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[I was born ready for you
Skin sweeter than cinnamon
Eyes deeper than the ocean
Love me hard like: Where you been?
Love me like you don't want it to end.]

{point of view: jake}

— Então vocês combinaram de se encontrar? — ela indagou enquanto bebia um gole de sua taça, o líquido escuro manchando seus lábios como um batom.

— Sim, concordei em visitá-la no natal. — Respirei fundo com a lembrança da conversa recente com minha mãe. — Espero estar mais preparado até lá.

— Tenho certeza que vai.

Conversar com Julie era absolutamente fácil. Era possível intercalar entre assuntos difíceis e melodramáticos com flertes descarados. Apesar da vergonha eminente, não foi difícil para nos soltarmos e interagirmos como se nos conhecêssemos há anos.

Era fácil estar com ela, e o momento em que mais notei isso foi quando olhei ao redor e percebi que éramos os únicos ainda no restaurante.

— Que horas são? — perguntei de repente, encarando o lado de fora da janela mais próxima e notando a chuva batendo contra o vidro.

— Hum... — murmurou enquanto largava a taça sobre a mesa para pegar o celular na bolsa. — Meu Deus, já são quase meia noite!

— Perdemos mesmo a noção do tempo. — Ri fraco, pescando a carteira no bolso e erguendo a mão para chamar o garçom. — Jessica deve estar maluca te esperando.

— Merda, estou sem sinal. — Ela franziu as sobrancelhas e ergueu um pouco o aparelho, como se aquele movimento fosse aproximá-lo da conexão necessária.

Ela não relutou enquanto eu pagava a conta, visto que já havíamos passado no mínimo trinta minutos discutindo quem pagaria. Ela queria dividir, mas obviamente me opus.

Primeiro encontro. Eu chamei. Eu pagava.

Depois de muita discussão ela aceitou, com a condição de que pagasse na próxima.

E nada me deixou mais feliz naquela noite do que saber que ela queria que houvesse uma próxima.

— Vamos. — Estendi a mão em sua direção e ela respirou fundo antes de pegá-la, erguendo os olhos para mim enquanto se levantava.

Desgraçada.

Passamos pelos funcionários que limpavam o local com acenos em despedida. Provavelmente estavam aliviados pela nossa saída.

Puta merda — a ouvi murmurar assim que pusemos os pés do lado de fora, logo notando a chuva torrencial que caía sobre nós. Semicerrei os olhos e encarei seu rosto, deixando implícito o que precisaríamos fazer.

Ela ergueu os pés e desamarrou os saltos, segurando-os com uma mão enquanto apertava a outra contra a minha.

— 1... 2... 3...

— AGORA! — ela gritou e saiu me puxando, correndo o mais rápido possível pelo estacionamento descoberto. Haviam poças por toda a parte, e senti que pisamos em todas elas.

Where Are You?Onde histórias criam vida. Descubra agora