Capítulo 16

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Já é outro dia e nada de Akin. Miguel continua com o coração conturbado após ter descobrido por intermédio de Uriel que Akin sofria ameaças de Alberto. Aminata imediatamente foi às autoridades noticiar o desaparecimento de Akin. Agora tanto Aminata quanto seus filhos, Pedro, David e Zénny se encontravam na casa da família Salvatierra.

Ainda cedo de manhã, Anahi tentava acalmar sua amiga. Enquanto Miguel continua a pensar num plano, após ter noticiado seus demais amigos do ocorrido e também a administração da Universidade do desaparecimento de um dos alunos que partiriam hoje. Miguel pensou diversas vezes em ir confrontar Alberto, sabe que seria perigoso demais, mas podia tentar. A polícia disse ser preciso ter calma e isso deixou Miguel revoltado.

Miguel sentado em sua cama, com olheiras profundas de uma noite mal dormida, começa a chorar silenciosamente de angústia por sentir um vazio e medo de não ver mais seu amigo.

— Deus, porquê? Por favor, me diga o que fazer... Só o senhor pode ajudar, só o senhor pode proteger Akin, onde quer que ele esteja, salve-o por favor...-Miguel chora ajoelhado e em seguida seu telefone toca e ele se levanta para atender.

— Alô? — Atende o telefone que marcava um número desconhecido.

— M-Miguel...-Responde à voz baixa e calma do outro lado da linha, mas Miguel podia sentir o medo e o nervosismo na voz familiar de seu amigo.

— Akin! Akin... Onde estás? Estás bem?—Pergunta rapidamente com o coração acelerado.

— Ele está bem, mas pode não ficar se não obedeceres ao que eu te direi. Se quiseres ter o teu amigo de volta, terás que dar-me algo em troca, pela vida de Akin.—Agora fala alguém que Miguel desconhecia, uma voz masculina perversa. Miguel aperta o punho de sua mão esquerda e retém a respiração.

— O que queres? — pergunta Miguel.

— Escute com atenção.

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O telefone de Miguel serviu como um meio para rastrear o lugar de onde foi feita a ligação. Os agentes da polícia foram imediatamente mandados para supervisionar o local. Miguel percebeu que de certa forma pode ser culpa sua que Akin estivesse nessa situação. Pensou ser por isso que ele se mostrava muito firme na decisão de manter Miguel e sua família longe do Bairro Rirróis, Miguel pensava que ele podia ter receio ou algo do tipo por pensar que sua família poderia ter algum preconceito com as condições em que viviam.

A família de Miguel sempre insistiu em ajudar muito a família Johannes. Eles se demonstravam um pouco reticentes às vezes, em receber ajuda.

Miguel se encontrava inquieto observando os policiais trabalharem, ele sabe exactamente onde fica a floresta e sabe que sonhou com ela, angustiado, Miguel se pergunta se os seus sonhos reveladores retornaram. Será que Deus o avisou que aquilo aconteceria? Era isso?

Se levanta e se dirige ao quarto de banho.

— Senhor Deus, por favor proteja Akin, e me dê direcção para saber o que fazer, fale comigo senhor, seja com sonhos, seja com sinais, antes eu não sabia, mas agora eu sei, que sempre falou comigo, desde sempre, me deu amigos que são meus companheiros da vida, me orientou a fazer as escolhas certas... Não nos desampare agora Senhor. — Miguel finaliza sua oração.

Frente ao espelho, abre a torneira e lava seu rosto cansado. A viagem para Cantilhena teve que ser adiada, Kauê ligou para a instituição avisando e justificando a ausência dos dois alunos que estão na sua responsabilidade. Rafael, Marcos, Kiara e Ester souberam do ocorrido e quiseram ficar para dar apoio à (Miguel) e, porque ficaram também muito preocupados com Akin, mas Miguel os assegurou de que tudo iria se resolver e que já sabiam quem era o responsável do rapto.

Aminata quase perdeu o fôlego quando ouviu a quantia de dinheiro que foi pedida em troca de seu filho, chorou desesperadamente sendo amparada por Zénny que estava muito assustada não só por seu irmão ter sido raptado, mas por ver sua mãe naquele estado, David e Pedro não entediam muita coisa, afinal têm apenas 8 anos, Anahi tentava os distrair para que brinquem com Jacir.


Miguel se preparava para ir ao local onde seu amigo se encontrava em perigo, coloca um colete à prova de balas por cima de sua camisa e em seguida sua jaqueta de cabedal, seus cabelos estavam soltos, está vestindo calças de cor preta como a sua jaqueta e um par de ténis pretos também, seu nervosismo é evidente para a policial que se encontra a sua frente no carro de polícia.

— Tem calma! Seu amigo vai estar bem, nós vamos, resgata-lo. — Diz a gentil e simpática policial que devia ter pouco mais de 30 anos. Miguel sorri para ela e suspira olhando para a pasta de mão preta que não continha dinheiro, mas sim um monte de papéis quaisquer.

— Vamos à isso. — Diz Miguel por fim.

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