Capítulo 46

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Lyon...

O voo de Adolfo até o Rio foi rápido, mas eu tive que desligar meu telefone para entrar no jatinho, então assim que pousamos no hangar eu já fui logo ligando meu aparelho. Sete ligações de Michele, doze ligações de samurai, um dos seguranças que deixei lá no hospital.

Estava me preparando para retornar a ligação para Michele quando meu celular toca, samurai mais uma vez.

Ligação on...

Lyon: Qual é da parada?

Samurai: Ele está aqui Lyon...

Lyon: Me diz que ele não acessou o hospital samurai. Digo já sabendo de quem ele estava falando.

Samurai: Ainda não, não sei o que fazer chefe! Ele tem policiais com ele.

Lyon: Porra!!! Ele quer matar o irmão dele, só pode!! Tenta falar com Michele, vou tentar falar com o pai dele.
Eu estou puto, fui dar ouvido a Fael em voltar para o Rio e ela está lá em perigo!

Ligação off...

Ligo para o prefeito e rapidamente ele me atende.

Ligação on...

Prefeito: Cadê meu filho Lyon!!! Você prometeu.

Lyon: O filho da puta do seu filho bateu na minha mulher, bateu tanto que fui obrigado a deixá-la em um hospital...

Prefeito: Mas Lyon... Ele tenta falar mais eu não deixo.

Lyon: O verme do Sandro está tentando ter acesso ao quarto dela, presta bem atenção no que vou falar... Liga pro hospital e proibe a entrada dele e de seus capangas, consegue uma transferência dela pra cá pro Rio. Prefeito, se vc não fizer isso agora, eu juro pro senhor que em uma hora sua esposa estará recebendo uma das orelhas do seu filho!!! Eu não estou pra brincadeira caralho!! Já cansei dessa porra! Grito fazendo ele ficar mudo por um tempo.

Prefeito: Vou resolver isso, juro que vou.

Ligação off...

Eu não ia esperar esse merda resolver a situação da minha mulher, eu precisava fazer algo, mas o que?

— Ele está tentando acessar o hospital? Fael interrompe meus pensamentos.

— Está porra!! Grito. — Eu não queria vir, não queria deixar ela lá sozinha, não sei por que te ouvi.

— Lá você podia ir preso Lyon, porra, entende a gravidade da parada! Fael também está irritado.

— Foda-se! Eu fugia de novo! Mas eu não podia deixa-la sozinha.

— Ela não está sozinha Lyon! Tem uma equipe nossa com ela, samurai vai protegê-la pode ter certeza e ainda tem Michele...

— Porra, a Michele! Já estava me esquecendo. Interrompo Fael e já ligo pra ela.

Ligação on...

Michele: Porra, até que fim Lyon!

Lyon: Ela está bem?

Michele: Graças a Deus está! Mas tem policiais de Sandro andando pelo hospital.

Lyon: Tô ligado! Um dos meus tá de olho, Sandro vai ser impedido de entrar aí, já resolvi essa parada e já já sai a transferência dela. Digo tentando acalmar Michele.

Michele: Lyon, você não entende a gravidade da situação... Sandro pode não entrar aqui, mas os policiais são comprados por ele, entende o que estou querendo dizer?

Eu sabia muito bem o que ela estava dizendo e eu precisava colocar a cabeça para pensar rápido, se tem uma coisa que paralisa meu cérebro, é quando mexem com Majú, eu demoro a pensar.

Lyon: Qual é o estado dela? O que o médico disse? Eu precisava saber, para vê como agir.

Michele: Ela está muito machucada, mas tudo superficial, não possui nenhuma lesão interna. Nesse momento ela está medicada e dormindo, parece que deram um calmante para ela.

Porra, isso dificulta as coisa, ela precisará ser carregada e Michele não vai conseguir fazer isso. Fico tentando montar um plano de resgate em minha cabeça, mas tá difícil, até que Fael volta a falar.

— Ok! Você venceu... Vamos voltar! Olho pra ele sem entender nada, mas não questiono.

Michele: O que eu faço Lyon? Ela está nervosa.

Lyon: No momento, nada! Protege ela Michele! Só não deixe nada acontecer com ela. Daqui a pouco te ligo.

Ligação off...

— Marcão... Fael chama o administrador do hangar. — Vamos precisar voltar para Adolfo.

— Sem problema Fael, só que vou precisar de 20 minutos, o jato está sendo abastecido. Diz Marcão a Fael.

— Sem problema! 

— Como vamos agir Fael... Eu tô perdido! Passo a mão no rosto nervoso.

— Vamos tirá-la daquela porra de lugar agora!

Eu não sabia os planos de Fael, mas só dele dizer que iria tirar Majú daquele lugar já me deixava tranquilo. Fael tinha um plano e eu confiava nele.

Em vinte minutos cravados eu já estava voltando pra SP, agora eu só voltava para o Rio morto ou com ela em meus braços.

[...]

Estou enfrente ao hospital já passando todas as informações para samurai, também liguei para Michele e já deixei ela a par de tudo.

Sandro não havia conseguido entrar no hospital e o pai dele proibiu qualquer tipo de visita a Majú, só a que já estava lá poderia ficar, no caso Michele. Ninguém podia ter acesso ao quarto dela, nem os policiais.

Samurai subornou um dos funcionários e com ajuda dele consegui entrar no hospital, assim que meus olhos bateram nela ali, naquela cama, tão machucada, minha vontade de matar aquele filho da puta dobrou.

— Você precisará voltar pro Rio. Digo a Michele que está sentada em uma poltrona ao lado da Majú.

—. Não tenho como Lyon... Minhas coisas, meus documentos... Meu trabalho... Não tem como.

— Se você ficar, ele vai te matar! Cedo ou tarde ele vai descobrir sobre você. Tento convencer ela de voltar, mas nem dá tempo dela responder, já que Fael me envia mensagem dizendo que o momento é agora!

Ouço o alarme de incêndio tocar e nesse momento começa uma correria no hospital, eu não tinha muito tempo para sair dali, já que com certeza mata rindo iria entrar no meio dessa confusão.
Pego Majú no colo e enquanto Michele segura seu soro, saio daquele quarto, o funcionário que me ajudou a entrar ainda está nos acompanhando, nenhum minuto poderia ser perdido.

Os corredores estavam um caos, médicos, enfermeiros, pacientes corriam pra lá e pra cá... Assim que chegamos na escada de emergência, ouço a voz de mata rindo.

— Lyon! Ele grita. E é no momento que olho pra trás que um tiro é disparado!

Porra, não acredito!!!

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora