two

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— Calma, calma, calminha, eu não vou machucar você. - é ouvida a típica fala de gente que obviamente vai te machucar. É agora que eu morro, pensa. Provavelmente a pessoa aqui é um serial killer psicopata, aonde sua próxima vítima será você. Mas porra, morrer com dezesseis anos é foda. — Eu vou te soltar agora, tá? Mas você não pode gritar. Não grita. Pode ser? - você balança a cabeça positivamente, demorando um pouco até o mesmo retirar as mãos de sua boca.

Você da ágeis passos para longe da silhueta do mesmo, pegando um dos cacos de vidro da lamparina quebrada se virando para o mesmo rapidamente, franzindo o cenho, ao ver o garoto em sua frente.

— Eu não vou te machucar. - repete novamente, em uma tentativa falha de te acalmar. Ele retira o capuz, revelando seu rosto. Tinha cabelos cacheados e traços levemente atraentes, suas roupas eram simples, assim como os sapatos aos pés.

— Veio me matar? - ergue o pedaço de vidro em sua mão arrumando a postura, tentando transmitir menos medo.

— Te matar para que? Mais prejuízo?

— Me sentir levemente ofendida, mas claramente você não veio me sequestrar, ou assassinar. Não seria tão burro a esse ponto. - ele franzi o cenho com indiferença, confuso. — Garoto, você acabou de entrar na casa do xerife da cidade.

— Como? - ele arregala os olhos, parecendo ter visto um fantasma.

— Ok, você seria. - cessou em um instante, quase sedendo o braço, a dor de ficar com ele levantado já estava se espalhando pela região, mas preferiu continuar com a retaguarda em alerta, ninguém sabe do que esse garoto é capaz. — Eu sou filha dele.

— Tá bom. Isso foi um sinal para ir embora. Adeus, quem quer que você seja. - ele diz colocando o capuz novamente dando alguns passos em direção a sacada, mas você entra em sua frente, colocando o pedaço de vidro em seu pescoço.

— Antes, você vai me explicar porquê entrou no meu quarto, e quebrou o meu lindo abajur.

— E se eu não quiser explicar. - ele diz colocando as mãos no bolso, fitando com um olhar.

— Eu rasgo sua garganta.

— Não, você não rasga. É filhinha de policial, nunca que iria fazer isso. - cessou ele deixando-a levemente irritada, pois era verdade. — Mas como eu estou de ótimo humor, eu explico.

— Então explica.

— Antes, tira esse pedaço de vidro do meu pescoço.

— Tá com medo que eu tire sua vida, é? - você brinca com as mãos, olha essa cena, fazendo graça com a cara do homem que acabou de invadir seu quarto, a que ponto da vida você conseguiu alcançar. Em um movimento inesperado ele segura seus pulsos fortemente, trazendo sua silhueta para perto de sua face, fustigando cada parte de seu rosto, ficando centímetros de distância.

— Não. É que você já é bem bonita, mas com essa faca levantada na minha direção, passa do nível de perfeição. E eu não resisto beijar bocas de mulheres bonitas, principalmente, quando elas passam do nível de perfeição. Conheci apenas uma, que fosse assim, até agora. - sente as maçãs do rosto se esquentar. Sentia a respiração do mesmo contra a sua, lutando para vê qual que estava mais agitada. Se perdeu naquelas palavras, e em seu olhar hipnotizante, quando percebe que ele tinha invadido seu quarto. E era um completo estranho. Deveria estar com medo, mas por algum motivo que você não entendia, não estava.

Assim que saiu do transe, empurrou o mesmo com toda força que achou naquele momento para longe.

— Sai do meu quarto! - diz tentando manter o tom, para que não chame atenção de sua família do andar de baixo.

— Achei que quisesse uma explicação.

— Sai logo caralho. Se não sair daqui eu vou gritar, e você vai está ferrado.

Vocês ficam mais alguns momentos se encarando, quando o mesmo vai em direção a sua sacada, e usa o que você utiliza como apoio para as plantas, ele usou como uma escada para sair dali, e seguiu para longe.

Deixou o pedaço de vidro cair contra o chão, se jogou na cama colocando a mão da boca, tendo surtos internos por aquele momento. Era um medo, misturado com pontadas de euforismo e desespero. Com aqueles turbilhões vertiginososde de emoções correndo em suas veias, começou a da risada da situação. Você estava fazendo chacotas com a cara de um estranho, o que poderia ter acontecido se ele realmente fosse um serial killer psicopata. Respirou fundo, agradecendo mental por está errada.

Se apressou em limpar os pedaços de vidros no chão, por um lado estava um pouco desapontada, esse realmente era um lindo abajur.

𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐄 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora