Capítulo Nove | "O... Dono do morro?!"

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G A E L

Estaciono o meu carro, na parte de trás da quadra, na intenção de ser o mais imperceptível possível. A escuridão vai me tornar invisível em meio aos olhos desses filhos da puta.

— Eu nunca fui em uma baile antes… — Noto a preocupação da Starr e sua curiosidade.

Provavelmente, a minha preta está com medo dos bailes por causa do que dizem por aí e na moral, não é mentira não, 'tá ligado? Mas eu como eu sou organizador dessa porra, tento ao máximo deixar isso daqui o mais pacífico possivel. Eu sei que tem adolescente 'pra um caralho aqui e muitos, nem falaram com os pais. Eu sou fodido, mas não vou deixar nenhuma mãe chorar não, por causa de um deslize.

— Nunca, patroa?! — Cabelinho se intrometer na conversa e eu me amaldiçoou por ter deixado ele vir comigo.

— Nunca… Meu pai costumava me deixar ir em outros tipos de festa — Diz abrindo a sua porta, após eu destravar o carro e sair do meu veículo. Arrumo a minha toca preta e estendo a mão para a minha preta quando ela se aproxima de mim. A analiso de cima a baixo e arrumo o seu vestido, deixando um aperto na sua bunda. Ela resmunga e eu ignoro, encaixando o meu braço ao redor da sua cintura fina.

— Como você pode chamar aqueles jantares tediantes de "festa"?! — Bate a porta do meu carro enquanto olha "indignado" para a Starr.

— Tem geladeira em casa não, porra?

— Eu vou te mostrar o que é uma festa de verdade, patroa… — Me ignorou completamente e voltou a falar com a Starr.

— Você não pode mostrar para a Starr o que é "diversão" — Já corto logo essa porra, porque esse comédia eu conheço.

Diversão para o filho da puta do Cabelinho, é: maconha, duas mulheres rebolando no seu colo e bebida 'pra caralho. Eu não quero a Starr metida nessa porra.

— Por que, chefinho? — Seu sorriso inocente não me comove — Deixa a mulher dançar, se divertir…

— Ela já se diverte, Cabelinho — Puxo a minha mulher para finalmente andarmos em direção a quadra, onde está acontecendo o baile — Com o meu pau.

[•••]

— Olha só, quem resolveu aparecer — Chefin se aproxima de mim com um sorriso brincalhão — Pensei que tinha morrido, filho da puta! — Ele me abraça de canto e eu solto uma risada.

— Vaso ruim, não quebra fácil não parceiro — Xamã se aproxima, me olhando divertido — 'Eae, irmão.

— Tô' ligado' que quase choraram quando a notícia da quase morte se espalhou — Cabelinho me olha com uma sobrancelha erguida.

— Lógico, nós somos empregados… Sem um chefe, sem dinheiro — Deixo um soco no seu ombro e o mesmo gargalha junto aos outros.

Resumidamente, esses são os caras, 'saco? O pessoal que me ajudou 'pra cacete quando cheguei no ápice da minha vida fodida e precisava de uma mão. Com eles, construirconstruí impérios e castelos de dinheiro, tudo para retribuir o favor. Eu sei reconhecer quando os caras são brabos mesmo e eles são meu fechamento.

— 'Oh manos… Quem é essa aí, do lado do Gael? — Xamã é o primeiro a perceber a minha mulher e fodidamente todos os olhares vão para ela.

Cerro os olhos e fuzilo os três com os olhos ao notar essa atenção a mais na minha preta.

— Eu acho bom você não olhar muito não — Cabelinho avisa.

— Por que? É irmã dele? — Por que cacetes eles estão conversando como se eu não estivesse ouvindo?!

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora