhando assim que chegar em casa, já faz uns dias desde que faço um treinamento sério, e apesar da genética boa, manter o corpo em forma requer exercícios também.

    O sexo pode ficar para depois. SE Santiago aceitar ser meu, ficarei mais satisfeito do que nunca. Se não, posso partir para a próxima e encontrar outra pessoa. Mulheres e caras dispostos a serem meus (nem que seja por uma noite) é o que não falta por aí.

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