Capítulo 51 - Emma

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Passo meu dedo pelo pingente de cereja da minha pulseira, ainda uso a pulseira que Lynch me deu de aniversário. Devia odiar ela, por ser um símbolo de todas as suas mentiras. Mas ainda gosto dela, é como se fosse uma doce ilusão.

Depois de pensar bastante... não quero que meu filho cresça igual a mim. Quero o melhor para ele. Se for um menino, ele será herdeiro de toda máfia parisiense, não posso negar seu direito de nascença, seria egoísmo demais da minha parte.

Sinceramente, não tenho vontade nenhum de olhar para a cara de Lynch, mesmo sentindo muita saudade de Mila e dos outros.

Não posso pensar apenas em mim agora.

Estou aqui parada no lugar que marquei, primeiro preciso ter uma conversa com ele. Não me sinto confortável em voltar para casa, mas farei isso pelo meu filho.

A imagem de Lynch apare um pouco mais ao longe, parece que ele perdeu peso. Ele acelera o passo, quando seu rosto fica mais próximo vejo que ele tem olheiras e está bem abatido. Pelo jeito era verdade que ele estava louco atrás de mim.

Lynch vai chegando mais perto, até eu recuar alguns passos, estão ele para à quatro passos de mim.

- Emma...- ele parece aflito- Como você está? E o bebê?

- O bebê está bem- passo a mão pela barriga- Pouco tempo ainda para aparecer...

Os olhos brilhantes de Lynch está nublados e melancólicos.

- Eu estava ficando louco sem notícias suas- ele se aproxima- Não dormia, não comia... só conseguia pensar em você e no nosso bebê...

Tento recuar e ele agarra minha mãos. Lynch sempre foi uma pessoa calma e contida, hoje ele parece desesperado.

- Para Lynch- tento me soltar- As coisas não são fáceis assim...

- Emma- fica mais aflito- Volta pra casa. Volta pra mim... Eu errei com você- ele me abraça- Não devia ter sabotado seu anteconcepcional... me desculpa. Eu vou me redimir, nem que leve a vida toda.

Lynch me encara. Nunca fui uma pessoa rancoroso, mas não consigo acreditar nele.

- Como posso confiar em você, Lynch?- minha voz saí sem emoção- Você sempre mentiu...

Ele caí de joelhos aos meus pés.

- Eu te amo, Emma- diz olhando para o chão.

Não acredito nas palavras que ouvi. Isso não pode ter saído da boca do Lynch.

- Jogo todo meu orgulho fora- agora ele me olha- Eu te amo, Emma. Imploro, por favor volte para casa. Mila sente sua falta, eu sinto sua falta. Vamos ser uma família, eu , você e nossos filhos.O que Leblanc te falou é um mal-entendido. Você é a única mulher que amei de verdade na vida.

Nossa... nunca achei que ouviria essas palavras vindas de Lynch. Até ficaria extremamente feliz se a situação fosse outra. Não consigo confiar nele, as pessoas que deviam me proteger foram sempre as que mais me machucaram.

- Eu vou voltar para Paris- ele levanta tão rápido me abraçando que nem consigo fugir- Não por você, nem por mim, e sim por essa criança- ele me solta- Não vou ser egoísta o privando do amor paterno, não quero que cresça abandonado igual eu.

- Emma...

- Entre nós não haverá mais nada, quero um quarto separado, já deixo claro desde agora. Se quiser arrume outra amante- digo.

- Te prometi que não teria mais amantes...

- Tanto faz- começo a me distanciar- Pode voltar primeiro, Ava vai me levar para a França, vamos entrar em contato.

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora