Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)

Capítulo 48 - Emma

Na viagem de trem tudo ocorreu bem, depois de duas horas desembracamos numa cidadezinha pequena, onde um homem grisalho nos esperava. Lembro de ter ver ele com Ava em Paris.

O trajeto até San Petersburgo foi longo, mas agora estava tranquila. Ava tinha me tirado em segurança de Moscow, se ela dizia que estava segura em seu território não tinha porque duvidar.

Diga-se de passagem, muito impressionante como ela sozinha despistou e enganou todos os soldados da Bratva.

- Bem-vinda à mansão Wallerius- Ava diz.

Um casa imensa... já achava a casa de Lynch grande, essa é maior ainda. Por acaso os mafioso competem pra ver quem tem a casa maior?

Na frente da casa tem um fonte imensa com estátuas douradas. Por dentro então, parece casa da realeza. Tem coisas aqui tão antigas que deviam estar num museu.

Ao chegar na sala de estar vejo Aurora. Ela vem me abraçar.

- Que bom que as duas saíram sem nenhuma arranhão- ela fala.

Aurora abraça Ava. Vejo ao fundo um vivário, tipo que se tem em zoológico, com uma cobra imensa. Fico pálida.

- Não me diz que tem medo de cobras- Ava provoca.

- Não tinha até ver o tamanho dessa- devia ter uns quatros metros.

- O vidro é a prova de balas, não tem chances dela fugir- Ava diz.

- Por acaso... tu não faz as pessoas que tu não gosta de lanchinho de cobra?- não segurei a língua.

- Na verdade, ela não tem tamanho para engolir uma pessoa inteira, mas você me deu uma ideia- Ava abre um sorriso sádico- Só preciso de uma cobra maior.

- Chega desse assunto bizarro- Aurora encerra a conversa- Emma acho que você precisa de um banho.

- Vou te levar até seu quarto para descançar- Ava diz.

- Obrigado- abraço Aurora- Não sei quando vou poder agradecer o que você e Ava fizeram por mim.

- Me dizeram uma vez que as mulheres têm que se ajudar- Aurora me fala com um sorriso.

Sou levada ao segundo andar, essa casa vai ficando cada vez mais luxuosa.

- Tem o resto da minha família pra te apresentar, meus primos estão em missão só voltam amanhã, meu irmão chega daqui a pouco- Ava para diante de uma porta- O segundo andar é dividido em alas, essa é a minha, senão quiser ver uns homens andando pelado fique por aqui. Vou ver umas roupas para você, durma um pouco depois vamos conversar.

O quarto é luxuosa como todo o resto da casa, vou para o banheiro e tomo um banho relaxante. Ao sair paro na frente do espelho e olho minha barriga, ainda não aparece nada, também nem dois meses tenho ainda.

No meio dessa loucura dos últimos dias, nem consegui assimilar direito as informações.

Eu estou grávida.

Tem um bebê crescendo na minha barriga.

Meu e de Lynch.

O que eu faço agora? Não posso só pensar em mim. Tenho que pensar nesse bebê.

- Oi, bebê- aliso minha barriga- É a mamãe. Sei que estive bem nervosa nos últimos dias, e isso deve ter te deixado angustiado. Mas agora tudo vai ficar bem. Mamãe te ama.

Depois de algumas horas de sono, me chamam para o escritório da Ava. Aurora também está aqui com Reinier.

- Seu bebê está lindo- falo sentando do lado dela.

- Obrigado- Aurora fala com um sorriso- Ele herdou a maioria dos meus traços, mais cada dia que passa parece uma nova versão do Leon.

Agora me pergunto será que meu filho vai se parecer comigo ou com Lynch?

- Posso pegar ele?- pergunto.

- Claro- Aurora ajeita ele em meu colo.

Esperto do jeito que é, Reinier começa a brincar com meu cabelo.

- Disse que cabelo ruivo era chamativo- Ava brinca- Até o Reinier concorda.

- Te chamamos aqui por que seu marido me ligou- Aurora diz- Ele estava desesperado, pedindo para te rastrear. Falei que sem nada concrerto de onde você estava ou qualquer pista, não tinha como te achar.

- Você não falou nada sobre isso tudo?- pergunto.

- Claro que não, não sei se vai querer voltar para ele- Aurora responde.

- Não sei se tenho essa opção- suspiro.

- Claro que tem- Ava diz- Te falei se quiser ficar aqui, eu te escondo e protejo.

- Estou grávida do Lynch...

As duas ficam em silêncio.

- Sorte termos agido antes de descobrirem- Ava levanta pegando uma garrafa de vodca- Vai saber o que a mente insana de Andrei ia fazer se descobrisse isso- serve um copo.

- Por isso vou ser eternamente grata a vocês- digo.

- Vai voltar para Paris?- Aurora pergunta.

- Sinceramente não sei- mordo os lábios- Eu e Lynch estávamos no caminho certo... mas tivemos alguns problemas e mentiras nos últimos dias.

- Pode nos contar- Aurora coloca a mão em meu ombro- Vamos te ouvir.

Preciso mesmo desabafar com alguém, elas parecem sera as pessoas certas. Conta para elas de minha mãe, como virei esposa de Lynch, de Florence, das promessas, de tudo... menos dos abusos e minhas tentativas de suicídios, tenho vergonha disso.

- Nossa ... ele foi um canalha- Aurora fala de olhos arregalados- Eu engravidei do Reinier por acidente, tomava anticoncepcional e aconteceu. Mas ele te tirou teu direito de escolha e não se preocupou com sua vontade- ela pega Reinier.

- Nós estávamos indo bem... só na minha cabeça mesmo. Pra ele era apenas um troféu- seguro as lágrimas.

- Não que eu esteja do lado do Lynch- Ava diz- Ele errou feio, merecia uma bela surra por isso, que eu adoraria dar. Eu não conheço de amor, mas conheço de pessoas e ele parece se preocupar muito com você. Quando ele veio me procurar estava desesperado... Mas é uma decisão só sua.

- Sabemos que é uma decisão difícil, Emma- Aurora me olha com carinho- Tome seu tempo e pensa no que vai te fazer feliz.

- Vamos te apoiar no que decidir- Ava completa.

- Não vai ser perigosa para você, eu ficar aqui?- pergunto para Ava.

- De maneira nenhuma- ela responde- Não sei se sabe, mas minha família trabalha com comércio de armas. O que significa que eu monopolizo o Porto, aeroporto, estação de metro e rodovias. E não menos importante as fronteiras, se eu fechar a cidade nem uma mosca entra em San Petersburgo sem que eu sabia- ela falou com tanta firmesa que não tem como discordar.

- Bem humilde como sempre- Aurora debocha.

- Você está segura aqui Emma, tem minha palavra como dom- Ava diz com um sorriso.

Não tinha porque duvidar.