eighteen

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Fazia um mês que Mason havia desaparecido.

Depois que entraram em um relacionamento, esse foi o maior período que ficaram separados. Ele não dava notícias, e ignorou literalmente todas as suas ligações e mensagens, não tinha como você ir até a casa dele por conta que não sabia o caminho, se xingou tantas vezes por nunca ter prestado atenção o suficiente quando ele te levava de moto.

Mason abre as pálpebras, com o sono atolado entre seus ossos, tudo que queria é voltar a dormir, como sempre estava fazendo. Após se sentar na cama, tentando se reconectar com a vida, levou a mão até a sua penteadeira ao lado da cama, abrindo a gaveta, vasculhando o local, procurando cegamente pelos remédios que estava consumindo nos últimos dias. Se jogou na cama, colocando ambas as mãos contra os olhos, os pressionando contra seus dedos, frustrado por saber exatamente onde estavam, ou melhor, com quem estavam.

Levantou da cama cambaleando para os lados, descompassado e sem rumo, indo ao banheiro e lavando seu rosto em uma tentativa de se encaixar em estar o mais lúcido que conseguia. Saiu do banheiro, abrindo a porta do quarto que estava infortunado a bastante tempo, descendo para o andar de baixo, em busca da cozinha. Assim que deu o primeiro passo para dentro do cômodo, viu Brooke em cima do balcão mexendo no celular, a ruiva leva o olhar até o cacheado, tentando transparecer menos surpresa possível.

— A bela adormecida decidiu acordar, essa é nova. - a garota brinca, fazendo Mason revirar os olhos por suas provocações.

— Tá, onde estão? - ele pergunta sem muita paciência para a situação embaraçosa.

— Quê? - ela entorta a boca levemente, confusa com o mau humor que se instalava na silhueta do irmão.

— Os remédios, eu sei que foi você que pegou.

— Tá falando das drogas que você tá tomando para ficar chapado, e dormir? - ela fala desligando o aparelho, transparecendo calma. — Joguei fora.

— Você o que?

— Isso mesmo, eu joguei fora. - ela repete a frase, deixando o mesmo mais frustrado, e nem mesmo por conta da ação da ruiva que é o motivo principal, mas sim pela calmaria que ela falava, como se não fosse nada demais.

— Eu não acredito nisso, você está me dando dor de cabeça.

— Tem aspirina no armário, caso você queira.

— Para de graça, caramba.

— Me poupe né querido, você tá trancafiado naquele quarto a um mês, só sai pra ir no banheiro, comer, e tomar banho em dois a dois dias, e depois volta a dormir com a ajuda dos remédios.

— Um mês? Já se passou um mês?

— Já. - ela fala ríspida, saindo de cima do balcão. — Você tá um horror, sério. - resmunga, vendo o cacheado se movimentar de um lado para o outro, pegando uma chave que achou ao lado do armário. — Onde você vai?

— Na farmácia, comprar mais remédios.

— Com a chave do meu carro? - ela da ênfase no "meu", levantando as sombrancelhas, e cruzando os braços com um sorriso no rosto, fazendo o mesmo se virar novamente para sua silhueta.

— Então eu vou com o meu. - ele diz jogando a chave na direção da mesma, que a pega de primeira.

— Você nem sabe onde tá a chave do seu carro, demoraria muito tempo para achar. E mesmo se você pedir para uma das empregadas, não vai mudar muita coisa.

— Então eu vou de pé. Satisfeita, cacete? - já estava perdendo a paciência, que nem mesmo mantinha no momento.

— Não, Mason. Eu não vou deixar você sair dessa casa, não nesse estado. - ela fala entrando na frente do cacheado, que já estava de partida para fora do cômodo. — A mãe, ela tá muito doente, ela pode morrer, e você fica se dopando dessa forma. Sem falar da Lilly, você nem deu mais sinal de vida para a garota, já pensou o tanto que ela está preocupada? - fala tensa e receosa quando o assunto era o irmão. — Eu tive que falar com a família da Sophia, eu que levei flores para o velório, eu tô te ajudando desde do início, será que dá para me ajudar também, se ajudando.

𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐄 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora