Tudo acontece de maneira rápida demais. Enquanto Akin consegue soltar as suas mãos, dando imediatamente um soco no rosto de Alberto que aperta o gatilho na direcção da Policial e de Miguel que rapidamente se abaixa. Alberto com seu olhar vingativo e irritado tenta disparar outra vez, mesmo com os policiais segurando-o, ele dá o segundo tiro na direcção de Miguel e Akin se apercebendo disso coloca-se habilmente frente ao seu amigo e leva o tiro no lado esquerdo da barriga.
A arma do atirador é recebida pelos policiais, enquanto o mesmo é algemado. Miguel em puro desespero abaixa-se com lágrimas nos olhos, colocando sua mão em cima da mão de Akin no local onde o mesmo foi baleado.
— Aguenta por favor... Aguenta, vai ficar tudo bem! — Diz Miguel com pressa tentando manter seu amigo desperto levando sua outra mão até o rosto do seu amigo, o mesmo olhava para Miguel com uma expressão de dor e não resistindo acaba perdendo a consciência.
Miguel grita por ajuda, enquanto sua mão fica ensanguentada pelo sangue de seu amigo.
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Akin chega no hospital desacordado, é colocado em uma maca e levado imediatamente para a sala de cirurgia. Miguel fica na sala de espera. O rapaz permanece estático perante o evento que acabou de acontecer e as lágrimas descem violentamente pelo seu rosto, acaba por se sentar levando as mãos na sua cabeça quase não acreditando que seu amigo foi baleado por sua culpa.
A policial que estava com ele desde o início até agora coloca sua mão em seu ombro direito na intenção de tentar acalma-lo.
Miguel começa a fazer orações em sussurros, com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, acaba por levar a sua mão até seu peito tocando o colete à prova de balas, começando a sentir-se cada vez mais péssimo, sabendo que se tivesse agido mais rápido, talvez poderia ter impedido que Akin o salvasse. O sentimento de culpa começa a crescer em seu coração e desencadeia uma lembrança:
"Porque é que não me leva para conhecer a sua casa? Eu tenho certeza que meu pai vai deixar que Caíque nos leve de carro até a tua casa e eu adoraria conhecer seus irmãos e sua irmã.-Miguel pergunta para seu mais recente amigo.
— Ah! Não precisa! Minha casa não é tão longe assim e... O que acha de ir à igreja que eu frequento junto à minha família no Domingo? Nós adoraríamos recebê-los e assim minha mãe pode conhecer a sua mãe e seu irmão também.-Akin propõe um convite para se livrar de inventar desculpas para que Miguel não fosse ao seu bairro.
— Ah! Isso é uma óptima ideia também. — Anahi chama seu filho e diz que ele tem que se arrumar para uma consulta médica. — Ah então posso conhecer a sua casa em outro dia.—Miguel sorri para o seu amigo, que dá um sorriso nervoso que Miguel percebe e fica reflexivo e um pouco confuso com o facto de Akin se esquivar demasiado em leva-lo a conhecer sua casa. Miguel se perguntava se era por vergonha, receio, ou talvez medo de ser julgado por sua classe social."
Miguel reflecte que seu amigo sempre lhe pareceu muito apreensivo com suas visitas na casa do mesmo. Em seguida baixa o olhar para as suas mãos sujas de sangue e sente-se enjoado.
Aminata chega no hospital com Anahi. As duas olham para Miguel que olha de volta transmitindo tristeza e desespero, Aminata parecendo incrédula e arregalando os olhos, começa a chorar sendo amparada por sua amiga.
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Entre Laços
SpiritualAkin nunca imaginou que sua vida tomaria o rumo que tomou, entre laços de amizade, laços familiares e laços de amor, o jovem rapaz encontra o refúgio e a força que pensou que não existisse, em Deus. Sem pensar no que Deus reservou para ele, Akin ac...