Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)

Capítulo 35 - Bernard

Trazer o amigo de Emma passar uns dias aqui serviu muito bem para meu propósito. Conrad conseguiu a convencer a conversar com o psicólogo, e também a animou.

Emma estava feliz ao lado dele.

Foi uma decisão muito difícil, trazer um homem estranho para fazer companhia à minha esposa. Cresci num ambiente machista, para mim isso não é normal, muito menos agradável. É humilhante. Só que não aguentava mais vê-la se afundando em seus traumas sem querer ajuda.

Aquele dia que Emma contou todos os seus traumas para Conrad, eu ouvi tudo, tenho sistema de câmeras e escuta pela casa toda, é por uma questão de segurança, mas usei para outros fins. Fiquei com mais raiva de Jacques Sinclair, tive que ter muito controle para não caça-lo como o rato que ele é, não quero expor minha cerejinha.

O pior estava por vir quando fui ver ela mais tarde. Ela falava para o amigo que agradecia eu ter amantes.

Saber que Emma me despreza sempre soube, e pouco me importava com isso.
Sou um cara bem arrogante não tem como negar.

Desde esse dias ... essas palavras começaram a me deixar encomodando. E mais do que irritado com a simpatia de Emma com todos, foi a inveja. Eu queria os sorrisos dela, queria todos os sorrisos dela para mim. Queria que ela me abraçasse e queria aquele tipo de convívio que ela tinha com os outros.

Ao menos ela começou a conversar com o psicólogo. É meu dever como marido cuidar dela. Quero ver minha esposa feliz, não como agora onde ela finge estar bem. Feliz de verdade.

E tudo isso é minha culpa. Foi as ações de Florence que fizeram ela surtar, eu devia ter colocado minha secretária em seu lugar na noite do noivado. Se arrependimento matasse.

Faz algumas noites que voltei para nosso quarto. Na noite que ela me pediu para dormir com ela foi um choque, sabemos que Emma odeia minha companhia. Mas tudo ficou explicado com a crise que teve, ela acordou apavorada. Parecia que ia ter outra surto, estava tão mal que dormiu em meus braços.

Ela parecia tão frágil e desprotegida. Eu só queria a proteger do mundo e de todos que lhe fizeram mal naquele momento.

Os pesadelos tem melhorado, nas duas últimas noites ela dormiu bem. Mas sempre se agarra em mim durante a noite. E se a soltar de meu braço ela acorda. Isso me deixa contente, que ela veja, mesmo que inconscientemente, um porto- seguro em mim.

Quando falo que quero melhorar como marido, falo a verdade. Errei muito com Emma e depois de a ver tão ferida... sou o culpado dessas memórias ruins terem voltado.

Outra coisa que está me deixando louco é o sexo, no caso a falta dele. Sou homem tenho minhas necessidades. Desde antes do incidente não dormia com mulher alguma além da Emma. Não que não tivesse tentado, só que era sempre ela que meu corpo queria.

Só que não é o momento para pensar nisso, eu sei. Mas, dormi com Emma se agarrando em mim não é uma tarefa fácil, meu corpo reage aos toques dele. Acabei viciado em minha cerejinha.

No trabalho tenho um secretária nova, Mirtis, uma senhora de mais idade, Hugo garantiu que não teremos novos problemas, não tenho do que reclamar ela é muito competente.

- Como Emma está?- Hugo pergunta após terminarmos de olhar alguns contratos.

- Não sei - suspiro- Ao olhar você diria que está bem... só que não parece a Emma. Ela apenas finge que está bem.

- Depressão é um negócio complicado, não é igual um dor de cabeça que toma o remédio é tchau. E a da Emma sabemos que está num nível bem grave.

- Ela me pediu para voltar para o quarto...

- Você não estava dormindo com ela?- pergunta incrédulo.