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"Amar é uma jornada constante de mudança e crescimento. "
B. Scarpa
o clima chuvoso nessa madruga em São Paulo não ajudou em nada na minha alergia. eu desci da cama devagar, sem fazer movimentos bruscos para não acordar o joaquin, me esgueirei na ponta do pé até a sala de estar — não queria acordar o benni agora.
meus espirros estavam incontroláveis — a mudança no tempo é sempre um período torturante. encarei o armário de remédio ao lado da geladeira, respirei fundo e apoiei a mão no quadril, não iria conseguir pegar meu antialérgico.
- amor? - a voz rouca do jonjoca fez meu corpo espasmar, coloquei a mão no peito, por sorte controlei o grito que queria escapar por minha garganta. - joaquim - me virei pra ele - pelo o amor de Deus, você aparece assim feito uma assombração - em todo momento eu estava sussurrando, evitando qualquer barulho que chegasse nos ouvidos do nosso ursinho.
- eu fui te procurar na cama, pra tentar abraçar você e não te achei - ele esfregou os olhos enquanto se aproximava, o uruguaio usava apenas uma calça moletom, e claramente, só usava ela - como eu vou dormir sem você?
- meu Deus, como você é um bebezão - um sorriso se formou no meu rosto — fico boba — me aproximei dele, seu olhar percorreu meu corpo. - porque levantou? - sua mão foi até o cabeça, ele tentou ajeitar o cabelo amassado, mas apenas bagunçou mais. fofo.
aquele movimento de mexer no cabelo me fez ter uma visão perfeita do seu corpo, a pele branca — quase rosada — os sinais espalhados pelo peitoral e barriga, a tatuagem de números romanos tomando conta do espaço próximo a sua clavícula, a corrente prateada com um pequeno pingente de cruz pendurada em seu pescoço, o abdômen definido e as entradinhas em V com a nova tatuagem bem acima da barra da calça "for bia". graças a Deus esse homem é meu.
o espirro que eu soltei foi a resposta pra pergunta dele, o joaquim passou por mim direto em direção ao armário de remédios, sem esforço algum ele abriu a pequena porta do armário e tirou o comprimido do meu antialérgico.
- era só ter me pedido, malukeirinha - ele ergueu o remédio em uma das mãos e segurou meu queixo com a outra levantando um pouco minha cabeça - iria evitar você ter que levantar da cama. - eu sei me virar sozinha - tentei pegar o remédio da mão dele, mas ele desviou - joaquin, me dá logo vai - funguei um pouco, esfregando o nariz em um movimento circular.
- pedagio de beijo - o jonjoca fez um biquinho com a boca, o que me tirou uma careta, mas eu não resisti e dei um selinho demorado nele - boa garota - belisquei seu bíceps, mas duvido que tenha sentido algo, ele me entregou a cartela de remédio e foi até a geladeira tirando uma garrafinha d'água.