Complexo de Israel - Segundo ato. Degustação

Capítulo 37

Depois de resolver várias paradas na boca vou até a mansão vê como está a estadia de rato, ele não está nada bem, os moleques fizeram um carinho nele bonito.

— Vou te perguntar uma única vez e sua morte depende da sua resposta! Se for convincente tú morre rápido, se não for convincente tú vai morrer aos poucos, vou jogar você vivo para sadan comer! Então vamos a pergunta! Quem mandou você atirar no meu irmão?

Ele fica me encarando em silêncio, parece que não vai falar nada, então sem muita pressa, me levanto da cadeira que estou sentado e caminha lentamente até o canil de sadan, na hora ouço ele gritar.

— Eu falo! Volto calmamente para a cadeira e ouço ele falar. — Uma mulher... Não sei o nome dela, mas ela disse que se eu não matasse Kadu, ela mataria meu filho e minha mina... Ela disse que você matou o irmão dela!

Na hora eu já descubro quem é a filha da puta, amor rejeitado é foda! A filha da puta nunca superou eu ter rejeitado ela! Na hora certa vou dá um jeito nela.

Me levanto e tiro a arma da minha cintura, nesse momento ele diz...

— Eu... Eu sei que não mereço, mas não deixe ela fazer mal ao meu filho! Ele diz chorando.

— Só vou protege-los por que meu irmão está bem e com essa merda toda minha mulher voltou! Atiro na cabeça dele sem dá a chance dele dizer mais nada.

São 19 horas quando chego no quarto de Kadu, ele está meio abatido e logo pergunto.

— Está tudo bem?

— Você fez alguma coisa com ela? Ele pergunta me encarando sério.

— Majú disse que ia voltar depois do almoço e não voltou, não ligou, não deu satisfação... Ele está inquieto com isso. Fala Lorena.

— A situação dela é complicada...

Explico tudo que está acontecendo pra eles e vejo nos olhos do meu irmão a tristeza por saber tudo que ela passou e não ter feito nada, como se fosse possível ele ter feito algo.

— Me sinto um bosta de amigo, ela passando por essa merda toda e eu nem percebi, a primeira coisa que acontece comigo ela enfrenta o capeta e vem me vê.

Fiquei um tempo conversando com eles e me despedi, enfim chegou a hora de voltar para o lugar que tanto evitei o dia todo, casa! Enfrentar Hellen não vai ser fácil, ela está brava e ela brava é o cão.

[...]

Chego em casa e assim que entro pela porta a primeira coisa que vejo é Hellen sentada em uma cadeira virada para mim, a cara dela não é nada boa e seu pé direito fica batendo no chão freneticamente, isso significa que ela está virada no samurai.

Respiro fundo e tento ignora-la, coloco a chave da moto e minha Glock em cima do criado mudo e caminho em direção a escada.

— Onde você estava? Se levanta da cadeira e entra em minha frente sem me deixar passar.

— Fazendo o que faço todos os dias! Respondo encarando ela.

— Seja mais específico? Ela continua a minha frente.

— Já está tarde Hellen, tô cansadão, com fome e com sono...

— Me responde e você pode ir dormir!

— Eu estava trabalhando Hellen!! Agora posso tomar meu banho?

— Você é um mentiroso filho da puta Lyon, você pensa que eu sou trouxa? As fofocas andam a galope aqui Lyon, você acha mesmo que não me contariam?

Meus olhos quase soltam dos meu rosto quando ela diz isso, porra, contaram pra ela!

— Então é verdade? Ela dá um riso irônico e passa a mão pelo cabelo. — Então a tua ex está de volta mesmo?

— Quem te falou? Pergunto puto, esses filhos da puta não tem nada pra fazer, só pode!

— Ela é a que foi visitar o Kadu hoje neh? A que fez você sair correndo de lá?

— Para Hellen, já está tarde! Preciso descansar, daqui a pouco preciso levantar, vou ter uma missão!

— Que tipo de missão? Ela vai me cercando de todos os lado.

— Não te interessa, Hellen! Me deixa em paz porra! Começo me alterar.

— NÃO ADIANTA GRITAR! NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ! Ela grita de volta. — Seja honesto só uma vez Lyon, me conta o que não sei! Ela está chorando agora e porra, isso me quebra.

Envolvo ela em meus braços e fico assim por um tempo, tentando tomar coragem para contar tudo.

— Ela é minha ex, a tal que fugiu de mim no dia que matei Camila... Começo a contar e ela vai saindo do meu abraço. — Ela não voltou, mas está voltando...

— Só me responde uma coisa, você vai me chutar pra ficar com ela? Pergunta chorosa.

Eu não sei o que responder, não sei mesmo! Eu gosto da Hellen, não quero que ela sofra, mais Majú é a mulher da minha vida! Penso por algum tempo e antes de eu responder ela se vira e sobe as escadas chorando.

Já no nosso quarto, ela começa a arrumar as coisas dela.

— O que você está fazendo? Eu estou encostado no batente da porta observando ela.

— Eu vou embora Lyon, não vou esperar você me chutar!

— Para com isso Hellen, eu não vou chutar ninguém... Vem aqui!

Caminho até ela e me sento na cama e a coloco em meu colo.

— Você ainda ama ela?

— Por que essas perguntas?

— Preciso saber com quem vou lhe dar, até que ponto vocês se envolveram...

— Ela tem um filho meu Hellen... É complicado.

Ela fica em silêncio por um tempo, tentando assimilar o que acabei de contar, mas logo começa a falar.

— Se você disser que quer que eu vá embora, eu vou agora! Saio da sua vida e deixo caminho aberto pra vocês, só preciso que você diga!

Eu me sinto um babaca por não conseguir dizer, eu não quero que ela vá embora, se ela for vão prende-la e isso não é justo, não com ela! Se tem uma coisa que eu sou é grato! Sei ser grato com quem me ajuda.

Meu erro foi tê-la envolvido nessa merda toda, agora não tem volta, não posso deixar ela a mercê do mundo.

— Não quero que você vá! Você nem pode sair daqui, vão te prender...

— Promete pra mim... Promete que não vai me deixar?

Eu não consegui prometer, então abracei ela e lhe dei um beijo na boca demorado. Tenho certeza que ela entendeu, mas também não disse nada.

Fiquei ali por um tempo com ela e quando deu duas da madrugou eu me levantei. Ela já estava dormindo, então aproveitei para tomar um banho e saí de casa para vê como estava a situação de Majú.