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pov. bia são paulo, são paulo
— o que você acha? - mostro o rascunho ao otto. — tá cara da dona nora, mas recomendo você mudar a posição do sofá e coloque terracota ao invés de vinho - ele aponta a caneta pra mim.
— o que eu seria sem você? - sorrio olhando pra ele. — nada - ele sorri.
o telefone de mesa toca.
— scarpa designer - atendo. — então você já voltou à ativa - o guto fala.
— gustavo - bufo - já sim, o que é que você tá me incomodando essa hora? — que tal você fazer aquele macarrão amanhã? lá na casa do papai - ele pergunta.
— sorte sua que amanhã aqui não abre - viro os olhos - você vai querer que eu compre alguma coisa? não, deixe que eu adivinho - olho de canto pro otto - trakinas e leite condensado.
— por isso eu te amo, eloazinha - ele manda um beijo e desliga. — que vício é esse em trakinas? - resmungo e aperto a ponte do nariz.
— falando em trakinas - o otto tira o óculos e olha pra mim - joaco piquerez, pode ir hablando.
— o que? ele só me seguiu no instagram - giro na cadeira - mas ele é gato vai.
— por mais que você seja uma piranha, você tem conduta - ele cruza os braços. — não pego amigo do meu irmão - levanto as sobrancelhas.
meu celular começa a tocar.
— já esse aqui, não é amigo do meu irmão - sorrio - pedro raul, quem é sumido, sempre aparece.
— eai gata - ele solta uma risada - a gente sabe que quem sumiu foi você — concordo - suspiro - o que devo a ligação do menino de ouro do goiás? - cruzo as pernas.
— você não presta - o otto sussurra e eu mando um beijo pra ele.
— eu vou dar uma passada em são paulo hoje, pensei na gente sair sabe, tô com saudades - ele fala um pouco mimoso.
— eu também tô com saudades - faço careta olhando pro otto e ele ri - me pegue as 21:00, vou sair do trabalho tarde hoje.
— por mim tudo bem, até mais tarde gata - ele desliga. — mas é muito sinica - o otto fala.
— não tenho culpa, é meu jeitinho - mando beijo pra ele.
