CAPÍTULO 22

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SAM

    Não sei muito bem o que esperava, mas quando Theodoro me leva até a entrada e mostra um cartão preto para os dois seguranças armados que ficam ao lado da porta, eu sei que com certeza será diferente de tudo que minha imaginação fértil pensou que seria.

    Depois de uma rápida checagem, os dois seguranças monstruosamente enormes liberam a nossa entradas. Um deles é negro e o outro é moreno, esse último tem uma cicatriz longa de um lado ao outro do rosto. Ambos tem a mesma estatura que Théo, mas parecem mais gângsters de rua do que mafiosos.

    Theodoro segura o meu pulso e me puxa através da pequena porta de ferro, por onde ele precisa se abaixar para não bater a cabeça no batente.

    O que quer que tenha aqui, não é no primeiro andar, porque depois de andar alguns metros pelo corredor escuro, uma escada longa desce até o subterrâneo, por onde descemos em passos rápidos, enquanto Théo segura o meu pulso com mais firmeza, pronto para me pegar no primeiro sinal de instabilidade que eu der.

     No fim das escadas há uma porta dupla de aço, que está um pouco amassada e arranhada, como se alguém tivesse tentado forçar passagem.

    — O club é privado, mas há pessoas que querem conhecer de um jeito ou de outro. — Theodoro explica, dando de ombros, como se soubesse o que estou pensando. Esse lugar me dá um pouco de medo, então me aproximo um pouco mais dele, me aconchegando ao seu lado.

     O homem gigante ao meu lado passa o mesmo cartão que mostrou para os seguranças pouco tempo atrás num leitor preso na parede, fazendo as portas duplas se abrirem automaticamente.

     — Vamos lá, coelhinho. — Ele diz, me dando um sorriso tranquilizador, enquanto me puxa para dentro.

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     A primeira coisa que registro é a mudança abrupta de cenário. O corredor escuro e as portas de aço amassadas pareciam levar para um abatedouro abandonado, mas o imenso cômodo que se estende diante de nós é completamente requintado e chique, num estilo vitoriano clássico.

     Colunas de mármore branco estão espalhadas pelo cômodo, assim como sofás e mesas. O lugar não é bem iluminado, mas consigo ver que há uma espécie de bar na parede da direita, onde dois barmans sem camisa estão atendendo.

     Pessoas andam para lá e para cá de forma tranquila, conversando e rindo. Quase todos estão vestindo preto ou um tom escuro de vinho, e eu arregalo os olhos ao perceber os diferentes estágios de nudez presentes na sala. A maioria são homens, mas há algumas mulheres também, todas aparentam ter mais de trinta anos.

     Nos cantos e partes mas escuras, consigo ver nuances de corpos se movendo com rapidez, e pelos gemidos baixinhos e sons esganiçados, sei que as pessoas ali não estão apenas se beijando. Isso faz minhas bochechas arderem pra caralho, então desvio o olhar rapidamente.

    — Por aqui, Santiago. — Theodoro me puxa pelo cômodo como se fosse o dono do lugar, com um olhar de superioridade no seu rosto duro que me faz querer cair de joelhos e beijar as suas botas. Ele se encaixa nesse lugar de uma maneira assustadora, principalmente vestindo essa camisa transparente que deixa a mostra todo o seu dorso magnífico.

     Nós passamos por um casal sentado em um sofá. O cara mais velho está segurando uma corrente, presa na coleira que há no pescoço do outro homem que está de joelhos entre as suas pernas, vestindo apenas uma cueca. Suas costas estão cheias de vergões avermelhados, mas nenhum deles cortou a pele. O seu dominador se aproxima devagar e lhe dá um tapa no rosto, mas eu invés de chorar ou ficar espantado, o jovem de joelhos tem uma expressão de prazer, gostando completamente disso.

    Eu observo a cena completamente espantado, principalmente quando percebo que quero que Theodoro faça bem pior comigo, e que eu iria gostar muito disso.

     — Ora ora ora. Quem é vivo sempre aparece, certo? — uma voz me tira dos meus devaneios, e um homem alto e com quase tantos músculos quanto Théo se materializa na nossa frente. Ele tem um cabelo loiro e curto, olhos castanho claros e um nariz que parece ter sido quebrado pelo menos duas vezes.

     O homem é bonito, muito bonito, na verdade, mas a sua expressão me dá arrepios. Theodoro é assustador de um jeito totalmente dominador que me faz querer que ele faça tudo que quiser comigo. Esse homem é assustador de um modo que me faz querer ficar um pouco longe.

     — Alejandro. — Théo cumprimenta o homem, com uma voz assustadoramente fria, mas o sorriso do homem continua largo, com uma falsa simpatia. O seu olhar recai sobre mim, e ele me analisa de cima a baixo repetidas vezes, lambendo os lábios. Isso me faz encolher um pouco os ombros e me aconchegar ainda mais em Theodoro, que passa um braço pela minha cintura de forma possessiva.

     — Vejo que conseguiu um novo brinquedinho, Theodoro. E que serzinho mais... Interessante. — O homem diz, enfiando as mãos dentro dos bolsos da calça preta que completa seu terno.

     — Pense muito bem antes de falar qualquer coisa. Como é o ditado? Boca fechada não entra bala, né?

     — Mosca, Theodoro. Você sabe que é "mosca". E isso é uma ameaça? — O sorriso do homem loiro se alarga ainda mais, mostrando dentes brancos e polidos, de uma forma que parece ser 100% artificial.

     — Diz você, compagno. — A voz de Théo fica ainda mais fria quando ele fala em italiano, e o cara não tem tempo de responder, antes que o homem lindo ao meu lado Simplesmente saia andando, me levando em direção ao bar.

     Um dos barmans sem camisa traz duas taças com bebidas azuis e praticamente fluorescentes para nós. Eu pego a minha taça e tomo um gole incerto, surpreendendo a mim mesmo quando o gosto bom e doce se espalha pela minha boca.

    — Cuidado aí, coelhinho. Isso tem mais álcool do que você imagina. — Theodoro avisa, enquanto pega o seu copo e me leva até um dos sofás, que fica perto de uma espécie de palco quadrado que fica exatamente no centro do salão, com coisas estranhas espalhadas nele, correntes, algemas, chicotes e tudo mais que se pode imaginar.

     Theodoro senta no sofá vermelho e me puxa para o seu colo, me fazendo sentar em cima da sua coisa enorme e nada discreta. Isso me faz ficar com vergonha, porque há pessoas passando do nosso lado, mas ele parece não se importar com isso, e aliás, existem outras cenas bem mais comprometedoras que isso aqui (o submisso chupando o outro cara ali no canto evidência muito bem isso).

     As mãos grandes de Theodoro vão para a minha cintura, então percebo que ele deixou sua bebida de lado. Eu engulo em seco e coloco a minha no braço do sofá também, antes de deitar no seu peitoral, enterrando o rosto nos seus músculos duros e quentes.

     — Você vem aqui com frequência? — sussurro para ele, esfregando o nariz nos seus pelinhos e sentindo o seu cheiro bom, enquanto aquele seu negócio lá embaixo cresce sem parar.

     — Não nos últimos tempos. — Ele explica, acariciando a minha bunda e me fazendo gemer baixinho, rebolando de maneira involuntária contra ele.

     — E-entendi. — Gaguejo, tocando os seus músculos duros com as minhas mãos trêmulas. Consigo sentir alguns olhares em nós, além de escutar sussurros sobre como o meu homem é lindo e sexy.

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