Capítulo 7 - Emma

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Falta uma semana para o meu casamento, os dias passaram muito rápido. Ainda não posso acreditar que vou casar com um cara que tem idade pra ser meu pai. Eu só queria minha vida antiga de volta.

O anel que Lynch me deu de noivado é a coisa mais cara que já tive na vida, mesmo quando " fazia parte" da família Sinclair não tive uma jóia nem perto dessa. Esse anel não combina comigo, nunca fui de me arrumar, na verdade gosto de passar desapercebida.

No dia do noivado tinha vontade de abrir um buraco para me esconder com todas aquelas pessoas olhando. Betina me venceu pelo cansaço, de tanto que insistiu para colocar aquele vestido. Sentia meu rosto ferver sob os olhares curiosos das pessoas.

-Senhora Emma- Martin me chama.

- Oie Martin. Quanto tempo- o comprimento- Já falei pra me chamar de Emma.

- Claro Emma- ele dá um sorriso de lado- Bernard quer te ver.

- Me ver?- pergunto pra ter certeza.

- Sim.

- Tenho a opção de não ir? Estou muito ocupada.

Martin me olha tentando não rir, eu estava sentado no sofá da biblioteca lendo um livro com meus dois gatos no colo.

- Vou trocar de roupa, estou cheia de pêlos- digo por fim.

Por mais que adorasse irritar Lynch, a cara de Martin denunciava que se não fosse por bem iria a força. Tinha que começar a aceitar que eu não tinha saída, havia pensado em vários planos mirabolantes de fuga, mas sem dinheiro e ajuda não iria muito longe.

Sigo para o centro da cidade.

- Onde estamos indo?- pergunto.

- A uma das empresas de Bernard- Martin responde.

- Desde quando mafioso tem empresa?

- É preciso para lavar dinheiro. Você não sabe muito sobre Bernard?

- Por que saberia?

- Ele vai ser seu marido.

- Não é como se estivesse nesse casamento por vontade.

- São dois cabeças duras- Martin suspira.

Antes que possa falar qualquer coisa nós chegamos. Martin me leva até o escritório, na antesala vejo a mulher do dia do noivado, nem para roubar meu noivo serviu. Que amante meia-boca.

- Que prazer te ver cerejinha- Lynch me recebe- Desculpa minha ausência, muito trabalho. Prometo ser mais presente na nossa vida conjungal.

- Adoro ficar sozinha.

- Vem aqui- ele dá um tapinho em sua perna.

Ele acha mesmo que vou sentar no seu colo? Está muito enganado. Sento na outra ponta do sofá ficando o mais longe dele possível. Não resolveu muito, Lynch vem e senta do meu lado.

- Vou ter muito trabalho para te reeducar- ele cheira meu cabelo- Marquei alguns exames para ver como sua saúde está.

- Claro, como você vai aceitar uma vaca parideira sem saber como está a saúde dela.

- Dá pra me dar uma resposta que não seja regado a sarcasmo e deboche como uma boa menina.

- Claro daddy- Sei que ele não gostou de ouvir que parece meu pai- Vou fazer todos os exames.

Ele cerra os punhos.

- Comprei algo para você- vai até sua mesa e volta com uma caixa de chocolate- Betina me falou que você adora chocolate. Eles são suíços, dizem que é da melhor chocolateria.

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora