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pov

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pov. bia
tokyo, japão

não sabia que ficava tão bem de azul - apoiei os cotovelos na cama enquanto olhava o joaquin se arrumar.
— fico bem em qualquer coisa - ele fala enquanto se olha no espelho.

— queria saber da onde vem essa sua autoestima, piquerez - arqueio a sobrancelha e olho pra ele.

chegamos em tokyo ontem, viemos separados, mas por um acaso do destino ficamos no mesmo hotel.

— eu só digo o óbvio, malukeirinha - ele se vira pra mim - você vai ver o treino hoje?
— acho que vou - me sento na cama e cruzo as pernas, não conseguia parar de olhar para o novo corte de cabelo dele.

— o que foi? - ele se aproxima e apoia as mãos na minha coxas, inclinando o corpo na minha direção - gostou do meu cabelo não foi? - o joaco não parava de olhar pra minha boca.

— foi, você tá muito gostoso - sorri e olhei nos olhos dele.
— você tem sorte de eu ser só seu - seus lábios encostam no meu e nos beijamos.

— mais tarde eu apareço, pra ver meu camisa 22 - sussurro contra sua pele e beijo sua bochecha.
— eu te amo - ele sussurra no meu ouvido.
— também te amo, mulinha - sorrio.

goyang stadium, tokyo

— você tem que parar de me arrastar pra todo lugar que você vai - o otto me olha de canto

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— você tem que parar de me arrastar pra todo lugar que você vai - o otto me olha de canto.
— você tinha coisa melhor pra fazer no brasil? - olho pra ele e arqueio a sobrancelha.

— não, mas eu ia pra marrocos - ele suspira - amanhã meu braza vai jogar, YURI ALBERTO NA SELEÇÃO CARALHO - ele falou a última parte como se tivesse gritando, mas sussurrou.

— yuri alberto é um bagre, otávio - faço careta - veiguinha e rústico vão fazer o trabalho deles - lanço um sorriso pra ele e ele revira os olhos.

— não sei como você consegue se enfiar em todo lugar que tem futebol, puta merda - ele resmunga quando a gente se aproxima do campo - aquele é o valverde, beatriz - ele segura meu ombro e começa a me balançar.

— aí depois você reclama quando eu te levo para os lugares, seu porra - dou um sorrisinho e me sento na arquibancada.
— eu preciso tirar foto com ele - o otto se senta inquieto do meu lado.

a gente viu o treino deles até o final, o joaco trocou alguns olhares comigo, mas evitou tirar a atenção do que estava fazendo. foi esquisito ver arrascaeta, piquerez e valverde usando o mesmo uniforme, mas essa é a maravilha do futebol.

— malukeirinha - o joaquin corre na minha direção ofegante, ele abriu um sorriso e me deu um selinho.
— vocês tem obrigação de ganhar esses amistosos - aliso o cabelo dele e observo seu rosto, senti meu coração acelerar.

— sua pupila dilatou, malukeirinha - ele alisou meu queixo e sorriu.
— eu vou vomitar - o otto revira os olhos.

— oto oto - o piquerez cumprimenta ele e sorri.
— qual a chance de você chamar o valverde pra vim autografar a camisa do oto oto? - olho pra boca do piquerez e depois para os olhos.

— fede - o piquerez se virou pra trás, ele estava falando em espanhol - lembra da galega que eu te falei? - ele olhou de canto pra mim.

— estamos aqui em tokyo - posicionei o celular, estava gravando pra o tik tok porque não tinha o que fazer até a noite - e o jonjoca - puxo o piquerez pelo braço - vai fazer chimarrão.

— vou fazer o verdinho em tokyo, porque tem que espalhar legado, tem que espalhar cultura - ele levanta a cuia e me segura pela cintura - vai provar chimarrão hoje né, malukerinha? - ele roçou o nariz no meu e olhou pra minha boca.

— vou pensar - seguro o queixo dele e dou dois selinhos - vai, começa - me sento na mesa e indico a cadeira com o queixo.

pego o celular e gravo o piquerez.

— primeiro a gente coloca o mate - ele levanta o saquinho da erva e abre ele - vocês precisam criar tipo um "morrinho" na cuia - ele fala enquanto tampa um dos lados da cuia e coloca a erva no outro.

— segura aqui jonjoca, vou pegar a água quente - entrego o celular pra ele e vou correndo até a pequena área da cozinha, peguei a garrafa térmica com a água e voltei pra mesa - toma - entrego a garrafa a ele e pego o celular.

— nesse espacinho aqui que sobrou - o joaco mostra a cuia pra câmera - vai colocar água quente, em 70 graus de temperatura, lembrem bem - o joaquin explica enquanto coloca a água na cuia.

— deixa eu fazer agora - olho pro piquerez e ele me entrega a cuia e pega o celular virando a câmera pra mim - essa parte eu sei - dou um risinho.

— vocês vão deixar a cuia inclinada por quatro minutos, pra que a água penetre na erva - o piquerez segura a risada - deixa de ser idiota, joaquin - solto uma risada e apoio a cuia em um suporte - vamos esperar quatro minutinhos - prendi o cabelo na orelha.

posicionei o celular na mesa enquanto a gente espera os quatros minutos.

— a primeira maravilha chega com disposição, desce, sobe, toma rajadão - o piquerez fica de costas na minha frente balançando a cabeça.

— não vai não, biazinha - ele me impede de aparecer na câmera.

dou um tapinha no pescoço dele e tento correr, mas ele me segura pela cintura e me levanta.

— joaco - esperneio - já passou os quatro minutos, solta solta - ele cheira meu pescoço e me larga.

volto a gravar ele.

— depois dos quatro minutos, vocês vão colocar água quente até atingir a borda - o joaquin vira a garrafa d'água na cuia - agora é só tampar a parte de cima da bomba, que é o canudo e colocar dentro da cuia - ele coloca a bomba na cuia

— prontinho - aproximo a câmera.
— toma - o piquerez pega o celular de mim e me entrega a cuia - você disse que ia provar, bibia - a forma que ele falou, me fez derreter.

— tudo bem - respirei fundo e tomei um gole, fiz uma careta.
— gostou, princesa? - ele começa a rir, fiz que não com a cabeça - vou te livrar dessa - ele beija minha testa.

— espero que tenham gostado - gravo eu e o jonjoca na câmera frontal e depois paro a gravação - quase três minutos, jonjoca.

— valeu a pena - ele sorri e toma o chimarrão, faço careta.

Meu Camisa 22 ! Joaco PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora