Capítulo Dez | "Primeira Dama."

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S T A R R

Automaticamente, a minha mente voltou para as mensagens e avisos do meu pai, as quais, contavam com informações sobre o Gael. A Marte falando sobre ele… Tudo volta como um déjà Vu quando ouço o Cabelinho chamar o Gael de L7.

— Gael, a porra do dono do morro?! — Questiono confusa e surpresa. Eu sei que ele me disse com que trabalha, qual é o seu núcleo de amigos e parceiros, mas eu pensei que ele fosse só mais um empregado. Não a porra do dono!

Agora sim, tudo se encaixa na minha cabeça. Desde o começo, o Cabelinho se referia a mim como "patroa" e depois, vieram os seus amigos de trabalho. Patroa…

— Cabelinho, quanto tempo temos? — Questiona com os seus olhos presos aos meus, como se estivessem hipnotizados.

— Está me achando com cara de vidente?! Eu não sei porra! Eles podem aparecer a qualquer minuto — Responde exaltado.

— Cinco minutos — Apenas murmura, antes de me puxar para algum canto. Ouço os gritos do Cabelinho, mas o Gael ignora completamente.

Entramos em um cômodo escondido e o mesmo fecha a porta, a trancando logo depois. Minha respiração para por um momento, quando noto que estou presa com ele, em um cômodo que é menor que o meu quarto.

— Você está com medo — Isso não foi uma pergunta.

Levanto o olhar para ele e o mesmo me encara seriamente. Não desvio o olhar e cruzo os braços, tentando mostrar a minha plenitude (que não existe).

— Está com medo porra! — Se exalta.

— Não grita, Gael.

— Preta… — Se aproxima, pianinho.

— Eu não estou com medo, Gael… Eu estou surpresa e muito nervosa — Respondo sua pergunta e me afasto do mesmo, querendo o máximo de distância que eu consigo. A presença, o cheiro e os toques do Gael me desmontam — Por que não me contou? Por que deixou com que eu descobrisse da boca dos outros?

— Porque eu não queria que você soubesse o quão fodido eu estou e afundando nessa porra.

— Gael…

— Temos só cinco minutos, Starr — Meu olhar vacila quando o mesmo me chama pelo nome — Nesses últimos tempos… — Ele engole em seco — Eu… — Suspira e percebo que está com dificuldade em falar algo — Eu… — Força a garganta — Eu… Ah que se foda!

Quando menos percebo, Gael avança em mim de um modo bruto e rapidamente, seus lábios deliciosos estão contra os meus. Sua língua desesperada, caça pela minha e nossas bocas se sincronizam em um beijo desesperado. Suas mãos chegam a minha cintura e as minhas inconscientemente, vão para o seu pescoço e ombros. Meus movimentos seguem os meus instintos e minha mente fica branca, quando o seu corpo está contra o meu. Colado com o meu.

— Gael… Gael, não… — Volto a racionalidade e tento me afastar do homem, mesmo que seja deliciosamente torturante. Meu corpo é o meu maior traidor — O que está fazendo?! — Questiono ofegante, quando finalmente consigo separar as nossas bocas, mas ele não me deixa me afastar completamente. Nossos rostos estão próximos e nossas testas coladas.

— Eu não consigo me expressar em palavras porra! E eu tentei, mas como não funcionou… — Ele diz em uma respirada só e assim como eu, o mesmo está ofegante — Eu tentei demonstrar para você que eu sou fodido pra caralho e estou fodidamente enterrado nesta vida de merda… Mas, você foi a melhor coisa que me aconteceu durante esses tempos… E eu fui um covarde medroso, quando não te disse o tamanho da merda que você estava se enfiando, porque eu fiquei… E estou com medo de te perder, por isso não disse caralho nenhum.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora