CAPÍTULO 31

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THÉO


     Antes mesmo de abrir os olhos, consigo sentir um corpo pequeno e quente contra o meu. Algo está pinicando no meu pescoço, e depois de abrir um pouco os olhos, percebo que são alguns dos cachos loiros de Santiago, já que ele está deitado em cima de mim.

      O seu peso é mínimo, e isso de deixa um pouco preocupado. Ele é baixo, mas não o suficiente para não pesar quase nada assim. Agora esse coelhinho vai ter que comer como uma pessoa normal por bem ou por mal.

     Nós dois tomamos um bom banho depois da longa noite, mas o quarto ainda está completamente bagunçando. Roupas estão espalhadas pelo chão, assim como algemas, vendas, mordaças, chicotes, e até o rabinho e as orelhas brancas que o safado estava usando. Parece que um furacão passou por aqui, mas não consigo evitar abrir um pequeno sorriso, com uma sensação de saciedade e satisfação cruzando o meu corpo.

      O coelhinho se remexe levemente, esfregando o nariz no meu peitoral de forma quase que involuntária, antes que aqueles olhos azuis se abram, e os cílios longos e loiros tremerem levemente enquanto ele se dá conta de onde está, e provavelmente de tudo o que fizemos horas atrás.

     — Bom dia. — Digo, rolando para o lado e o levando junto. O cobertor foi parar aos pés da cama em algum momento da noite, mas o quarto está quente, e raios de sol já entram pela janela (estamos no meu quarto 'normal', aliás).

     — Bom dia. — Ele solta um suspiro baixinho e fecha os olhos novamente, me fazendo rir desse dorminhoco e acariciar os cachos macios e loiros. Uma parte de mim (bem grande, por sinal) quer arrancar as nossas cuecas e fazer sexo com força novamente, mas da última vez que peguei muito pesado com ele, precisei ficar algum tempo só na vontade de fodê-lo. Então pensando como um homem estrategista, é melhor guardar para depois, quando ele estiver mais descansado.

      — Que horas são? — O seu Sussurro é quase inaudível, e ele continua com os olhos fechados.

     — Cedo, ainda. — Minto, mas podemos chegar mais tarde na empresa. Ela é minha, e eu posso decidir a hora que chego, saio, ou os dias em que apareço por lá.

       O coelhinho murmura algo impossível de compreender, me fazendo soltar um riso meio desafinado. Ele abre apenas um dos olhos e me lança um olhar avaliativo.

       — Rindo de mim, Theodoro? — Ele fala meu nome enquanto levanta uma das sobrancelhas loiras, e o tom provocativo me faz querer dá um tapa forte nele.

      — Sim.

      —  E eu sou engraçado? — ele levanta a cabeça e abre um sorriso radiante, embora ainda esteja meio sonolento.

      — Sim, Coelhinho. E é por isso que eu te amo. — Explico, só me dando conta do que acabou de sair da minha boca vários segundos depois. Puta merda.

      EU DISSE ISSO MESMO?! Caralho.

      Repenso sobre tudo que fizemos nos últimos tempos, e uma sensação calorosa floresce no meu peito instantaneamente. Não vou negar ou voltar atrás sobre o que falei. Se isso não é amor, nada mais é.

       Santiago parece estar tão atordoado quanto eu, com os olhos esbugalhados e a boca levemente aberta. A cena é um pouco engraçada, mas me contenho para não soltar uma gargalhada e manter a pose de homem sério.

     — V-você disse que me ama?? — Ele Gagueja, então simplesmente dou de ombros. não sou homem de ficar com mi mi mi sobre o que sinto ou não. É um sentimento. Estou sentindo. Falei pra ele. Pronto.

      — B-bom... Acho q-que te amo também. — O coelhinho gagueja, agarrando o meu rosto com suas mãos pequenas e me encarando com aquelas bolotas azuis. Eu o abraço com força, e dou uma bela apertada na sua bunda gostosa.

      — Eu sei. — dou de ombros novamente, um tanto convencido, tentando ignorar a minha pulsação acelerada.



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SAM


     Théo disse que me ama. Ai meu Deus. Ele falou com todas as letras isso!!!

       E eu falei também. E meu coração não para de bater de forma descompassada, porquê é a mais pura verdade. Estava simplesmente ignorando o sentimento caloroso que crescia dentro de mim porquê Theodoro... Não parecia ser do tipo que queria mais que algo o físico. A gente combina 100% juntos, mas ele tem aquela cara de malvado, e eu nunca pensei que ele poderia dizer isso tão casualmente.

      É impossível negar que estou mais feliz do que nunca com isso, e não consigo evitar o sorriso bobo que aparece no meu rosto sempre que encaro Theodoro, enquanto escovamos nossos dentes no banheiro, ainda vestindo apenas cuecas boxers.

       Encaro o seu corpo gigante e moreno com minha visão periférica, ainda sem acreditar que nós somos... Um do outro. Acho que se contasse pra alguém, jamais acreditariam em mim.

        A cueca abraça perfeitamente aquela bunda musculosa, e a barraca armada nada discreta na parte da frente me faz soltar um suspiro baixinho. Theodoro olha para mim e abre um pequeno sorriso, antes de começar a caminhar até mim e colocar seu corpo gigante entre as minhas pernas, já que estou sentado em cima do balcão, ao lado da pia.

     — Depois de amanhã vamos retornar ao club. Tudo bem, Coelhinho? — Ele ergue o meu queixo com a sua mão grande e limpa o canto dos meus lábios (onde provavelmente está escorrendo espuma da pasta de dente) com a ponta dos dedos.

      Eu confirmo levemente com a cabeça e continuo escovando meus dentes, ainda sem conseguir desviar os olhos dele. Theodoro tem quarenta anos agora, e está mais lindo do que nunca. Na verdade, não consigo imagina-lo com vinte e poucos anos. É praticamente impossível.

     Um segundo depois de cuspir na pia e me livrar de toda a espuma, Theodoro agarra a minha cintura com força e me puxa para cima, colando o meu corpo no seu. Eu enrosco as minhas pernas ao redor da sua cintura e passo os braços pelo seu pescoço, enterrando os dedos no seu cabelo sedoso.

      A boca dele está na minha antes que eu consiga pensar em alguma coisa, e um rosnado animalesco sai do fundo da sua garganta, enquanto nossas línguas se enroscam e ele me beija com força, mordendo os meus lábios e misturando nossa saliva.

      Eu rebolo de forma involuntária contra a coisa dura pressionada na minha bunda, tremendo de tanto prazer, enquanto ele não desgruda nossos lábios por nada, fodendo a minha boca com aquela língua grande e habilidosa. As mãos dele apertam a minha bunda, e eu só consigo pensar em como sou um cara sortudo, por ter esse homem lindo aqui comigo.

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