Starcrossed

[EXTRA] Das herz ist eine schlecht gebaute brücke

ABRIL, 2015

Era uma terça-feira de manhã em Oxfordshire quando Toto acordou pouco antes do despertador dele. As cortinas do quarto estavam fechadas, mas, de alguma forma, apenas pela nesga de luz brilhando, ele percebeu que aquele era um dia frio e sombrio.

Ele não estava com pressa para se levantar. Como na maioria das manhãs, Toto acordou com Elisabeth aconchegada em seu peito, os braços em volta da cintura dela. Ele ficaria lá o dia todo se pudesse, mas nem ele nem a namorada eram do tipo que ficavam deitados o dia todo. Mesmo assim, ele vivia por manhãs como aquela — sem reuniões logo cedo para as quais precisava correr, sem necessidade de se levantar para ir a um circuito para as sessões matutinas. A casa estava pacífica e silenciosa, ele estava aquecido e confortável com o amor da vida dele nos braços. Era um dos raros dias em que nem ele ou Elisabeth tinham um lugar para ir — o tipo de manhã com a qual ele costumava sonhar e ele queria que aquele sonho durasse.

Elisabeth, obviamente, tinha outras ideias — ela acordou, se espreguiçou um pouco e se moveu para sair da cama, mas Toto percebeu que ainda não estava pronto. "Só mais um pouco", ele pensou. Ele apertou os braços ao redor da cintura dela.

— Por favor, Liesl — ele disse baixinho. Ele falou de uma forma que sabia que Elisabeth achava irresistível. Foi um pouco dissimulado da parte dele, mas Toto realmente queria se agarrar a momentos como esse o máximo possível.

— Tudo bem, vou ficar, mas só um pouquinho — disse ela. Satisfeito consigo mesmo, Toto beijou a nuca dela, repousando os dedos contra seu estômago.

Elisabeth disse a Toto que teve um sonho que tinha começado daquela forma. Ela descreveu a maneira como, em seu sonho, ele começou com as mãos sob a blusa dela, acariciando seus seios. Toto riu enquanto seguia a narrativa, perguntando a Elisabeth o que tinha acontecido no sonho.

— E o que você queria, Liesl? — ele sussurrou. Toto tinha a sensação de que sabia para onde aquela conversa estava indo, mas a expectativa era a parte emocionante para ele.

— Eu queria que você me tocasse.

— Aqui? — disse Toto, passando os dedos pela barriga dela, logo abaixo do cós do short que ela usava.

— Não, mais pra baixo.

A situação evoluiu ao ponto dele usar os próprios dedos para levá-la ao clímax, desfrutando da sensação dela se contorcendo de prazer nos braços dele. Ele não queria, nem mesmo esperava, qualquer reciprocação — ver Elisabeth tão arrebatada somente pelo toque dele era um prazer sublime por si só. Ele estava perfeitamente feliz sabendo que podia fazê-la se sentir tão bem — e como ele havia dito, ela merecia se sentir bem todos os dias. Depois que ela recuperou o fôlego, Elisabeth se virou na direção dele e eles trocaram um beijo carinhoso antes de se levarem da cama para se prepararem para o dia.

Toto estava planejando ir para a fábrica naquele dia, mas um pouco mais tarde do que o usual. Ainda era início da temporada e um daqueles raros dias em que não havia nada que requeresse a sua atenção urgente. O carro estava performando bem. O time tinha acabado de retornar de viagem com vitórias incontestáveis na China e no Bahrein, e ainda haviam algumas semanas até a corrida na Espanha, então ele podia pegar leve naquela manhã.

O plano dele era fazer um pouco de exercícios antes de tomar um pequeno café da manhã e tomar um banho, e então ele iria para o escritório, por volta das 10 horas. Ele e Elisabeth conversaram um pouco enquanto ele colocava as roupas de academia. Ela ainda estava no meio da negociação interminável da aquisição da AmiraAir, uma empresa de aviação executiva, por parte do pai dela.

Toto deu outro beijo em Elisabeth antes dos dois descerem para o andar de baixo — Elisabeth em direção da cozinha para fazer uma xícara de café e Toto para a academia que eles tinham instalado no porão da casa deles. Ele não pretendia fazer nada extenuante, somente uma progressão de pilates para despertar o corpo após um final de semana agitado.