Majú...
Acordo com o choro de Leon, hora de cuidar do meu pequeno e ir embora dessa casa, já estou decidida, vou embora dessa cidade, custe o que custar, não quero mais saber de Sandro, pra mim ele morreu.
Pego meu pequeno no colo e vou até o banheiro com ele, dou uma leve olhada no espelho e travo o nó que se forma em minha garganta, meu rosto está horrível, roxo e inchado.
É inevitável não pensar no Lyon, com todos os seus defeitos ele jamais faria isso comigo, e olha que já brigamos feio, lembro do dia que ele me agarrou pelo pescoço, mas logo depois me mandou embora para não acontecer algo pior.
Dou um banho no meu pequeno e depois dele todo arrumado dou peito a ele. Assim que termina de mamar ele volta a dormir, esse é o momento que tenho para tomar meu banho e me arrumar para meter o pé daqui.
Entro no banheiro com minhas roupas e uma toalha, com cuidado para não molhar o curativo faço minha higiene matinal.
Saio do banheiro já arrumada e assim que ponho os meus pés no quarto, dou de cara com Sandro sentado na cama de cabeça baixa. Sigo para a bolsa que trouxe e começo arruma tudo sem dizer uma só palavra.
— Me desculpa mais uma vez Majú. Ignoro e continuo arrumando as coisa do Leon. — Não vai dizer nada?
— Sim... Enfim digo algo. Com a bolsa no ombro continuo. — A partir de hoje, quero você longe de mim e do meu filho!
Pego Leon no colo e me preparo para sair do quarto, mais sou impedida de sair por ele segurando um dos meus braços.
— Você vai aonde?
— Pra Marte! Debocho. — Lógico que pra minha casa neh!
— Não! Você não vai. Ele diz se levantando da cama e seguindo até a porta do quarto. — A partir de hoje sua casa e a casa do Leon é aqui, já pedi para pegarem suas coisas na sua casa.
— Você surtou? Digo rindo.
— Não! Não surtei, você não sai dessa casa mais.
— Virei sua prisioneira agora? Debocho mais uma vez sem acreditar nessa patifaria.
— Pode debochar o quanto quiser Majú, o papo foi dado.
Ele diz me deixando no quarto perplexa com tal atitude.
[...]
Realmente Sandro não estava de brincadeira, eu não consigo sair dessa casa, cada canto dessa propriedade é vigiada, fui obrigada a mentir mais uma vez sobre meu ferimento no rosto para os pais e irmã de Sandro.
Já chorei, já gritei, esperniei e nada, Sandro não sede.
Alguns dias se passaram e eu estou sentada na mesa de jantar dando comida para Leon, Sandro está sentado no lado oposto da mesa, eu não falo com ele, não dirijo uma palavra se quer, ignoro total. Seus pais estão em um evento hoje e Renata está na casa de uma amiga.
Estou terminando de dá um frutinha pra Leon, quando sinto um aperto no peito, um aperto tão forte que acabo deixando o pratinho dele cair no chão. Coloco a mão no peito de imediato e no mesmo momento começo a chorar, minhas mãos estão tremendo.
Sandro levanta da cadeira em um pulo e corre em minha direção.
— O que foi? Tá sentindo alguma coisa? Ele pergunta desesperado.
— Eu preciso voltar para o Rio! Digo chorando.
— Isso de novo Majú? Ele me solta e volta pra sua cadeira.
— Você não entendeu Sandro... Eu preciso e vou ao Rio, hoje e agora!
— Não! Você não vai! Ele enfatiza mais uma vez.
— EU VOU, VOCÊ QUEIRA OU NÃO! ACONTECEU ALGO COM KADU TENHO CERTEZA E EU VOU SIM! EU SÓ NÃO SAIO DAQUI SE EU TIVER MORTA... E VAI SER O QUE VOCÊ VAI QUERER QUE ACONTEÇA COMIGO QUANDO EU COMEÇAR A QUEBRAR ESSA CASA TODA! Grito.
Sandro está me olhando assustado, até Leon me olha assustado, o bixinho tá tão assustado que nem chora, eles nunca me viram assim.
— Eu vou quebrar cada copo, cada prato, cada obra de arte dessa casa, cada eletrodomésticos... No final só vai sobrar as paredes em pé e você vai me matar de tanta raiva... Comigo morta Lyon vai vir atrás do Leon e quando souber o que você fez, ele vai começar a matar cada membro da sua família e vai deixar você por último!
Digo tudo sem respirar um segundo, Sandro me encara em choque, sem dizer nada.
Caminho em direção a cristaleira da mãe dele e quando ele vê eu abrindo a mesma ele grita.
— Como você tem tanta certeza que aconteceu algo com Kadu? Questiona.
— Pode ter certeza que aconteceu! Manda seus homens vê! Eu tenho certeza, eu sempre sinto quando algo ruim acontece com ele.
Sandro sai de perto de mim fazendo uma ligação, pego Leon no colo e subo para o quarto, não me dou ao trabalho nem de limpar o que sujei.
Já no quarto, começo a arrumar minha mala, eu vou sair daqui, nem que seja em um caixão, mais eu vou.
Sandro entra no quarto e começa a falar.
— Não sei que parada é essa entre vocês, coisa estranha do caralho, mas vou deixar você viajar... Com uma condição! Leon fica! Essa é minha garantia que você vai voltar.
— Nem fodendo!!! Nem fodendo meu filho fica longe de mim, ele vai e você não tem escolha. Digo o encarando.
— Que porra Majú, você não facilita também! Você já está me estressando... Então vamos elaborar umas regras antes e não tem acordo!
1° Você não dorme no morro, vai ficar no seu apê.
2° Leon não sobe o morro, você arruma alguém para ficar com ele em casa. Essa é a garantia que tenho que você vai voltar.
3° Vou colocar homens ao redor do apartamento, ninguém sai de lá sem que eu saiba.
4° Você vai hoje, visita Kadu amanhã e volta pra sp depois de amanhã! Entendido? Ou você topa ou vou te colocar em uma camisa de força para tú não quebrar nada!
Fico analisando suas regras e resolvo aceitar, depois que estiver no RJ eu vejo como vou fazer para não voltar para sp.
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Complexo de Israel - Segundo ato. Degustação
RomanceMaria Júlia lutou com todas as suas forças para conquistar o grande amor da sua vida e enfim ela conseguiu fisgar o coração do todo poderoso, mais depois de um mal entendido ela foge grávida deixando Lyon completamente desnorteado na prisão, seu cam...