Capítulo Vinte e Quatro | "Eu Nunca Perco Algo que é Meu."

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G A E L

— Você não sabe do que está falando, rapaz — Maverick diz, após eu ditar a porra de uma sentença. Ninguém, absolutamente ninguém, toca no que é meu.

— Maverick, eu sou um García — E odeio ter que admitir isso — O sangue podre, corrupto e filho da puta corre em minhas veias, então, eu sei exatamente do que eles são capazes de fazer.

— Você pode até ser um deles, Gael, mas não convive com aqueles homens, não sabe o quão forte eles estão se tornando…

— Maverick, eu construí a porra de um império sozinho.

— Um morro? Por favor… — Meus olhos cerram com o seu deboche. Se esse cuzão não fosse a porra do meu sogro, estaria sem os dentes neste exato momento.

— Meus bens não se limitam a um morro, Maverick. Aqui é o meu território, mas eu tenho o Rio de Janeiro inteiro nas mãos. Eu sou coordenador da porra da maior circulação de drogas do país, sou dono — Minhas palavras parecem fazer efeito em Maverick — Uma empresa de advocacia não é um porcento do poder que eu tenho.

— Você não se importa com o que foi tirado de você? — Questiona e eu imediatamente balanço a cabeça.

— Eu nunca perco algo que é meu — Aperto a cintura da Starr.

Os Gracias… Sobrenome de muita influência no Rio de Janeiro, mas que não me causa efeito algum. Aquelas porras só servem para me irritar e sinceramente, eu quero que todos se fodam! Não estaria preocupado com nenhum deles, se a Starr não fosse uma possível mira.

— De qualquer forma, Gael — Balança as mãos — Você está na mira, o próximo a ser morto de forma dolorosa é você e eu não quero a minha filha no meio disso.

— Eu escolho o que eu quero ou não para a minha vida, papai — Pela primeira vez, eu ouço a voz de anjo da minha mulher.

— Estou te protegendo…

— E agradeço por isso, mas não preciso da sua proteção. Eu sei me virar sozinha, tive que aprender na marra aos dezesseis anos.

Suas palavras causam efeito em Maverick, que abaixa a cabeça de modo envergonhado. Odeio ver o quão mau ele fez a minha Starr, sinceramente, por que eu não posso matá-lo?! Um filho da puta desses, já deveria estar a sete palmos do chão, sendo devorado por formigas.

— Eu tenho um acordo, Maverick — Proponho e tenho quatro olhos em minha direção, em total questionamento.

— Que tipo de acordo?

— Você quer proteger a sua filha e eu a minha mulher, então, eu preciso da sua ajuda e você precisa da minha — Digo sem rodeios — Você será um infiltrado meu dentro dos García, para descobrir exatamente quem está no comando daquela porra e se eu, serei o próximo alvo.

— Mas isso não é perigoso…? — Starr questiona e consigo notar um olhar de preocupação.

— Caso seu pai aceite, preta, ele estará sobre a minha segurança.

Maverick parece pensar e se senta em um sofá próximo. Mantenho as minhas mãos na minha preta que se encosta em mim, de modo ainda tenso. Minhas mãos acariciam o seu corpo para tentar acalmá-la.

— Você promete proteger a minha filha, com a sua vida se preciso for? — Questiona levantando o seu olhar para mim — Se colocar na frente dela em qualquer situação? Perder a sua vida para salvar a dela? — Maverick com o seu tom sério, aparentemente está me fazendo querer recuar.

Mal sabe ele que eu não vou embora dessa porra nunca mais. Ou ele me aceita como genro ou nós teremos sérios problemas e "problemas" eu resolvo com uma bala na testa.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora