Capítulo Três | "Uma Vontade tão Grande de Te..."

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S T A R R

— Você já... — Minha pergunta morre ao entrar no banheiro sem bater e dar de cara com a cena mais sexy que eu poderia presenciar. O tal do debochado, sentado preguiçosamente em cima da tampa do vaso sanitário, apenas de cueca lendo o rótulo do meu condicionador.

Meus olhos não conseguem deixar o seu corpo e os meus pelos se arrepiam quando noto o volume um pouco anormal que está sendo esmagado pela cueca. Puta que o pariu.

— Não sabia que ainda vendiam condicionador com cheiro de chocolate — Murmura desviando o seu olhar para mim — Agora eu entendi por que tenho uma vontade tão grande de te... — Suas palavras firmes com o seu olhar penetrante deixam o meu corpo quente — Comer.

Provavelmente fico cinco ou mais segundos sem reação, ele disse o que eu entendi que ele disse?! Só lembro de respirar quando ouço a sua risada brincalhona e me recordo que estou parada, com a boca aberta na sua frente por mais de dez segundos.

Volto a realidade balançando a cabeça e reviro os olhos jogando a minha toalha em seu rosto. Cruzo os braços querendo gritar comigo mesmo por não ter respondido nada dessa "gracinha" e forço a minha mente a considerar que isso tudo não passou de um surto coletivo.

— Com licença — Murmuro — ainda com vergonha, inferno! — e tento passar pelas suas grandes pernas, já que o meu banheiro é pequeno e ele está ocupando todo o espaço com essas pernas gigantes. O mesmo me olha com um sorrisinho cínico que sinceramente me irrita.

— Não — Responde — Tenta passar — Claramente me desafia com esse ar todo debochado.

— Você tem quantos anos?

— O suficiente para mandar em você — Pisca.

— Claro, esqueci que eu tenho que respeitar os mais velhos — Sorrio fracamente — Desculpas, vovô.

— Vai ter que ajoelhar — Lhe mostro o dedo do meio e passo pelas suas pernas, batendo nas mesmas com uma certa agressividade. Não me importo mesmo.

Me assusto quando sinto suas mãos na minha coxa e o olho lentamente já imaginando o seu rosto provocativo, porém me surpreendo ao ver que o mesmo voltou a se concentrar no rótulo do meu condicionador. Me arrisco a pensar que esse toque repentino foi uma ação voluntária.

Balanço a cabeça voltando a minha atenção para a torneira da banheira e escondo o meu sorriso bobo. Espero encher pacientemente e quando a mesma se enche na quantidade necessária, eu olho novamente para o homem.

— Vou tirar o seu curativo e você pode tomar banho — Aviso me aproximando do mesmo que apenas balança a cabeça e me deixa pacificamente retirar o seu curativo.

— Eu falei que você ia se ajoelhar — Reviro os olhos e o olho intrigada quando o mesmo puxa o meu rosto para olhá-lo. Suas íris escuras me fazem engolir em seco e já sinto a minha respiração saindo de sua normalidade — Não revire os olhos para mim, sem um bom motivo para isto. Quer que eu lhe dê um bom motivo? — Diz sério com a voz mais deliciosa que eu já escutei na vida. Noto a malícia e me afasto do mesmo.

— Vai tomar banho — Apenas respondo isso.

— E a minha cueca? — Questiona com um tom inocente.

— Você vai tomar com ela? — Respondo como se fosse óbvio.

— Quem toma banho de cueca? — Retruca e eu bufo impaciente.

— Apenas tome banho — Resolvo não discutir e viro de costas quando ele toca na barra da sua cueca. Faço um pequeno exercício de respiração rezando para não ver nada que eu não queira ver... Ou será que eu quero?

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora