Capítulo Dois | "Preta"

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S T A R R

— Quem é você? — Minha voz sai trêmula e eu me amaldiçoou por isso — E o que diabos está fazendo na minha casa?!

Minhas perguntas não tiveram resposta, apenas ouço mais um gemido de dor e mordo os lábios desviando do aparelho DVD que eu deixei cair no chão, caminhando lentamente até o cômodo da minha cozinha.

— Dá para ser mais rápida? — A voz grossa me causa arrepios e pequenas faíscas. Balanço a cabeça ao notar o que eu estou pensando e me aproximo da voz do homem, pegando uma colher de pau no caminho.

Nunca se sabe.

Engulo em seco ao finalmente ver de onde a voz estava vindo. E eu não esperava por isso. É um homem... Não, é O homem que está sem camisa sentado no chão, apoiando as costas na ilha da cozinha e gemendo de dor pra caralho. Além de estar sangrando, claro.

Seus olhos chegam aos meus e não consigo desviar o olhar, apenas retribuir essa conexão repentina. Eu desvio o olhar ao notar que o sangramento só está piorando e me ajoelho à sua frente.

— Com licença — Meu coração está em pânico, mas eu sou uma pessoa educada. Retiro a sua mão que estava em cima da ferida e respiro aliviada ao notar que é apenas algo superficial, mas que está sangrando para um caralho.

— Então... — Começo — Eu não sei como vamos fazer isso, mas eu preciso te levar para o banheiro — Ele me olha e balança a cabeça.

E é nesse momentos que eu me amaldiçoou por não ter pegado firme na academia.

[•••]

Higienizo o local com cuidado para não machucá-lo, mais do que ele já está machucado. Já não sangra mais, porém ainda está dolorido. Faço um curativo caseiro tomando todo cuidado e o coloco no canto inferior da sua barriga, beirando a sua cueca.

Pressiono o local e o ouço resmungar.

— Você é bem resmungão — Reviro os olhos.

— Oh perdão, eu deveria estar sorrindo depois de quase levar um tiro — Murmurou — Einstein.

— E debochado — Retruco me levantando da cama e deixo o kit de primeiro socorros na mesinha ao lado da minha cabeceira. Suspiro cansada tocando o meu pescoço e gemo frustrada ao lembrar da bagunça que tudo isso fez.

— O que foi? — Ouço ele dizer e olho para o mesmo. Essa homem tem um olhar penetrante e eu me sinto arrepiada sempre que ele lança esse olhar pra mim.

— Você fez a maior bagunça na minha casa — Acuso — Casa nova, aliás.

— Moradora nova? — Ele questiona e eu assinto — Estranho eu não ter sido notificado sobre.

— Estranho por que? — Pergunto. Nossos olhos se encontram novamente e eu engulo em seco ao receber um olhar atento. Meu Deus, o que eu estou sentindo é normal?!

— Nada — Responde curto.

— Tão educado — Sorrio ironicamente.

— Obrigado, querida — Ignora a minha ironia — Agora, vai pegar algum remédio para dor.

Ergo uma sobrancelha cruzando os braços com tamanho abuso e exigência. Esse homem está me confundindo com a "escrava Isaura"?

Apenas levanto da cama, caminho até a porta, saio do quarto e fecho a mesma.

— Aproveita e pega um copo de água! — Ele grita.

— Só se for na casa do caralho! — Retruco descendo as escadas.

[•••]

Levanto do sofá após terminar o meu filme e deixo a tigela de pipoca na pia. Lavo a mesma e a guardo no armário do lado das minhas outras tigelas de cores parecidas. É um contraste para os meus olhos.

— Não acredito que você me deixou lá encima sozinho para assistir "Crepúsculo" — Me assunto ao ouvir aquela voz do inferno que me causa efeitos estranhos. Tais efeitos que eu nunca senti antes.

— Seu louco! — Me aproximo dele quando o noto em pé no meio da minha cozinha — Você está querendo ficar pior do que já está? — Minha voz é nítida em preocupação e o ajudo a se sentar em uma cadeira.

— Preocupada comigo? Que bonitinha — Revirou os olhos com o sarcasmo.

— Nunca — Retruco — Apenas sei que se você não melhorar, terá que ficar mais tempo na minha casa e sinceramente, eu já não estou mais te aguentando — Sorrio fracamente me inclinando sobre o mesmo, fazendo com que os nossos rostos fiquem próximos.

— Você vai ter que me aguentar por muito tempo ainda, preta — Murmurou.

Suas palavras parecem carregar um peso de verdade e algo como se me avisasse, que eu ainda o veria muito. Seus olhos penetram os meus e eu sinto o meu coração disparar com o apelido. Filho da puta!

— Sonha — Me afasto do mesmo, tomando uma postura rígida — Você precisa de um banho. Anda — Exijo.

— Me ajude então.

— Não precisa, você já se mostrou bem independente — Lhe dou as costas.

[•••]

Minha gente... Atacante esse menino em.

Nada folgado, graças a Deus!

O que vocês estão achando, nenéns?! Conte-me tudoo!

Desculpas os erros ortográficos!

Até mais <33

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora