capítulo 23

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Marcela Miranda 💔

Terminei de coloca as roupas na máquina e entrei dentro de casa com o cesto de roupa na mão.

Meu corpo todo está dolorido, principalmente minha cabeça.

Escutei a porta da sala sendo aberta e levantei o olhar vendo o Vieira entrando.

Ele me encarou de cima a baixo é eu já tremi. Não esperava que ele ia chegar mais cedo hoje.

Eu não fiz comida...

Vieira: Já fez o almoço?- Ele perguntou deixando o fuzil encostando na parede. Jogou suas chaves e a carteira no rack.

Marcela: Ainda não...- Falei com medo- Você chegou cedo, não me avisou... Ia começar a fazer o almoço agora.

Ele me encarou travando o maxilar e eu já me preparei para o que ia vim.

Vieira: Você não faz porra nem uma! Que merda você tava fazendo?- Ele veio chegando mais perto e eu deixei o cesto cai do chão me distanciando dele.

Marcela: Pelo amor de Deus, Vieira!- Ergui mãos mãos tentando deixa ele o mais longe possível - Eu sempre faço comida as onze para não fica fria na hora de você comer! Só que você chegou cedo, chegou na hora que eu começou a preparar!

Ele bateu nas minha mãos, segurou meu cabelo puxando  e eu comecei a chorar pela dor que ficou mais forte.

Gabriel me jogou no chão e eu me encolhi tentando proteger minha barriga. Os chutes e murros que ele me dava na costela e no rosto fazia cada vez eu apertar as pernas sobre a barriga tentando proteger de qualquer forma.

Vieira: Isso é para você aprender, porra!- Gritou apontando o dedo na minha cara- Sabe muito bem que hoje eu chego cedo e vem com essas porras! Da próxima vez eu te mato de vez!

Me deu um último chute e saiu pegando as coisas. Escutei a porta batendo e eu comecei a chorar mais ainda.

Está tudo doendo... Tudo dolorido, e cada movimento que eu tento fazer dói mais ainda.

Me arrastei até o sofá me apoiando nele e me levantei com dificuldade.

Andei até o corredor chorando e entrei no quarto. Parei na frente do espelho levantando minha blusa vendo que estava toda roxa. Minha boca sangrava.

Passei a mão sobre minha barriga e cai no chão.

Marcela: Desculpa filho... Desculpa por deixa a gente passar por isso...

(...)

Estou grávida de um mês. Nesses últimos tempos eu evito muito contrária o Viera.

Depois que descobri que estava grávida, sempre tento proteger meu filho das bancadas.

Nunca quis viver nisso, e eu tento ao máximo alertar as meninas que acham que a vida de mulher de traficante é só o luxo.

Talvez de alguns sejam, porém o meu não é!

Sou casada com o Gabriel a quatro anos, me envolvi com ele com dezoito anos. No começo ele era um amor de pessoa.

Sempre cuidando de mim e me dando o amor que eu sempre sonhei. Talvez por isso que eu me entreguei muito fácil.

Depois que eu fui mora com ele que tudo mudou. Ele literalmente virou outra pessoa, começou a me violenta com as palavras, sempre me deixando para baixo.

Depois minha roupas, o jeito que eu me maquio e minhas amizades. No início eu não me importava, já que ele colocava na minha cabeça que era pro meu bem.

E eu uma menina ingênua acreditava. Depois de um tempo ele me proibido de ver minha família. Aí foi o auge para mim. Surtei legal, gritei, xinguei, bati, esculachei ele.

E foi aí que tudo desmoronou pra valer, Vieira tinha dado o seu primeiro tapa.

Eu fiquei em choque, e ele como o cínico nojento me permitiu perdão. Falou que foi semquerer, fez sem pensar.

Eu não disse nada, só deixei ele me abraça enquanto eu ainda pensava:

"Ele me deu um tapa?"

Depois disso só foi ladeira a baixo. No final eu fiquei sozinha, e estou sozinha!

Apanho quase todo dia, sem conta que tenho o título de corna. Aqui nessa favela eu já não sei, só que na do alemão eu era a corna mansa.

Não podia fazer nada, por que ser chegasse no Vieira eu apanhava por horas.

Já estava de noite, fiz tudo que eu tinha que fazer. Lavei, passei, limpei todos os móveis e fiz a janta.

Deitei na cama me encolhendo e me permitir chora pela décima vez hoje.

Logo escutei a porta sendo aberta e meu coração parou. A cama afundou a o braço tatuado me abraçou por trás.

Vieira: Desculpa amor... Eu fiz sem pensar... Juro que não vai acontecer novamente.

Promessas e promessas atrás da outra. Desculpas e desculpas atrás da outra.

Não disse nada, só continuei no meu canto segurando o choro. Por que ser ele escutasse um suspiro me batia novamente.

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😶

Libertina Onde histórias criam vida. Descubra agora