Capítulo 8 - Bernard

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Falta apenas dois dias para meu casamento. Não consegui me aproximar de Emma ainda, não tive tempo e nas poucas oportunidades que a vi, ela sempre constrói uma muralha entre nós.

A tática de fazer ciúmes não funciona com ela, aquele dia do noivado ela me ofereceu de bandeja para Florence, como algo indesejado que se livra. Por falar nela, dei um aviso para Florence, não queria a ver num raio de cinquenta metros perto de Emma. Se por acaso minha futura esposa viesse no escritório, ela estava proibida de conversar com Emma. Sempre achei que minha secretária fosse inteligente, transamos muitas vezes, mas nunca prometi nada além de um sexo bem feito, e ela sabia que saia com outras mulheres.

O médico da família chega em meu escritório com os exames de Emma. Meu principal objetivo com esse casamento é ter um herdeiro homem saudável, para os urubus do Conselho me deixarem em paz, tenho que ter certeza da saúde de dela. Terei que forjar os lençóis da noite de núpcias, mas darei um jeito nisso.

Louis me entrega os exame.

- Sua noiva é perfeitamente saudável e fértil.

- Ela não tem nenhuma doença sexualmente transmissível?- falo folheando os exames- Só pergunto para garantir.

O silêncio se faz presente em meu escritório. Vai saber com que tipo de homem Emma andou.

- A senhorita Emma é virgem- fala franzindo as sombrancelhas.

- Como?- devo estar ouvindo mal.

- O que eu falei- Louis me olha sem entender- Ela é virgem... nunca teve relações sexuais... Tem mais alguma maneira de dizer isso.

- Ela viveu anos afastada da máfia, não é como se tivesse que se manter virgem até o casamento.

- Isso você tem que perguntar para ela. meu amigo- Louis fala se levantando.

A única coisa que consigo fazer é ir até a casa de minha irmã, tenho que falar com Emma. A encontro na varanda lendo um livro com seus gatos no colo.

- Como que você ainda é virgem?

- Pensava que ser virgem já era autoexplicativo- fala fechando o livro.

- Por que? Não é normal uma garota de vinte três anos nunca ter se relacionado com alguém.

- Estava esperando o príncipe encantado- fala revirando os olhos.

- Não foi isso que eu perguntei.

- Que merda... Você é o primeiro mafioso que não fica feliz ao saber que sua noiva é pura e imaculada- ela debocha.

Somente mais dois dias e tiraria todo esse sarcasmo dela.

- Mais alguma coisa querido noivo- ela volta a abrir o livro.

- Você é lésbica?

- Se dizer que sim me livro de você?

- Não.

- Então não adianta mentir.

Volto para meu escritório, aquelas roupas escondem bem demais seu corpo. Se não fosse pelo dia do noivado nunca saberia o que essas roupas feias ocultavam.

Emma era virgem.

Essa frase me deixava muito mais excitado do que gostaria de admitir. Claro que eu teria que consumar o casamento, só que meu plano era fazer ela me desejar até o ponto de pedir para que a tomasse como minha. Mas depois das últimas informações, não terei paciência para esse processo, mas ainda não estar em meus planos abusar dela.

Preciso tornar Emma minha. Serei o primeiro homem a encostar nela. Primeiro e único. Esse pensamento me deixa duro.

Merda.

Estou agindo como um adolecente. Lembrando agora, aquele dia que a beijei, ela era bem desajeitada e parecia não saber o que fazer. Não me diga... que minha capetinha mal beijou na vida.

O que Emma fez em seis anos de liberdade?

Ela é filha da Inês, que me traiu.

Admito que agora Emma tem minha curiosidade. Chamo Martin em minha sala. Não demora muito para ele estar sentado em minha frente.

- O que você me conta sobre a vida de Emma?- pergunto.

- Fazia o relatório para você certinho- ele responde.

- Não, estou perguntando sua impressão sobre ela.

- Bem...- Martin pensa um pouco- Não tem muito o que contar. Ela tinha uma vida normal, não saia quase, o único amigo que ia na casa dela era o Conrad.

- Eles pareciam ter alguma coisa a mais?

- Não... Por que esse interrese repentino na Emma?

- Mandei fazerem uns exames, para garantir que ela era fértil e saudável, e o Louis disse que ela é virgem... Não consigo entender por que ela nunca transou com ninguém.

- Já tentou perguntar para ela?

- Você já viu o jeito que Emma fala comigo?Uma mistura de deboche com sarcasmo. E foi exatamente assim que ela fez quando perguntei, falou que esperava o príncipe encantado.

- Tá aí tua resposta.

- Eu não entendo essa garota. No dia do noivado Florence a confrontou, disse que era minha amante, e que eu sempre voltava pra ela, que nunca íamos ser felizes no casamento. Eu vi tudo e pensei foi deixar rolar, Emma vai ficar com ciúmes e vou poder usar isso a meu favor. E sabe o que ela fez?

- Ficou furiosa- Martin diz.

- Não- suspiro- Colocou o anel de noivado no dedo de Florence, e disse que não queria ser a vilã da história e que era pra fazer bom proveito de mim.

Martin começa a gargalhar.

- Por essa eu não esperava.

- Nem eu. Não sei quem ficou mais surpreso eu ou Florence. Ela pouco se importou com o fato de eu ter uma amante.

- Sejamos sinceros Bernard. Ela não está nesse casamento por vontade própria, Emma parecia gostar da antiga vida e você não fez muito para se aproximar dela e a deixar confortável aqui.

- Ela veio para Paris porque quis, não a obriguei.

- Tem um limite que a pessoa pode ser cínica... até para você, grande dom. Fazer ela perder o emprego e ameaçar cada um que dava um novo pra ela, se chama o que? Sem falar que você estava perdendo a paciência e logo a traria arrastada para cá. Estou mentindo?

Tudo que Martin jogou na minha cara era verdade. Emma se mostrou mais difícil de alcançar do que imaginava.

- O que você sugere, Martin?

- Pra começo de conversa não concordo com esse casamento, Emma não tem culpa dos erros que a mãe dela cometeu, e ela não merece sofrer nas suas mãos.

- Além de Betina e Hugo, minha cerejinha conseguiu mais um defensor- debocho.

- Quem vai casar é você- fala bravo- Descubra um jeito de conquistar sua noiva sozinho, ou a idade te fez perder o charme.

- Sorte sua ser meu amigo, senão já teria mandado cortar sua língua.

- Sorte? Chamo de azar ,tenho que assistir suas loucuras quieto.

Por que todos defendem aquela capetinha ruiva? De dez palavras que ela me fala, oito são para me afrontar. Mais logo irei dominar aquela boca mal-criada.

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora