Capítulo Seis | "Eu Sou o Namorado."

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S T A R R

— Starr?! Filha? — Minha cabeça volta ao presente quando ouço a voz do meu pai. Sem saber o que responder, eu apenas desligo a chamada e deixo o celular na cama.

Eu saio do meu quarto, descendo as escadas a passos rápidos e respiro já ofegante quando chego à cozinha. Vejo o Gael e o Cabelinho discutindo sobre alguma coisa e eu me aproximo dos dois.

— Temos um problema! — Digo sem rodeios, conseguindo a atenção dos dois homens.

— O que aconteceu, Starr? — Gael vem até mim com um olhar preocupado e o Cabelinho me olha curioso.

— O meu pai venho me visitar sem avisar antes e… — Puxo o ar quando me vejo tão nervosa — Eu não sei como eu vou falar pra ele que tem dois homens na minha casa.

— Oh compadre, vai conhecer o sogrão! — Sorrir abraçando os ombros do Gael — Já verificou as calças?

— É sério porra — O olha sério — Vamos dar um jeito, recepciona o seu pai e tenta se acalmar — Balanço a cabeça em confirmação confiando totalmente nele. Eu não tenho outra escolha mesmo. Quando ia lhe dar as costas, sinto sua mão na minha cintura — Assim você não abre essa porta… Veste — Me entrega a camisa que estava usando e apenas agora, percebo que o mesmo estava vestindo algo.

A visto sem reclamar e lhe dou as costas, caminhando a passos curtos até a porta. Respiro e rezo antes de abrir finalmente a madeira. A primeira coisa que vejo é o meu pai olhando atentamente e nervosamente para o celular. Quando o mesmo percebe que a porta se abriu, o mesmo abre um sorriso sincero e logo, estou em seus braços.

— Minha filha! — Retribuo o seu abraço, o percebendo emocionado. Aperto o seu corpo contra o meu, gostando da sensação de estar em seus braços novamente — Nunca mais desligue o celular na minha cara, o que estava pensando Starr Castro? — Resmunga entrando dentro da minha casa e eu fecho a porta.

— Desculpas pai — Sorrio fracamente e noto o mesmo observando a minha casa — O que achou? — Questiono atraindo a sua atenção.

— Confesso que fui um homem cheio de preconceitos sobre esse lugar… Até policiamento tem por toda parte, coisa que não existe na zona sul — Sorrio nervosa. Mal sabe ele, o porquê desse "cuidado" todo — E sua casa é linda, meu amor.

Respiro aliviada por nota-lo de bom humor. Meu pai não é uma pessoa ruim, apenas protetor demais e um pouco conservador. Quando eu disse sobre vir pra cá, ele praticamente me deserdou, mas me deu um voto de confiança… Acho que ele lembrou que eu já tenho 24 anos e não dependo dele para nada.

Eu estou nervosa dessa forma, porque sei que o meu pai é extremamente conservador, dos tempos das cavernas mesmo. Acho que a convivência com os homens ricos e bracos, o deixou assim e sinceramente, é um saco. A Starr da adolescência já chegou a odiar o Sr. Castro.

— Obrigada, pai. É verdadeiramente uma graça e…

— Que camisa é essa? — Me interrompe olhando fixamente para a minha blusa masculina — Eu não tinha percebido, mas agora sinto o cheiro de homem no ar.

— É… — Ok Starr, agora você terá que agir como uma mulher de 24 anos e dizer a verdade para o seu pai… Mas, que verdade?

"Papai, eu estou me apaixonando por um traficante bonito pra cacete que eu ironicamente cuidei enquanto ele sangrava no chão da minha cozinha."

Não, não é uma boa forma de começar.

— Amor, você viu o meu… — De repente, eu vejo um preto muito gostoso, descer as escadas da minha casa com uma roupa social… Onde ele achou essa roupa?! — Pois não? — Questiona ao "perceber" o meu pai na sala e caminha até mim, colocando suas mãos na minha cintura. Meu pai obviamente acompanhou esse movimento.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora