A festa já terminou, ainda bem, que coisa chata, pelo menos a comida era boa. Por falar em comida peguei alguns doces e vim sentar na varanda para comer. Adoro admirar a lua, me dá uma sensação de paz, e hoje ela está mais linda no céu de Paris.
- Vai pegar um resfriado- Lynch aparece com uma garrafa de vinho e uma taça.
Ele tira seu paletó, colocando em meus ombros, as vezes ele parece um perfeito lorde inglês.
- Obrigado- tento ser educada- Quer?- ofereço um doce.
- Não- se senta do meu lado.
Ele me olha comer enquanto toma seu vinho.
- Me deixa encomodada você me olhar assim.
- Você é minha esposa, normal eu te olhar-me oferece a taça com vinho- Não quero que sorria mais para os outros homens.
- Tava demorando pro velho rabugento atacar- pego a taça tomando um gole- E além do mais nem falei com aquele homem, e ele já chegou falando que na família dele era tradição casar com mulheres ruivas.
- Aquele puto desgraçado- esbraveja.
Lynch normalmente não fala palavrão, ele é muito polido.
- Esqueci que você odeia que digam que podia ser meu pai.
Ele cerra os punhos. Começo a rir.
- Desculpa daddy - provoco um pouco.
- Cerejinha... Cerejinha- ele pega e coloca um doce em minha boca- Não gosto de ouvir dos outros, mas adoro ouvir você me chamando de daddy.
- Como? Você sempre fica irritado?- agora não entendi nada.
- É estranho uma mulher me deixar duro apenas com uma palavra- ele coloca minha mão sobre seu pênis.
Ele está duro mesmo, tento fugir mas ele me segura.
- Você já devia estar acostumada.
- Com você ser um velho tarado? Nunca.
- Você estava civilizada demais, demorou demais pra esse temperamento horrível aparecer.
- Eu estava no meu canto quieta, você que veio aqui por que quis.
- O que tem de bonita, tem de repondona- ele resmunga.
- Acho que bebeu demais querido marido, está falando baboseiras.
- Agora seria educado você me elogiar também.
- Te elogiar?- arqueio a sombrancelha.
- Sim, dizer como sou educado, cavalheiro, pode dizer também que sou bonito...
- Modesto...
Começamos a rir, é estranho estar aqui tendo uma conversa normal.
Fixo meus olhos na Torre Eiffel, ela a noite vira um espetáculo a parte.
- Deve ser um vista maravilhosa- comento.
- Da onde? Da Torre?- aceno que sim- Nunca foi lá?
- Não, nunca tinha vindo à Paris, passei boa parte da vida escondida e nos anos que vivi sozinha não tinha dinheiro para isso.
Ficamos em silêncio, até Lynch se levantar.
- Vamos- me estende a mão.
- Aonde?- questiono pegando sua mão.
- Para a Torre Eiffel, não posso deixar minha esposa sair dizendo por aí que nunca esteve lá.
- É quase duas da madrugada, está fechada à essa hora.
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Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)
Roman d'amourAté onde vai uma vingança? Para Bernard Lynch muito longe. Atualmente ele comanda a máfia parisiense, conhecido como o Governante das Sombras, nada acontece na cidade sem que ele saiba. Mas não pense que chegar aqui foi fácil, na juventude teve seu...