Enquanto Aminata trabalhava na mansão da família Landstem. Akin esperava sua mãe terminar seus serviços para irem juntos para casa.
Akin sempre ficava observando o belo condomínio, com casas grandes e coloridas, carros luxuosos estacionados, jardins grandes e portões lindos. Pensava ele, que deveria ser muito bom morar ali. As crianças brincavam na rua, pedalando em suas bicicletas, com roupas lindas, tão limpas que parecem novas, como as roupas que ficavam nas "vitrines" das lojas de roupa. Akin sentado no pátio em que as outras crianças brincavam há alguns metros de distância, ele pensava que tudo era mais feliz, mais leve, muito melhor, quando seu pai era vivo.
— Eii — Alguém gritou. Uma das crianças, uma menina que parecia ter sua idade. Akin olha surpreso para a direcção de onde vinha a voz.
— Shhhhhh, não o chames! Ele nem se quer mora aqui, não devemos falar com estranhos!—Diz outro menino, enquanto a menina continua indo na direcção de Akin, com dois meninos que a seguiam. Akin não sabia muito como reagir, era muito comum as crianças com melhores condições de vida, humilharem as crianças de sua comunidade, chamando-os nomes depreciativos e insultando suas aparências.
— E daí? Ele deve ter a mesma idade que nós! Não custa nada chamá-lo para brincar, assim todos nós teremos um par.—Diz a pequena menina alegre e decidida.
— Olá! — Diz ela para Akin, que parece atónito sem saber o que dizer, perante o olhar daquelas crianças da sua idade, sentia-se meio envergonhado sob os olhares curiosos.
— Queríamos saber se quer brincar connosco... Como te chamas?—Pergunta a menina.
— Akin.—Responde finalmente.
— prazer Akin, eu sou a Clara, eu sou Isaac, eu sou Carlos.—Apresentam-se todos eles para Akin, que continua surpreso.
— Não moras por aqui, pois não? Meu pai disse que do outro lado da cidade vivem pessoas com as roupas assim, sujas e desgastadas parecidas às tuas, porque são pobres, é ali onde moras?—Pergunta Carlos deixando Akin com o semblante triste e irritado.
— Carlos! Como podes dizer isso? Não sejas cruel!—Diz Isaac, parecendo assustado com a forma como seu amigo falou. Clara e Isaac olhavam para Carlos com reprovação, enquanto o mesmo levantou seus ombros, não se importando e nem parecendo arrependido pelo que dissera.
— Muito bem! Já que não queres brincar com Akin, nós iremos brincar e tu ficas aqui!—Clara segura Akin pela mão e Isaac os segue, deixando um Carlos irritado com a atitude dos seus amigos.
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— Olá! Posso sentar-me?—Pergunta uma menina de cabelos ruivos e pele pálida, me olha com um sorriso simpático.
— Claro.—Respondo educado. Afinal, o lugar ao meu lado está desocupado.
Continuo quieto enquanto a turma está barulhenta na sala de auditório, observo ali as pessoas, todas jovens, provavelmente da minha idade e muito provavelmente de classe alta ou classe média, baixo a cabeça e cruzo as mãos olhando para a mesa.
— Como te chamas? — pergunta a menina de cabelos crespos meio cacheados, nunca vira ninguém com o cabelo como o dela, seu cabelo era de um ruivo alaranjado escuro quase castanho, mas seu cabelo é visivelmente ruivo.
— O meu nome é Akin e o seu? — respondo sorrindo.
— Prazer em conhecê-lo Akin! Meu nome é Weza.—Diz entusiasmada, estendendo sua mão para apertar a minha.
— Prazer Weza.—Respondo educado sorrindo para ela.
Eu não sabia muito o que pensar sobre ela ter vindo falar comigo, logo que entrei na sala me senti deslocado, nunca me dei muito bem no meio de muita gente, principalmente esta gente. Confesso que uma das coisas que me deixou muito apreensivo é a convivência com jovens totalmente diferentes de mim, eu e Weza estamos sentados quase nas últimas fileiras, que eu escolhi especialmente pelo meu jeito mais reservado e, porque está meio vazia e eu quis estar um pouco mais distante dos animados alunos que conversavam e interagiam entre si.
Entra um grupo de estudantes que chamam a atenção da turma distribuindo panfletos, todos olham curiosos para eles e noto que são estudantes que fazem parte da associação dos estudantes de medicina, algumas meninas estão vestidas com casacos de cor preta com o símbolo da Universidade e com a escritura "associação dos estudantes" e os rapazes vestem camisolas de cor preta igualmente com a mesma escritura em letras brancas.
— Olá a todos! Sejam muito bem-vindos ao vosso primeiro dia de aulas. Parabéns! Vocês são oficialmente estudantes universitários, espero que esta jornada seja cheia de diversão e também de muita dedicação.—Fala uma das meninas.
— Como todos os anos, temos um programa de acolhimento para os caloiros, esse ano será realizada uma festa numa área reservada especialmente para este evento aqui no "campus", estarão todos convidados! Terão caloiros e finalistas de todos os cursos, ali poderão conhecer pessoas novas, criar grupos de amigos e... Daremos um jeito de ter algumas bebidas para animar ainda mais a noite.—Diz a última parte quase fingindo um sussurro, algumas pessoas na turma lançam assobios e outras comemoram e eu reviro os olhos, não gosto nada destes ambientes.
O rapaz que acabou de falar, distribui alguns panfletos pela turma, explicando que haverá mais actividades noutros dias para os alunos caloiros.
Weza recebe dois panfletos e entrega um para mim.
— Tirando a parte da festa, estas actividades até que parecem bem divertidas.—Diz ela me olhando e fazendo uma careta quando se referiu à festa que logo em seguida me faz sorrir.
Depois do tumulto que teve com o anúncio dos alunos da associação, o professor de anatomia I entra na sala e dá início às boas-vindas e ao programa escolar do ano lectivo.
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Entre Laços
SpiritualAkin nunca imaginou que sua vida tomaria o rumo que tomou, entre laços de amizade, laços familiares e laços de amor, o jovem rapaz encontra o refúgio e a força que pensou que não existisse, em Deus. Sem pensar no que Deus reservou para ele, Akin ac...