G A E L
Estaciono o meu carro, na parte de trás da quadra, na intenção de ser o mais imperceptível possível. A escuridão vai me tornar invisível em meio aos olhos desses filhos da puta.
— Eu nunca fui em uma baile antes… — Noto a preocupação da Starr e sua curiosidade.
Provavelmente, a minha preta está com medo dos bailes por causa do que dizem por aí e na moral, não é mentira não, 'tá ligado? Mas eu como eu sou organizador dessa porra, tento ao máximo deixar isso daqui o mais pacífico possivel. Eu sei que tem adolescente 'pra um caralho aqui e muitos, nem falaram com os pais. Eu sou fodido, mas não vou deixar nenhuma mãe chorar não, por causa de um deslize.
— Nunca, patroa?! — Cabelinho se intrometer na conversa e eu me amaldiçoou por ter deixado ele vir comigo.
— Nunca… Meu pai costumava me deixar ir em outros tipos de festa — Diz abrindo a sua porta, após eu destravar o carro e sair do meu veículo. Arrumo a minha toca preta e estendo a mão para a minha preta quando ela se aproxima de mim. A analiso de cima a baixo e arrumo o seu vestido, deixando um aperto na sua bunda. Ela resmunga e eu ignoro, encaixando o meu braço ao redor da sua cintura fina.
— Como você pode chamar aqueles jantares tediantes de "festa"?! — Bate a porta do meu carro enquanto olha "indignado" para a Starr.
— Tem geladeira em casa não, porra?
— Eu vou te mostrar o que é uma festa de verdade, patroa… — Me ignorou completamente e voltou a falar com a Starr.
— Você não pode mostrar para a Starr o que é "diversão" — Já corto logo essa porra, porque esse comédia eu conheço.
Diversão para o filho da puta do Cabelinho, é: maconha, duas mulheres rebolando no seu colo e bebida 'pra caralho. Eu não quero a Starr metida nessa porra.
— Por que, chefinho? — Seu sorriso inocente não me comove — Deixa a mulher dançar, se divertir…
— Ela já se diverte, Cabelinho — Puxo a minha mulher para finalmente andarmos em direção a quadra, onde está acontecendo o baile — Com o meu pau.
[•••]
— Olha só, quem resolveu aparecer — Chefin se aproxima de mim com um sorriso brincalhão — Pensei que tinha morrido, filho da puta! — Ele me abraça de canto e eu solto uma risada.
— Vaso ruim, não quebra fácil não parceiro — Xamã se aproxima, me olhando divertido — 'Eae, irmão.
— Tô' ligado' que quase choraram quando a notícia da quase morte se espalhou — Cabelinho me olha com uma sobrancelha erguida.
— Lógico, nós somos empregados… Sem um chefe, sem dinheiro — Deixo um soco no seu ombro e o mesmo gargalha junto aos outros.
Resumidamente, esses são os caras, 'saco? O pessoal que me ajudou 'pra cacete quando cheguei no ápice da minha vida fodida e precisava de uma mão. Com eles, construirconstruí impérios e castelos de dinheiro, tudo para retribuir o favor. Eu sei reconhecer quando os caras são brabos mesmo e eles são meu fechamento.
— 'Oh manos… Quem é essa aí, do lado do Gael? — Xamã é o primeiro a perceber a minha mulher e fodidamente todos os olhares vão para ela.
Cerro os olhos e fuzilo os três com os olhos ao notar essa atenção a mais na minha preta.
— Eu acho bom você não olhar muito não — Cabelinho avisa.
— Por que? É irmã dele? — Por que cacetes eles estão conversando como se eu não estivesse ouvindo?!
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Preta Rara
Storie d'amoreNÃO PERMITO ADAPTAÇÕES DESTA HISTÓRIA. - "E todo mundo tá' ligado que ela é a minha de fé, ai de quem cometer o pecado de cobiça a minha mulher." - Gael. Starr Castro já imaginava que a sua mudança para o Complexo da Pedreira, seria algo que mudaria...