CAPÍTULO 25

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SAM

    Na manhã seguinte, eu não fico nada surpreso por não conseguir caminhar direito, minhas pernas estão mais bambas do que vara verde, e eu sequer consigo andar sem parecer exatamente o que sou: um cara que foi fodido (literalmente) a noite toda.

     — Desculpa por isso, coelhinho. — Theodoro diz com um sorriso no rosto lindo, embora a sua voz mostre que ele não está arrependido coisa nenhuma. Eu apenas reviro os olhos (o que me faz ganhar um tapa na bunda) e encaixo a minha cabeça so seu pescoço, enquanto ele me leva até o banheiro no seu colo e me dá um banho rápido.

     Eu conseguiria fazer sozinho sem problema algum, mas é muito bom está em seus braços, então não faço nenhuma objeção enquanto ele limpa cada parte do meu corpo com um carinho que ele com certeza não tem quando estamos na cama (não que eu tenha algum problema com isso).

     —Você não precisa ir trabalhar hoje. Fique aqui em casa e descanse um pouco. — Ele diz, enquanto lava o meu cabelo e liga o chuveiro para nos livrar da espuma cheirosa. Ambos estamos completamente pelados e Theodoro está com uma ereção matinal que não abaixa por nada, e pelo visto nós dois estamos ignorando isso, porque se ele sequer pensar em colocar esse seu negócio enorme em mim nas próximas, meu corpo vai simplesmente desmontar.

     — Mas eu sou seu estagiário...

    — Não discuta comigo, coelhinho. Você vai ficar aqui e pronto. Eu também ficaria, mas tenho algumas coisas urgentes pra resolver, mas vou tentar sair mais cedo. — Me corta, antes de simplesmente me pegar no colo e me levar para fora do banheiro, pegando duas toalhas brancas enquanto faz isso.

     Nós trocamos de roupa, e Theodoro veste um daqueles seus ternos sob medida que usa para trabalhar. O de hoje é azul Royal, com uma camisa branca de botões por debaixo. Já deve passar das 10:00 da manhã, e quando ele se abaixa ao lado da cama para me dá um beijo, e eu aproveito para desabotoar os dois primeiros botões da sua camisa, expondo um pouco do seu peitoral lindo.

     — M-melhor assim. — Digo, enquanto ele abre um sorriso convencido e me dá outro beijo rápido. A sua barba arranha a minha pele, e a sensação é maravilhosa.

    — Vou te levar para tomar café. Marta provavelmente já deve ter chegado. — Ele diz, me pegando no colo novamente e me levando para fora do seu quarto. Nós descemos a escada de forma tranquila.

     Quando chegamos na sua cozinha espaçosa e bonita, Theodoro me coloca sentado em uma das cadeiras. A moça da outra vez está colocando a comida sobre a mesa de vidro, e lança um olhar avaliativo para a gente. Eu me encolho, sentindo um pouco de vergonha, mas Theodoro sequer liga para isso.

     — Até mais tarde, coelhinho. Volto assim que puder. E coma bastante, ein. — Ele diz, acariciando o meu cabelo por alguns segundos, antes de sair do cômodo e desaparecer de vista.

      Os segundos se passam e eu encaro a mesa repleta de comida a minha frente, enquanto um silêncio desconfortável toma conta da cozinha. Por fim, coloco um pedaço de bolo de abacaxi no meu prato e também uma panqueca recheada de morangos.

     Começo a comer de forma tranquila, apesar do desconforto. O gosto bom da comida praticamente explode na minha boca, me motivando a comer mais rápido e colocar um pouco mais no meu prato.

     — Sabe que não vai durar, né? — Uma voz feminina e arrogante quebra o silêncio, me fazendo olhar para cima e encontrar a mulher morena me encarando.

     — O que? — pergunto, completamente incrédulo, enquanto engulo o pedaço de bolo que está na minha boca e coloco o garfo sob o prato.

