Capítulo Cinco | "Mulher do Chefe..."

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S T A R R

— Gael… — Ofego ao ouvir as suas últimas palavras, que assim como tudo que sai da boca dele, foi como a porra de uma promessa. Onde eu me meti?!

Eu estou cuidando de um traficante, eu estou gostando de cuidar de um traficante e um traficante está me chamando de esposa. O que mais me falta acontecer? Eu casar com esse traficante.

— Você me entendeu, Starr? — Suas mãos chegam ao meu rosto, me obrigando a olhá-lo. Suas íris estão escuras, mas serenas e seu olhar exige uma confirmação. Aceno lentamente com a cabeça destorneteada — Eu quero palavras, preta.

— Antes de prometer qualquer coisa… Eu preciso saber onde estou me enfiando, Gael — Consigo finalmente dizer uma frase em tom firme e estável — Não me deixe no escuro.

Eu ainda estou assustada, muito! Mas como ele mesmo disse, eu não vou deixá-lo. Simplesmente não consigo pensar em mandá-lo embora ou coisa parecida. Quero o entender, conversar com ele e ver onde tudo isso irá dar. E eu espero que não seja com uma bala na testa. Na minha testa.

— Eu administro uma rede de tráfico de drogas por todo o Rio de Janeiro — Ele começa dizendo — Vendo o que as pessoas precisam e me pedem, não coloco ninguém nessa merda.

— Mas poderia tentar evitar, não? — Ele me olha sarcástico.

— E perder o negócio mais lucrativo do Brasil? Não, preta — Balança a cabeça — Eu não obrigo ninguém, as pessoas compram por escolha própria e eu vendo, sem peso na consciência — Ele diz tão naturalmente que me assusta — Não vou perder uma ótima forma de ganhar dinheiro por causa de uma porra de "empatia", as pessoas decidam se querem ou não.

— E quanto custa? — Seu olhar muda para um questionador — O que? Você me disse que vendia para quem quisesse…

— Você não quer.

Fala pausadamente e eu engulo em seco com o seu olhar de advertência. Suas mãos voltam a tocar o meu rosto e eu me perco em sua imensidão castanha.

— Só eu sei o quanto essa porra pode te matar lentamente. Eu não vou permitir que a minha mulher se afunde nisso — Me sinto emocionada pelas suas palavras e suspiro por essa atração repentina em mim.

Isso tudo é gratidão por mim ter ajudado ele?

Bem, acho meio irônico um traficante ser grato por alguma coisa. Ou melhor, alguém.

— Quer se viciar em alguma coisa? — Questiona — Vicia em mim.

Solto uma risada abafada, balançando a cabeça com a sua autoestima fora do padrão. Nossos olhos se encontram em uma emoção mais leve.

— Eu não estava falando sério, apenas fiquei curiosa — Me refiro ao perguntar o preço das drogas.

— Não importa — Deu de ombros — A única coisa que você terá em sua boca, será o meu pau.

— Gael! — Me afasto do homem completamente envergonhada e me amaldiçoou pelas minhas bochechas vermelhas. Homem filho da puta do caralho.

Ouço sua risada extremamente gostosa e sorrio fracamente com suas mãos na minha cintura.

— Meu trabalho e as coisas que eu faço, são assuntos que você não precisa se preocupar — Gira o meu corpo para olha-lo e eu respiro fundo, soltando o ar logo depois.

Eu sinceramente não sei o que pensar, por mais que ele seja um traficante e trabalhe com essas coisas, sua presença não me trás medo e muito menos repousa. Me sinto confortável e protegida com ele. O que é muito irônico.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora