Capítulo 44

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— Você seria capaz de me matar desta forma? Questiona sapo ainda sentado em uma cadeira totalmente amarrado. — Eu não te fiz nada Lyon!

— Eu seria capaz de qualquer coisa, a qualquer momento e por qualquer motivo, mas se tratando da mãe do meu filho, eu com toda certeza seria capaz de ir ao inferno enfrentar o próprio demô!
Enfatizo olhando nos olhos dele.

Sapo se cala na hora, só de me olhar ele sabe que não estou blefando.

Faltando cinco minutos para o fim do prazo que dei ao pai de sapo e mata rindo dou ordem aos moleques para já irem preparando o “microondas”.

Dois minutos para o fim do prazo, Sapo é pego e levado para onde os pneus estão, uma câmera é posicionada a sua frente, ele grita desesperado e chorando.

— Porra... Porra Lyon... Num fode cara! Eu não tenho nada a ver com seu rolo com Sandro não! Por favor... Por favor... Ele suplicava enquanto tentava me convencer a não mata-lo daquela forma.

A contagem regressiva começa...

10... A gasolina é colocada a sua frente.

9... O fósforo é separado.

8... O sinal do celular é averiguado.

7...  A câmera é ligada e já começa a filmagem.

6... A gasolina é despejada sobre os pneus.

5... O fósforo é aceso.

4... Os meninos me olham esperando minha ordem.

3... Sapo grita desesperado.

2... Olho para o meu celular esperando o ponteiro bater nos 40 minutos cravados.

1... Olho para os meninos e quando estou preste a autorizar, meu telefone toca!

— Que bom que ligou... Dependendo do que você vai dizer, já vai assistir de camarote o churrasquinho que será feito do seu filho. Digo virando o celular em direção ao sapo, para o pai dele vê o que será feito com seu queridinho.

— Eu tenho o endereço! Diz ofegante o prefeito.

— Qual?

— Rua... Ele passa o endereço e na mesma hora saio correndo da mansão.

— E meu filho? Grita o prefeito.

— Seu filho vai ficar aqui até eu ter minha mulher comigo, tudo dando certo eu o solto! Desligo o telefone.

Corro em direção ao meu carro e Fael vem logo atrás.

— Vai aonde doido?

— Buscar minha mulher! O jato já está pronto?

— Lyon, não tem como você ir, já tem uma equipe pronta para resgata-la, sem contar que você corre o risco de ser preso se sair da favela.

— Foda-se! Eu vou atrás dela, vou trazê-la de volta! Vou perguntar mais uma vez, o jato já está pronto?

— Claro que está porra! Deixa de ser teimoso Lyon!

Não dou ouvidos a ele, ligo meu carro e parto direto para o hangar. Saio da comunidade como flesh, dois carros me escoltam, sei que Fael e FM estão vindo neles.

Da favela até o hangar foram 20 minutos e de lá até Adolfo-sp foram mais uma hora e meia.

Assim que o jato pousou, cerca de 8 homens já nos esperavam, seguimos direto para o endereço dado e com todo cuidado e cautela entramos em uma espécie de trilha, no final dela já dava pra vê uma cabana, ainda em alerta entramos no local e porra!!

Logo vejo ela... Caída ao chão... Toda encolhida... Toda machucada e cheia de hematomas.

Corro em sua direção desesperado e me jogo ao chão abraçando ela, seu corpo está quente, isso significa que ela está viva. Grito Fael.

— Abre o carro! Ela precisa de um hospital agora!
Pego ela em meus braços e corro direto para o carro, naquele momento  eu não pensava em ninguém, muito menos no Sandro, esse eu resolvo depois, eu só queria salva-la.

— Vamos pra onde? Grita Fael enquanto FM dirige igual um doido.

— Hospital caralho! Eu já estava sem paciência. Ela não se mexia, nem sei se respirava.

— Hospital tem polícia Lyon... Porra me ouve, caralho! Ele grita mais uma vez.

— Se eu não levar ela para o hospital, ela vai morre... Digo sem aguentar mais segurar o choro.

Fael fica quieto por um tempo, acho que está pensando alguma coisa...

— Ok... Você vai entrar com ela no hospital, vai dizer o que aconteceu e depois que eles entrarem com ela você vai sair de lá o mais rápido possível... Eles vão avisar a polícia por conta das marcas de agressão, então você terá pouco tempo para sair antes da polícia chegar...

— Não vou abandonar ela lá sozinha...

— Lyon me escuta pelo menos uma vez na vida cara, você vai ser preso se ficar lá e não vai poder ficar com ela de qualquer jeito! Mais uma vez vou dizer, deixa ela lá e mete o pé, vou dá um jeito de alguém ficar com ela.

Era difícil eu aceitar o que Fael estava dizendo, mas ele estava coberto de razão, eu não poderia ficar lá, não mesmo.

— Michele! Digo. — Liga pra ela e pede para ela ficar com a Majú.

Fiz exatamente o que Fael mandou, entrei no hospital com Majú em meus braços, eu gritava pedindo ajuda e logo os médicos começaram a se aproximar. Um homem chega com uma maca, Majú é depositada nela e enquanto correm com ela pelos corredores do hospital eu vou dizendo por alto o que pode ter acontecido.

Assim que eles ultrapassam a última porta, eu sou barrado.

— Daqui pra frente é com a gente! O senhor faz a ficha dela lá na recepção e assim que ela for examinada voltamos para dar um parecer ao senhor. Diz a médica.

Saio do hospital sem dar chance de ser abordado por algum policial, entro no carro e FM da partida no mesmo.

— Já avisei Michele, ela já está vindo para o hospital. Vamos precisar trocar de carro, esse já está nas gravações das câmeras do hospital.

Trocamos de carro no caminho e seguimos em direção ao hangar.

— Não vou sair da cidade sem ela! Digo já avistando o jato.

— Vai sim! Aqui não é nossa área, Sandro conhece geral aqui, é perigoso. Deixei homens nosso de olho no hospital, Sandro não pisa lá. 

Eu não queria ir embora e deixar a mulher da minha vida sozinha naquelas condições, mas eu não tinha o que fazer. Então entrei naquele jato e voltei para o Rio, jurando matar Sandro.

A partir de agora muita coisa vai mudar, eu vou mudar! Chegou a hora de acertar as contas com todos que tentaram contra mim e minha mulher!

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora