Capítulo Quinze| "Irmã do Gael."

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S T A R R

Ao terminar de verificar se o Barbosa está bem, pois o mesmo cochilou após a nossa conversa, eu saio do quarto o deixando descansar a sós.

Caminho pelos corredores do postinho, que está quase fechando, pelo horário e noto uma enfermeira, colega minha, sair do quarto do Sr. Caccini com uma cara de poucos amigos. Solto uma risada fraca ao lembrar do que eu havia dito.

Nenhum irá durar com esse homem tão arrogante e esnobe. Sinceramente, eu não me arrependo de ter os deixado vivos, Barbosa é um excelente policial e terá um lindo final de carreira, já Caccini… Bem, se nem uma tragédia como esta, o fez mudar de pensamentos, isso quer dizer que ele irá morrer deste jeito.

O que me faz pensar sobre a história que Barbosa me contou com tanta veracidade, pois se Caccini não mudou até hoje e se mudou, foi para pior, o “veneno García” é realmente poderoso, ao ponto de mudar uma pessoa da água para o vinho em minutos? Assim, como fez com o meu pai? Mas, eu realmente, não acredito que uma família possa mudar duas pessoas de modo tão bruto, acho que na verdade, existia já uma personalidade pequena e hostil, dentro de cada um que apenas se floresceu quando os mesmos conheceram o dinheiro, o poder e as riquezas de um García.

Esses pensamentos estão me deixando louca e o pior de tudo… Gael está no meio disso. Gael é um herdeiro, de uma família que todos consideram "podre". E eu provavelmente nunca iria saber disso, pois se dependesse de Gael, essa história nunca passaria pelos meus ouvidos e muito menos, pelos meus pensamentos.

— Sem plantões hoje, Starr? — Um doutor questiona assim que eu encontro em nossa sala de funcionários e eu nego. Assim, como é o meu primeiro dia — e que primeiro dia — O diretor do hospital não me designou a nenhum plantão, por isso, estou indo embora no horário normal.

— Não, senhor — Sorriu brevemente, indo pegar as minhas coisas no meu ármario. Quando o abro, vejo o meu celular acesso e o pego.

“Gael.” — Aceitar ou Recusar?

Suspiro olhando para a tela e quando penso em atender, a chamada cai na caixa postal. Balanço a cabeça e não dou importância, amanhã eu converso com ele, hoje, eu só preciso da minha casa, de um bom banho e da minha cama. Fecho o meu armário, pego a minha bolsa, me despeço de todos e desejo um ótimo plantão. Logo após, saio da sala, caminhando a passos curtos para a saída do posto.

Noto uma mulher aparentemente furiosa, andar pelo corredor a passos largos e duros. A mesma possui postura indiferente, roupas de classe alta e nojo em seu olhar. Meus olhos focam na loira e ligo os pontos. Uma mulher como esta em um posto periférico… Esposa do Caccini.

— Olha por onde anda! — Meu ombro colide com o da loira e volto a realidade ao ouvir o seu tom rude. Com certeza, esposa do Caccini. Ou seja…

Irmã do Gael.

— Starr? Tudo bem? — Meus olhos estão completamente perdidos e balanço a cabeça quando ouço a voz doce de uma das faxineiras do posto.

— Tudo… Tudo sim! — Sorriu doce e caminho a passos rápidos para fora do posto. Eu não posso mais me meter nessa história e muito menos, ir atrás dessa mulher, por mais que eu queira saber mais e muito mais sobre o Gael. O certo seria falar com ele, o questionar, mas eu sei e conheço o homem que eu tenho, sei que ele não irá me dizer nada e se disser, irá me enrolar.

— Gael…? — Solto ar confusa e surpresa ao ver o dito cujo, me esperando. O mesmo está com outra muda de roupas, braços cruzados e suas costas encostadas em seu carro brilhoso. Cruzo os braços caminhando até o mesmo e ele me segue com o olhar.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora