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pov. bia academia futebol do palmeiras, são paulo
— a produção de vocês tá sendo bem rápida, eloah - a leila me entrega uma xícara de chá.
— falta pouca coisa, a enfermaria foi terminada ontem - tomo um gole do chá, e evito a careta por esta sem açúcar.
— estávamos pensando - ela cruza as pernas e coloca o cabelo pra trás do ombro - você é formada em jornalismo esportivo não é? - ela toma um gole do chá e me olha por cima da xícara.
— sou - cruzo as pernas - me formei enquanto fazia a faculdade de designer de interiores - círculo a borda da xícara com o indicador.
— gostamos do seu trabalho, eloah - ela apoia os cotovelos na mesa - pense nisso, no que eu vou oferecer - meu corpo tremeu - quero você trabalhando na mídia do clube, sem impedir seu trabalho como designer quando necessário, o que acha?
— não posso decidir algo assim agora - sorrio simpática - mas vou pensar com muito carinho - olho pra ela. — bom, vou te deixar trabalhar - a leila levanta e vai em direção a porta - espero que aceite.
relaxei meu corpo na cadeira de joguei minha cabeça pra trás, respirei fundo e olhei pro teto.
— preciso falar com o otto - giro um dos anéis de prata no meu dedo.
ouço algumas vozes no corredor. doarda.
vou até o corredor e vejo ela entrar no banheiro, olhei ao redor pra ver se vinha alguém e fui até o banheiro. tá na minha hora.
— olha só - a doarda olha pra mim por cima do ombro.
— não vem com essa história, eduarda - me aproximo dela - eu sei o que você fez. — o que eu fiz? - ela arqueia a sobrancelha e cruza os braços.
vadia descarada.
— não se faz de sonsa garota, ah, pelo o amor de deus - balanço a cabeça - você não tem noção do quanto o joaco se sentiu culpado, não quero que você encoste um dedo no meu jonjoca - ela faz uma cara de irritada.
— eu tô nem aí pro que ele tá sentindo - ela revira os olhos e eu arregalo os olhos. — como assim você "tá nem ai"? - faço as aspas e olho pra ela.
— você é tão cega assim, bia? - ela solta uma risada - eu vim causar terror, mas não em você - ela segura meu queixo e levanta minha cabeça, tentei recuar, mas tava tão confusa que não consegui.
— não tô entendendo - pisco os olhos algumas vezes. — eu vim causar terror no joaco - ela dá um sorrisinho e olha pra minha boca - você sabe o que eu quero?
— quer o joaquin - falo com os lábios tremendo e ela solta uma risada. — você nunca esteve tão errada, muito errada - quando eu percebi que o rosto dela tava se aproximando do meu, eu dei um pulo pra trás.
— não, não, não - aponto pra ela e recuo até a parede - você tá muito errada, errada.
— isso é preconceito, beatriz? - ela cruza os braços e dá um sorriso sarcástico. — não sou assim e você sabe, mas a impressão que você passa é outra e eu... não tenho cabeça pra isso, doarda - respiro fundo e passo a mão pelo cabelo colocando pra trás.
— você vai ver que é um erro tá com o piquerez, eu vou te fazer enxergar - ela passa por mim e sai do banheiro.
puta que pariu, que porra foi essa?
— isso só acontece com você, beatriz, não é possível - me olho no espelho e suspiro.
nessa hora eu só queria minha cama, me enterrar nos lençóis ou no peitoral do joaco.
erro? não acho que seja um erro, não acho que aquilo vai acontecer de novo, não com o piquerez.
——— pov. joaco são paulo, são paulo
eu chamei a bibia pra vim assistir a nova temporada de outer banks comigo, não que eu goste muito da série, mas ela gosta então decidi ver com ela.
enxuguei meu cabelo me olhando no espelho, vi as gotas da água escorrendo do meu pescoço até a barra do meu short, observei meus sinais e a tatuagem.
— como você pode ser tão lindo, jonjoca? - me viro de costas pro espelho e exibo meus músculos, olho minha dorsal definida.
a campainha tocou, pendurei a toalha no banheiro e foi até porta mexendo um pouco no cabelo.
quando abri a porta, a bia. com um boné azul, que roubou de mim, um cropped de manga branco, um chinela preta e um short preto que realça as coxas dela.
— oi malukerinha - dou um selinho nela e ela fica na ponta do pé.
— oi jonjoca - dou espaço pra ela entrar. — espera que eu vou vesti uma blusa - fecho a porta e vou até o quarto.
estranhei ela não ter feito nenhuma piada sobre eu ficar sem blusa.
ela tirou a chinela e colocou ao lado da minha, tirou o celular do bolso e se sentou no sofá, calada.
cruzei os braços e parei na frente dela, ela me olhou por cima do celular.
— que foi? - ela pergunta e depois volta o olhar pro telefone. — u que foi? - franzo o cenho e me sento no sofá, me inclino na direção dela e pego seu celular, ela solta um grunhido em reclamação - como você tem joaco piquerez sem camisa na sua frente e insiste em olhar pro celular? - coloco a mão pra trás escondendo o celular.
— jonjoca - ela suspira. — não vou te deixar em paz - balanço a cabeça e coloco o celular no sofá, apoio minha mão no braço do sofá, deixando ela de frente pro meu corpo - não gosto de você calada e capenga.
— não é nada - ela desvia o olhar, mentiu. — me fala - mudo minha expressão e pelos olhos que ela arregalou, percebeu a mudança.
— eh... - ela hesita um pouco - a leila, me ofereceu um emprego - ela morde o lábio inferior - permanente no clube.
abri um sorriso de orelha a orelha.
— mas isso é ótimo, princesa - aperto a bochecha dela e dou vários selinhos - e o que você disse?
— não é uma decisão só minha, é minha e do otto - ela coloca o cabelo pra trás da orelha e olha pra mim.
— verdade, mas é só isso que tá te deixando assim? - coloco a mão na bochecha dela e sinto sua bochecha quente.
— é sim - ela coloca uma das mãos sobre a mim e fecha os olhos. — tem certeza? - insisti. — sim, tenho - ela balança a cabeça assentindo.
— você quer um cafuné pra ficar melhor? - faço bico e olho pra ela, ela solta uma risada.
— quero sim - ela me abraça e sinto suas mãos nas minhas costas, me arrepio, sua cabeça se enterrou no meu ombro e senti sua respiração no meu pescoço.
— obrigada por ser assim, jonjoca - ela fala no meu ouvido, decidi não reponder, não acho que foi um comentário que precisasse de resposta.
