Capítulo 19

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Ícaro toca uma das músicas que compôs no piano.

Eu gosto tanto de escutar meu irmão tocar o piano. Para mim ele é o melhor pianista de todo o reino. Ele sempre participou de concursos (inter)nacionais de piano e, além disso, ganhou com suas composições.

— Tocas maravilhosamente Ícaro, quem me dera tocar como tu. — Digo olhando para ele sentada no cadeirão da sala de música, enquanto o observo com admiração. Ícaro sorri para mim e continua a tocar.

— Zuri! Finalmente te encontro, vamos! Temos que continuar a treinar, se não nunca conseguirás participar em nenhuma competição de violoncelo, sempre que tocas, soa ridiculamente desafinado e horrível, acho bom te aplicares desta vez, o professor já está à tua espera.Diz Tia Maria, já a me repreender de forma rígida e me lançando um olhar severo.

Ícaro que presenciou, olha para nós, naquele momento ele já deixara de tocar devido à entrada de Tia Maria que chamou a nossa atenção.

— Sim, tia... Eu já vou.Digo muito envergonhada, eu não tinha o talento musical de Ícaro, nem no piano, nem na guitarra, nem na flauta e muito menos no violoncelo. Ícaro tocava muito bem estes instrumentos e ainda tem uma voz linda para cantar, ele é perfeito em tudo o que faz, diferente de mim, eu não queria que ele me olhasse como uma falhada, mas Tia Maria e mamãe sempre falavam de meus defeitos a frente dele e de meus primos e eles se riam de mim. Eu não queria que Ícaro pensasse mal de mim.

— Oh! Me desculpe Ícaro, continue tocando, tu tocas perfeitamente bem.Diz minha tia orgulhosa, Ícaro acena com a cabeça e sorri para ela agradecendo e voltando a se concentrar para tocar e Tia Maria em seguida olha para mim com desdém. — Deverias aprender mais com o teu irmão. Agora, vamos!

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— Anda Cléo! Eu quero muito ver quem são os alunos que se candidataram e foram aceites. Além disso, temos informação confidencial e privilegiada, podemos saber o que cada um deles escreveu no formulário e em que curso irão ingressar.—Digo entusiasmada caminhando ao lado de Cléo até à secretaria da Universidade.

— Isto é uma loucura! Disseste bem, quando mencionaste ser informação confidencial, isso significa que não devemos saber! — Diz Cléo acompanhando meus passos acelerados e falando preocupada.

— Ah! Não tenhas medo Cléo! Nem iremos ser expulsas por isso, não iremos cometer nenhum crime! Pelo menos não que eu saiba... Vem, eu já pensei no que diremos para Gertrude nos deixar entrar naquela sala. — Digo parada perto da porta da secretaria.

A Universidade está praticamente vazia porque as aulas só começam daqui há duas semanas, então alguns alunos ou estão ainda em suas cidades natais ou estavam alojados nas residências universitárias que são prédios que ficam dentro de uma espécie de condomínio aberto que a Universidade construiu para hospedar alunos de outras cidades ou de outros reinos, então muitos deles deveriam estar a conhecer Cantilhena que é uma cidade bastante animada e colorida.

Eu chamei Cléo para esta espécie de missão maluca que passou pela minha cabeça porque eu queria ver quantos alunos tiveram acesso à candidatura e de que classe social são e quem eram, afinal eu me preocupo com isto, e fizera questão de fazer meu pai reflectir sobre isso.

— Bom dia Gertrude! — Digo simpática e alegre para a senhorinha da secretaria que, gosta de mim porque me conhece desde pequena, porque seu neto é meu amigo desde a infância, Benjamin. O Ben não está em Cantilhena ainda, nas férias ele partiu para a cidade de Boa Nova, visitar seus tios.

— Oh! Bom-dia, menina Zuri e menina Cléo! — Olha para nós, simpática ajeitando seus óculos e olhando para Cléo que está a minha atrás insegura sobre a ideia, mas Gertrude não nota. — Em que posso ajudá-las? — pergunta gentil.

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