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pov

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pov. bia
escola de futebol palmeiras,
são paulo

eu te amo. sempre passava pela minha cabeça as palavras que eu disse ao joaquin, as que eu já queria dizer a muito tempo. temos trabalhado esse lance de conversar, e fizemos um acordo.

quando tiver ciúmes, quando se sentir incomodado, fazer uma nota mental e então conversar, nenhum de nós dois quer sentir aquelas coisas de novo.

eu já estava fazendo compras pra viagem a tokyo, adiantando alguns trabalhos, a última semana foi movimentada, não só pra mim, mas pro jonjoca e pro clube.

a uma semana conheci os pais dele e a irmã, e amei todos. o palmeiras conseguiu eliminar o são bernardo e estamos na semi-final, ituano agiu devagar, primeiro santos e depois corinthians.

derrubou os grandes, e agora seria derrubado.

a atmosfera no clube estava a mil, ansiedade, agitação, competitividade e instinto selvagem de vitória. eu pelo contrário, estava um poço de nervosismo.

— você nem vai pisar em campo, eloazinha - o rony olha pra mim enquanto devora o almoço.

— você acha mesmo que eu não vou sofrer por ser torcedora? - apoio as mãos na mesa e me inclino pra olhar pra ele, o piquerez impedia minha visão - se for para os pênaltis, eu desmaio - dei ênfase na última palavra.

me encosto de volta na cadeira e suspiro, a mão do piquerez levemente desliza pra minha coxa, um ato de conforto.

— relaxe, malukeirinha - ele me lança um sorriso e aperta a coxa devagar - você não vai precisar sofrer com pênaltis.

— isso é uma promessa de gol, mulinha? - o briga arqueia a sobrancelha.
— porque você não cala a boca? - o piquerez lança um olhar pra ele e o veiga solta uma risada.

seguro o riso. os dois sempre brigam por qualquer coisa, mas eu sei que é a forma de amar deles.

— quando vocês viajam? - coloco um pedaço de brócolis na boca e olho pro veiga.

— depois do jogo - ele apoia os cotovelos na mesa e juntas as mãos.
— vou te entregar minha camisa - olho pra ele - vai pedir pro vini e casemiro assinar - sorrio.

— não vou mesmo - ele balança a cabeça e levanta a sobrancelha.
— claro que vai - cruzo os braços.
— não vou não - ele vira o rosto.

— todo mundo sabe que você vai - o dudu revela um sorrisinho e toca o ombro dele no do veiga.

o veiga fica calado e eu dou um sorriso.

Meu Camisa 22 ! Joaco PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora