Capítulo 6

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Akin corre sem eu poder dizer nada. Leonard é um dos oficiais que anda comigo para todo o lado, eu já pedi para meu pai no mínimo me deixar com apenas um oficial, mas ele acha perigoso e agora estou horrorizada com a forma como Leonard tratou Akin.

Pare imediatamente Leonard! Deixe o rapaz em paz, não o siga. O que pensa que faz? Eu não estou em nenhum perigo. Digo me colocando a sua frente para que ele não fosse atrás de Akin.

—Princesa! É meu dever protegê-la e aquele miserável, é-

Basta! Eu já lhe disse que eu não estava em perigo, além disso eu mesma me aproximei dele, eu nunca mais quero vê-lo a tratar ninguém dessa maneira, e não o chame assim! Isso não é um pedido, é uma ordem! Se não a cumprir se verá com meu pai! Digo já muito furiosa.

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Acordo um pouco cansada, resultado de ter me deitado tarde fazendo os afazeres que pediu Tia Maria, ela é a minha tia e professora de Filosofia Moral e tenho a certeza que ela é mais dura comigo porque sou a "princesa" e sobrinha dela. Reviro os olhos.

Me sento na cama e oro:

— Senhor Deus, obrigada por me fazer acordar e por me dar forças para levantar, obrigada por proteger minha família e por estar sempre ao meu lado, peço perdão por todos os meus pecados e peço que o Senhor me proteja. — Encerro a oração e abro os olhos.

Já estava prestes a me levantar da cama quando me lembro de ter esquecido de um detalhe na minha oração...

— Ah! Senhor Deus, sou eu de novo... Eu peço novamente perdão por colocar Akin em risco naquele dia no parque... — Sinto-me um pouco angustiada. — Peço que o Senhor cuide dele e de sua família, e se não for pedir muito também... Dê um jeito de eu o encontrar de novo, amém! — Encerro finalmente a oração com um sorriso esperançoso nos lábios.

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— Zuri, já faz dias que o viste e até agora continuas a pensar e falar nele, não é que eu esteja contra isso, mas pelo que me disseste ele deve ser de uma classe muito baixa, acho muito improvável que voltes a vê-lo. — Diz-me Cléo enquanto estamos sentadas nos bancos de um dos grandes jardins da escola, eu gosto de me sentar especificamente no banco que fica perto das rosas claras, eu amo que estas rosas sejam de uma cor rosa mais clara.

— Eu sei Cléo... Quando dizes de uma "classe muito baixa", queres dizer pobre. Isso não me interessa, apesar de ter falado pouco com ele, senti sinceridade em seus olhos, mas ele parecia muito reservado... — Suspiro ainda com a imagem de seus belos olhos castanhos e seus cabelos crespos castanho-claros, ele é tão lindo, meu coração deu mil pulos quando o vi meio escondido nos arbustos.

O sino que anuncia o fim do intervalo para voltarmos à sala de aula toca e nos levantamos, mas antes olho para Cléo decidida e com um sorriso confiante:

— Eu vou convencer meu pai antes das escolhas dos recrutados, mesmo que ele não seja recrutado ou nem se candidate, pelo menos estarei a ajudar a sua comunidade a terem mais visibilidade e obterem oportunidades, não é justo que só as pessoas de classe mais altas e médias tenham acesso à estes privilégios! — Digo inconformada.

— Ah! Zuri, tens um coração de ouro, por isso eu admiro-te muito amiga, mas de todos os rapazes, foi dele que decidiste mesmo gostar? Porquê? Não digo isso só por ele ser de classe baixa, tu sabes que vários rapazes da escola andam atrás de ti. Além disso, só o viste uma vez! — Diz ela dando uma risada.

Entramos na sala e nos sentamos em nosso lugar habitual, para assistirmos à aula de sociologia.

— Eu sei que parece incomum, mas sinto que devo lutar por ele ou pelo que eu sinto, não sei, também acho estranho eu ter gostado dele de maneira tão forte só de tê-lo visto uma vez. — Digo um pouco perdida e Cléo me observa.

— Mas não fui eu que decidi, foi o meu coração que escolheu por mim.

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