      —  Você não é o primeiro, e com certeza não será o último, garoto. Muitos se aproximam pelo dinheiro que ele pode oferecer, e você pode até ter a carinha de sonso, mas não engana ninguém. — Ela diz, dando de ombros e com um sorrisinho no rosto. Eu ainda estou completamente surpreso com isso que não consigo formular nenhuma resposta, e ao ver a minha confusão, ela continua de forma tranquila, como seu sorriso falso aumentando mais ainda:

     — Tudo que ele quer com você é um buraco pra foder até não encontrar...

     — Não sei quem você pensa que é, mas essa com certeza não é algo que uma empregadinha de merda falaria pro namorado do chefe. — Uma voz grave e rouca a interrompe, fazendo-a arregalar os olhos e se encolher, em puro pânico.

      A voz é incrivelmente parecida com a de Théo, e eu não tenho tempo de apreciar a expressão de espanto dessa idiota, porque a minha curiosidade me faz olhar rapidamente por cima do ombro.

      O homem parado na entrada da cozinha é parecido com Theodoro, exceto por ser uns cinco centímetros mais baixo, mas tão musculoso quanto o meu homem. Ele também não se veste como Theodoro, e suas roupas são descoladas e pretas, como a de um motoqueiro.

     — S-senhor eu... — A mulher começa, assumindo uma expressão inteiramente passiva, muito diferente da víbora que me atacou momentos antes.

     — Saia dessa casa agora. Pelo que eu ouvi, você tem um hábito muito nojento de se intrometer onde não te cabe. Duvido que isso vá pegar bem nos seus próximos empregos.

     — P-próximos empregos...?

    — Acha mesmo que vai voltar a colocar os pés nessa casa depois se tudo que acabei de ouvir? E pode ter certeza, vou me certificar de que se algum dia alguém te contratar de novo, saiba como você gosta de tratar os seus superiores. — Ele continua, apontando para a entrada de serviço e dando dois passos para a frente, ficando ao meu lado.

     Marta não tem escolha a não ser simplesmente abaixar a cabeça e sair da cozinha, me fazendo precisar de alguns segundos para processar toda a cena que acabou de desenrolar na minha frente. Eu olho para o cara ao meu lado e encontro-o me encarando com um sorriso no rosto e os olhos um pouco divertidos, como se a expressão assustadoramente parecida com a de Theodoro que vi ele usar agora pouco fosse apenas uma máscara.

     — Você deve ser o Santiago, meu irmão me falou sobre você. Eu sou o Dominic. — Ele agarra a minha mão e a aperta levemente, antes de sentar ao meu lado na mesa e começar a encher o seu prato com tudo que há pela frente.

     — Oi. — Digo, ainda totalmente surpreso. Com aquela cara de mal ele era incrivelmente igual a Théo, mas agora ele está diferente, apesar da semelhança física.

      — O irmão deve ter ido pra empresa, certo? — Ele pergunta, antes de enfiar um pedaço de bolo inteiro na boca.

     — Sim. — Digo, afastando o meu prato. A briga esquisita com aquela mulher me fez perder a fome, e eu já tinha comido muito mesmo.

      — Um concelho pra você, Garoto. Não deixe ninguém falar daquele jeito contigo nunca mais. Quando você não revida e assume uma postura submissa, eles vão pegar ainda mais pesado, até você não aguentar mais. — Ele avisa, então assinto com a cabeça, absorvendo as suas palavras.

     — E outra, meu irmão não é do jeito que aquela vagabunda falou. Não deixe ninguém criar uma imagem na sua mente que não condiz com Theodoro. Você provavelmente é a pessoa que está convivendo mais tempo com ele, então deve saber como ele é por conta própria. — Dominic continua, apontando com o garfo para mim de forma descontraída.

     — Certo. — Confirmo novamente com a cabeça. Ele parece ser do tipo falante, completamente o contrário do seu irmão.

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