Capítulo Trinta | "Não confie em..."

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S T A R R

As últimas palavras do meu pai foram como uma faca no meu peito e está começando a sangrar. Mal posso acreditar no que o mesmo disse e nem no que vem dizendo.

São tantas informações, tantas coisas sendo encaixadas…

— Gael.

— Starr — Seus olhos chegam aos meus com um olhar estranho — O que?

— Nada — Demora alguns segundos antes de desviar o seu olhar do meu. [...]

— Você… — Me direciono ao meu noivo — Já sabia dessa aliança?

— Não, meu pai nunca me disse nada — Nega rapidamente e seu olhar não desvia do meu, me dando total certeza de que o mesmo diz a verdade — Apenas já ouvi esse nome sair da boca dele, poucas vezes e quando escutei saindo da sua… É como se fosse a porra de um déjà vi, parecia que eu já havia ouvido esse nome antes.

— Seu pai não te contou nada, porque o objetivo dele não era consumir esse casamento, era me controlar — Meu pai diz, respondendo o Gael.

Meus olhos se perdem. Eu não sei mais o que pensar e nem em como pensar. Eu fui declarada como morta, para não ter o meu casamento consumado com — justamente — o meu noivo atual, o qual estou junto por pura vontade. O destino só pode estar brincando com a minha cara.

— Filha… — Meus olhos sobem até os seus. Suas íris demonstram decepção, arrependimento… Eu não consigo suportar olhá-lo e saber que o meu próprio pai me deu como morta — Eu fiz isso apenas para te proteger, foi a única coisa que passou pela minha cabeça! Quando eu perdi a sua mãe, não poderia perder você também! Deus, mal consigo pensar em perder o meu tesouro.

— Nessa época… — Limpo uma lágrima solitária que caiu no meu rosto. As emoções começam a transbordar e sair em forma de lágrimas — Você se tornou tão distante…

— Eu estava desesperado! Não poderia deixar visível, muito menos perceptível que a minha única filha ainda estava viva. Precisei te esconder daquele homem, antes que ele fizesse algo pior com você.

— Me casar, com o filho dele — Olho firmemente para o Gael, que mantém uma feição tão séria que me sinto amedrontada.

— Mais que isso — Nossos olhos se encontram lentamente — Te colocar nesse mundo sujo, podre e fazer com que você vire outra escrava dele, assim como eu!

— De qualquer forma, não estou em uma vida tão limpa assim… — Admito.

— Por mais que eu odeie o seu namorado…

— Noivo — Gael diz rouco.

— Tanto faz — Balança as mãos em sinal de descaso — Por mais que eu odeie esse rapaz, ele nunca te obrigou a nada.

— O odeia, por ele ser da família García.

— Também — Dá de ombros com uma expressão abatida — Quando ele me disse o seu nome, eu pensei em diversas formas diferentes de arrastar você para o mais longe possível desse sobrenome. Estava a ponto de surtar, minha filha.

Não digo nada. Minha cabeça voltou a confusão de antes e eu mal consigo acreditar em tudo que estou pensando. Tudo que aconteceu… Tudo que está acontecendo…

— Eles descobriram? — Questiono ao meu pai, que assente com a cabeça.

— Quando Barbosa se tornou o mais novo sócio do Sr. García, o mesmo começou a investigar sobre o Gael, o qual estava vivo segundo os relatos de Gabriella… E, descobriram tudo.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora