Capítulo 54 - Emma

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Faz dez dias que voltei para casa... As coisas aqui andam confusas, eu sinto muita raiva do Lynch. Mesmo ele me explicando tudo, não sei se é verdade o que ele fala, pelo menos está sendo bem convincente.

Não queria viver em pé de guerra com ele, pelo bebê, mas também não consigo deixar ele se aproximar. E olha que esse homem anda me bajulando muito. Esses dias até fiz ele sair no meio da noite buscar profiterolis que estava com vontade de comer, isso era duas da madrugada. Foi maldade da minha parte? Foi. Estava com vontade de comer, mas não chegava a ser um desejo.

Lynch mal tem saído de casa, anda resolvendo todas os negócios daqui mesmo. Parece que tem medo que me roubem novamente debaixo dos seus olhos.

Esse homem sabe o caminho do meu coração.

A primeira vez que ele disse que me amava tive vontade de socar a cara dele. Parecia que ele não sabia o peso dessas palavras e as estava dizendo apenas como promessas vazias. Ele continuo repetindo a frase, eu sempre respondo que o odeio, e mesmo assim ele continua falando.

Hoje posso dizer que fico mexida quando escuto essa frase, acho que são os hormônios da gravidez. Estávamos tão bem antes do dia que fui sequestrada, aquele dia parece que veio só pra desandar nosso relacionamento.

É muita burrice da minha parte querer voltar para aquela época, estava sendo enganada e ainda sinto falta disso. E sem falar do meu desejo sexual, já tinha ouvido que muitas grávidas ficam com a libido nas alturas e querem sexo à toda hora. Malditos hormônios.

- Emma- Matilda me tira dos meus pensamentos.

- Sim, Tilda.

- Quando vai contar para a Mila que ela vai ganhar um irmãozinho?

Eu ainda não tinha contado, acho que com todos os problemas que tivemos tinha medo de acontecer algo com o bebê.

- Vou contar hoje- decido.

- E como anda as coisas com o senhor Bernard?

Ela sabia qual era a resposta, acho que Tilda queria o ajudar o casal a reatar.

- Você sabe, do mesmo jeito. Aposto que sabe tudo que aconteceu.

Tilda acena que sim.

- Não costumo me meter na vida dos patrões- ela suspira- Eu trabalho aqui faz vinte anos, vi muita coisa acontecer. Posso dizer que o patrão nunca amou alguém como te ama menina.

- Não sei se ele me ama- suspira.

- Ama sim, nunca o vi tão desnorteado e sem rumo igual quando a senhora estava desaparecida. Ele quase foi a loucura lhe procurando e nunca saindo da estaca zero. E agora... Ele só falta lamber o chão que você pisa.

- Nossa estória é complicada.

- Me diz uma coisa, você voltou pelo bebê?- aceno que sim- O que pretende fazer quando ele nascer, em relação à seu casamento?

- Não sei.

- Olha pensa bem, aquele homem anda atrás de você igual um cachorrinho carente, não faria isso se não tivesse sentimento envolvido. Escuta o que essa velha te diz, aquela lá come na tua mão.

- Talvez se ele fizer "au au", dê um beijinho nele- brinco.

Tento não pensar muito nisso, pois eu não tenho muita opção. Ou vivemos assim mal nos falando, ou nos acertamos. Não é algo que eu queira pensar agora.

Vou para meu quarto à noite depois que jantarmos irei contar para Mila de seu irmão. Vejo que Jon Snow está deitado em minha cama, ele gosta de dormir aqui.

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora