thirty - seven

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— Oi, minha filha — o mais velho falou com um sorriso se alargando em seus lábios.

Os próximos momentos foram tão rápidos, que sua mente mal processou. Seu pai se aproximou de você, rodeando seus braços largos sobre sua silhueta, te envolvendo em um abraço de mal jeito. Sua mente ficou nublada, e nenhum músculo de seu corpo se moveu naquele momento, tudo pareceu parar.

— Eu estava com saudades da minha caçula — ele se afasta, ainda com as mãos no seu ombro.

Forçou um sorriso na tentativa de suavizar a tensão da situação, dando um passo para trás na intenção de afastar seu toque.

— Pai... você... é... — colocou uma de suas mãos na cintura e a outra na testa, forçando um movimento brusco sobre sua pele na tentativa de se acalmar — Eu não sabia que você estava em Boston.

Ele circulou os olhos pelo cômodo, analisando o lugar. Fechou a porta sem muitas escolhas, já que o mais velho já tinha entrado, e a ideia de fechar a mesma em sua cara não era mais possível ser executada.

— Eu estou voltando de um trabalho que fiz em outra cidade, e resolvi dar uma passadinha aqui para ver meus filhos.

— Devia ter avisado — falou sorrindo minimamente quando ele voltou a atenção até você.

— Foi de última hora — explicou — Sua mãe está?

— Ela ainda tá trabalhando, aqui em casa só tá eu, Brady e... — para por alguns instantes, engolindo seco após pensar nele.

Seu pai não estava mais olhando para você, ele estava olhando além de sua silhueta. Olhou para trás vendo Mason a alguns centímetros de você. E bom, o cacheado também não estava olhando para você. Os dois se encaravam severamente, com os olhos de Mason perfurando seu pai, com todos os sentimentos sendo as balas, em que as mais poderosas herdam com toda certeza a fúria.

Se sentiu pequena diante a situação, era como se estivesse no meio de dois animais que se matariam a qualquer momento. Não sabia o que fazer, e tinha até medo de agir.

Encarou seu pai, e seu olhar foi de imediato para a arma visível presa a sua cintura. O ar correu de seus pulmões, e já podia ver a cena de sangue acontecer.

Não, outra vez não.

— Quanto tempo, garoto. — o mais velho indaga.

— E aí, querido xerife — ele sorri.

Um sorriso maligno se formava, seu olhar transbordava fogo, que facilmente se tornaria um incêndio. Eles poderiam se matar agora, e você não seria capaz de fazer nada para impedir.

— Mason — avisou virando todo seu rosto para ele e seguindo em sua direção — Acho melhor você ir — sussurra perto de sua face.

— E deixar você sozinha com ele? Nem ferrando, Lilly.

— Ele é meu pai.

— E o cara que mais odeio no mundo, não vou te deixar sozinha com o cara que mais desprezo no mundo. — ele fala por fim segurando sua mão firmemente.

Olhou suas orbes sentindo raiva, mágoas e traumas passados, mas ele também ao observar as suas conseguia enxergar seu medo.

— Entra, pai. Fica a vontade. — você diz andando entre o corredor, com as mãos entrelaçadas com a de Mason.

Todos chegam à sala. Mason e seu pai no mesmo ambiente, era realmente algo perigoso.

Mason se sentou no mesmo lugar que estavam antes de tudo acontecer, e seu pai se portou para o outro lado do sofá em sua frente. Estava em pé entre os dois, não sabendo exatamente o que fazer, alternando o olhar entre ambos.

𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐄 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora